Fugindo da normalidade, “Chip Chrome & The Neighbourhood” parece ser um álbum só para os fãs, só que não!
A inusitada nova era da banda The Neighbourhood começou de vez com o novo álbum, lançado hoje (25), surpreendendo e causando estranhamento por conta de toda a novidade visual e sonora. O trabalho carrega 11 faixas que trazem um contexto especifico.
Para absorver o álbum novo do The NBHD, Chip Chrome & The Neighbourhood, talvez seja necessário entender o conceito ao qual ele foi construído. Chip Chrome, personificação do vocalista e nitidamente inspirado por Ziggy Stardust do saudoso e eterno David Bowie, teve suas primeiras aparições na última turnê dos caras, quando lançaram o single Middle of Somewhere no último ano. O que ninguém esperava era que isso seria só o começo de todo um trabalho com uma inusitada nova face da banda, encabeçada pelas ideias de Jesse Rutherford.
O conceito dessa nova fase basicamente gira em torno na forma de expressão que o rockstar alienígena prateado, Chip Chrome, usa nas canções sobre as emoções e problemas de saúde mental, dando voz as reflexões de Jesse de uma forma mais verdadeira e distante do que vinha sendo o normal dele nos últimos discos e o já esperado pelos fãs. Já os Mono-Tones, que são o restante da banda nesse universo, e neste caso seguem em segundo plano visualmente, acabam sendo elementos imprescindíveis por representarem as vozes na cabeça de Chip e toda essa carga emocional que ele se sustenta. São unidades sem rostos, apenas sendo as silhuetas e sombras acerca desse personagem central.
Então caso você não se interesse ou simplesmente não curtiu todo esse contexto que Chip Chrome trouxe, algumas faixas/interludes podem não agradar tanto quanto alguns destaques que podem parecer perdidos no meio do álbum.
Novo álbum – The Neighbourhood
O álbum percorre pelo gênero alternativo e sua atual fase, onde se diluem muito bem os elementos atuais e a onda retrô que a música vem explorando cada vez mais em 2020. Com uma mistura gostosa de Lo-Fi, sinth pop e até um pouquinho de psicodelia, se destacam as músicas já lançadas e com vídeos bem produzidos Pretty Boy, Cherry Flavoured, Devil’s Advocated e Lost in Translation (lançada ontem, 24), e dentre as novidades estão BooHoo, Silver Lining e Tobacco Sunburst.
Além das composições e lirismo das canções já dizerem muito sobre do que se trata o universo do álbum, algumas das faixas que parecem mais interludes, dão voz e te levam mais pra perto da atmosfera de Chip Chrome e os Mono-Tones. Detalhe para uma faixa em especial que acaba de certa forma marcando o “lado B” do disco, ainda contextualizando a história só que sonoramente remetendo mais com uma releitura brincalhona da abertura do desenho animado Bob Esponja. Muito provavelmente pela obsessão de Jesse pelo personagem, vale essa homenagem? Rs
Aos fãs que esperaram por esse trabalho e nova fase da Vizinhança, o álbum e nova era são um prato cheio. No geral, ouvindo todo o trabalho é certo dizer que o quinto disco da banda tem suas grandes faixas que são realmente boas e podem agradar qualquer um que curta esse gênero, porém aos que não se interessam ou entendem o contexto, o álbum pode até soar bagunçado. Mas ainda assim uma bagunça boa de se ouvir.
OUÇA CHIP CHROME & THE NEIGBOURHOOD
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