Em ‘Tudo Vira Moda’, banda aborda como o cotidiano tem seu ritmo próprio
O que vira moda e o que vira rotina? Essa é a pergunta que ambienta Tudo Vira Moda, novo álbum da Kanduras, que traz uma visão crítica sobre as transformações e as tendências do cotidiano. O álbum não pretende ditar o que é bom ou ruim, mas sim mostrar como as escolhas da sociedade afetam as pessoas e suas relações. É um álbum que convida à reflexão sobre o valor e o descarte das coisas.
A própria Kanduras está em nova fase em Tudo Vira Moda, um disco que conta com a entrada de Thomaz Marra (guitarra) e André Bedurê (baixo). O álbum é divertido, dançante, crítico e reflexivo, fruto da mistura de gerações e influências musicais dos integrantes, que vão da MPB ao Pop, do Punk ao Reggae e do Rock ao Jazz. Lançado agora em 30 de junho, três anos após o álbum de estreia, Dístico, o som da Kanduras toma direções mais frescas nesse segundo álbum.
Tudo Vira Moda traz participações coloquiais ao ambiente sonoro explorado no álbum. Luiza Kolya colabora em “Mel da Liberdade”, o grupo paulista Vitrola Sintética aparece em “Bomba por Aí”, e Samuel Samuca (Samuca e a Selva) abrilhanta “Intención”.
A Kanduras é uma banda de São Paulo formada em 2016 por Raphael Thebas (voz e guitarra) e pelo percussionista Jr. Breed (bateria). Entre seu primeiro disco e o lançamento de Tudo Vira Moda, a nova formação faz da Kanduras uma banda de encontro de gerações, com a adição do músico e professor Thomaz Marra (guitarra) e André Bedurê (baixo), produtor experiente que já trabalhou com Luiz Melodia, Zeca Baleiro e outros artistas renomados.
São 10 faixas que falam sobre o que vira moda no cotidiano, seja bom ou ruim. Sentimentos e hábitos que na repetição da rotina tem sua profundidade diluída. As letras são de Raphael Thebas, em parceria com Thiago Romaro, que foi integrante da banda em 2020 e deixou três composições suas: “Bomba Por Aí”, “Rei do Asfalto” e “Recife”.
“Percebi que o álbum é sobre aquilo que vira cotidiano e como nem tudo que vira moda é bom”, Raphael Thebas sobre a ideia geral do álbum
Assim, o álbum reflete sobre as transformações do dia a dia e os efeitos nem sempre positivos das tendências que surgem e desaparecem. Ele questiona o que é valorizado e o que é descartado na sociedade, e como isso afeta as pessoas e suas relações com elas mesmas e com o mundo. Ele propõe uma reflexão crítica sobre o que vira moda e o que vira rotina. Mas tudo isso sem uma “autoridade” sobre o que deveria ser moda ou não, é um fluxo de pensamento entre as faixas que fala mais sobre os efeitos do que se torna cotidiano, e não sobre o que deveria ser cotidiano.
André Bedurê chegou na banda e além do baixo, produziu o álbum, num processo criativo em que a banda se isolou em um sítio, longe de tudo, para criar os arranjos de Tudo Vira Moda. Depois o disco foi gravado nos estúdios da Casa Rockambole.
De um jeito espontâneo, o indie rock solar da banda entra em outro prisma sonoro, gerando cores e detalhes que levam a música da Kanduras para momentos igualmente pop e mais diversos. Os arranjos tem aquela sensação de “groove fresco”, que ao mesmo tempo que contorna com traços fortes, têm a leveza alternativa que sempre fez parte do som da banda. Da mesma forma, a percepção sobre ‘como as coisas passam’ presente nas letras traz uma profundidade relacionável.
Até o momento, eles têm um show marcado para 10 de agosto no Sesc 24 de Maio, no Centro de São Paulo. Ingressos disponíveis aqui.
Ouça Tudo Vira Moda aqui
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