Indie, rock, house, funk, piseiro e mais: confira nossos singles favoritos de 2022

Dizer que 2022 teve apenas 365 dias parece uma mentira. Foi um ano de retomada gradual após a pandemia intensa, de eleições, de Copa do Mundo, de grandes festivais, de festivais nacionais independentes lutando pra se manterem nesse cenário de gigantes, de lançar os projetos que ficaram na gaveta durante o isolamento, de festejar dentro do que pode, de muita música. Buscamos, com muito pesar pelo que deixamos de fora, resumir 2022 em nossas vinte músicas favoritas. Confira a lista da equipe.

Ai, Preto
L7nnon ft. DJ Biel do Furduncinho e Bianca

Doido pensar que a música do ano foi uma sucessão de improvisos, desde a descoberta do beat pelo L7nnon, até o voz da Bianca gravada em áudio de telefone. Espontaneidade não é algo muito atrelado a hits que viralizam assim, mas nesse caso, só foi a peça chave na formação dessa parceria (Biel e L7nnon). LG

TACA FOGO
Planet Hemp

Planet Hemp tem o dom de fazer músicas políticas sem parecer forçado no discurso. B

Saoko
Rosalía

Um detalhe genial dessa música é quando rola alguns segundos de piração num piano, no meio de um pop com uma sonoridade grave sombria e batidas latinas. Se prestar atenção, essa música é quase uma fritação, meio estilo ARCA. BS

Cuff It
Beyoncé

A luxúria e os devaneios da maior artista pop do século fogem de qualquer previsibilidade, ao trazer com maestria uma autoridade sobre o que é dance, disco, pop e sexy. LG

Sexy Nukim
Balming Tiger ft. RM

Este single provou a teoria do Balming Tiger de que K-pop pode ser alternativo. A voz e as palavras de RM, líder do BTS, trouxeram pra faixa a autoridade e o pulo pro mainstream que o grupo buscava. Impactante e, bom, sexy. ML

This Is Why
Paramore

Depois da banda ter rumado definitivamente ao alternativo no último álbum, Hayley Williams e cia incorporam de volta suas noções atualizadas de pop punk, num grito sobre o esgotamento da tal ‘bateria social’. LG

Sorte Ainda
Terno Rei

O clima e sonoridade dos sintetizadores da Terno Rei tá virando marca própria. Essa música deixa isso bem claro, além de provar que a simplicidade também faz ótimas músicas. BS

Bad Habit
Steve Lacy

As guitarras deslizantes e os vocais suplicantes fizeram dessa música o pop chiclete do indie desse ano. O virtuosimo de Steve Lacy mais acessível do que nunca. LG

The Foundations Of Decay
My Chemical Romance

Depois de 8 anos, o ícone emo My Chemical Romance está de volta com seu single The Foundations Of Decay. A banda traz referências de trabalhos antigos, porém sem apelar para a nostalgia. As escolhas de produção da faixa a deixaram ainda mais interessante e original, com uma adição de um breakdown que soma peso e intensidade à música. Uma escolha muito certeira que com certeza deixou os fãs muito animados com o que ainda pode vir do MCR. JG

Shambaralai
Irmãs de Pau

Em parceria com BRUNOSO, o novo single é um divisor de águas no impacto dentro do funk, rap, trap. Tem beats que dão match com as músicas tocadas nas competições de ballroom, junto do beat ”tuin destróia nóia”, característico do funk paulistano e viradas que pegam qualquer ouvinte desprevenido. B

Cash In Cash Out
Pharrell ft. Tyler, The Creator e 21 Savage

O gigante levantou! E acordou outros bons com ele! Pharrell faz jus ao seu legado com um dos singles mais viciantes do ano. Tyler faz
um show à parte nos lembrando quão bom ele é na profissão rapper. ML

Part Of The Band
The 1975

Todo álbum deles tem um pseudo pop descontruído. Em um folk pop meio abstrato com ecos de Bon Iver e Phoebe Bridgers, Matty Healy junta suas observações sobre os costumes alheios, relações pessoais e dilemas internos. LG

Tití Me Pergunto
Bad Bunny

E os namoradinhos? O jeito que o Bad Bunny consegue ritmar as experiências mais universais em fórmulas irresistíveis é diferente. Daquelas que vão tocar por anos e anos em festas por aí. ML

Feito Pra Durar
Crime Caqui

A música vai crescendo, ficando sofrida, apertando o peito, tudo isso com frescor e suavidade, daquelas que quando acaba você quer sofrer de novo. O arranjo de sintetizadores também se manifesta criando um ambiente de sonhos e psicodelia gostosa. BS

Febre
Turmallina

No início de 2022, a banda paulistana estreou com o EP ”Aurora” com forte influência de shoegaze e dream pop. Para encerrar o ano, a Turmallina lança esse single com uma sonoridade mais pop e colorida, continuando com sua versatilidade na dinâmica dos instrumentais e letras subjetivas. O videoclipe é lindo, cinematográfico e vale a pena assistir. Tem historinha! haha. B

N95
Kendrick Lamar

Desde o título, Kendrick traz seu estranhamento com esse “novo normal”, obviamente não se referindo ao uso de máscaras, mas em todas as discussões sobre o que é tóxico e o que é saudável, enquanto os vulneráveis são sempre os mesmos. A ambientação dessa tensão como sempre vem das experiência de Kendrick em já trabalhar com teclados e bases imersivas e épicas. LG

Free Yourself
Jessie Ware

Neste single, a mamãe Jessie Ware, assume após o sucesso de ”What’s Your Pleasure?” (2020), que ela é uma diva pop para seus filhes gays. Em sua passagem pelo Primavera Sound São Paulo, ficou claro para ela que sua música é importante e inspiradora. Pode parecer clichê, mas é um desafio se libertar para ser quem é, e quem vier encher o saco: ”Don’t tease me!”. B

Dengo
João Gomes

Essa mostrou que João não é um fenômeno passageiro. A faixa se tornou viciante pra muita gente, invadiu listas e ganhou até uma versão pra novela de rede nacional. LJ

Welcome To Hell
black midi

Este que foi um dos singles antes do lançamento do álbum é alucinante e caótico. Tem de tudo um pouco: guitarras, orquestrações, um vocal que entoa uma narração. O videoclipe fica por conta do Gustaf Holtenäs, que já entrevistamos por aqui, e dá continuidade ao videoclipe de “Slow”. B

Charli XCX

Charli XCX fez tanta música boa que, por acaso, cada colaborador escolheu um lançamento diferente como melhor do ano. Como ninguém aceitou abrir mão da sua escolha, aqui estão as diferenças seleções e justificativas:

Lightning, por Luan Gomes
A trilha perfeita pra paixão cega que ela canta na letra, as batidas totalmente saturadas, no bom sentido da palavra, e os vocais um arraso, o autotune na medida certa.

Beg For You, por Bruno Santos
A energia e euforia dessa música lembram aqueles pop da Rihanna de 2008, porém mais acelerados, pois vivemos a era do hyper pop e reavivamento de sonoridades passadas; que é incrível. Além da presença de Rina Sawayama tornar impecável.

Selfish Girl, por Binha
Essa música está na versão deluxe do “CRASH” e é uma pérola! Com um ar de pop dos anos 80 com toques de hyperpop, os beats são metálicos, limpos e gostosinhos. A letra tem toda aquela persona “gostosa desposturada” da Charli, em ser uma garota autosuficiente que faz o que quer.

Constant Repeat, por Maria Luísa Rodrigues
Não tem como se segurar de berrar esse refrão colocando as mãozinhas pra cima uma vez que você aprende a letra. Charli sabe fazer música pop como poucos, agradado os mais alternativos e os mais mainstream. Irresistível, pra ficar no repeat mesmo.

Textos por Binha, Bruno Santos, Juliana Guimarães, Laís Jardim, Luan Gomes e Maria Luísa Rodrigues.

Leia também as listas de 20 melhores álbuns nacionais e 20 melhores álbuns internacionais de 2022.

 

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Autor

Escrito por

Maria Luísa Rodrigues

mestranda em comunicação, midióloga de formação e jornalista de profissão. no Minuto Indie desde 2015 e em outros lugares nesse meio tempo.