Quais foram as melhores músicas de 2021? Confira a seleção dos colaboradores do Minuto Indie.
Apesar de seguirmos em circunstâncias incertas, 2021 foi um bom ano para a música. Tivemos períodos ainda em quarentena e também acompanhamos o retorno gradual aos shows e eventos presenciais, mas os lançamentos seguiram semanalmente. Foram tantos que não demos conta de acompanhar tudo, claro, mas alguns marcaram o ano da nossa equipe. Diante da inconsistência deste backlog durante o ano, finalmente chegamos a uma lista com as nossas músicas favoritas de 2021. Somando às listas de melhores discos brasileiros e internacionais, confira abaixo as seleções individuais dos colaboradores do blog.
“Like I Used To” de Sharon Van Etten e Angel Olsen, por Anna Luiza Portela e Luan Gomes
Luan: Meio paia definir um ano com um sentimento “geral”, mas com certeza todo mundo foi tomado por uma vontade de voltar a fazer as coisas como costumava fazer, só que não pela nostalgia, e sim pelo recomeço. Essa música traz isso, e apesar do título em primeira pessoa, tem um apelo bem coletivo, capaz de juntar as duas maiores compositoras do indie atualmente. Tudo isso fica ainda mais forte com o arranjo épico de pop rock que simplesmente zera o game de ‘revisitar os anos 80’.
Anna: Não sabia que precisava tanto das duas como dueto até ouvir essa música. Como um hino da liberdade, Sharon e Angel apostaram — e acertaram — em arranjos melancólicos e vozes que casam entre si, apresentando solos de guitarra tão audaciosos quanto a letra da canção. Desde seu lançamento não saiu do meu repeat, e acredito que sua atemporalidade foi o tempero especial investido pela dupla.
“As We Struggle Everyday” de Femi Kuti, por Augustto Guimarães
Uma música que joga o ânimo lá pra cima num ano tão complicado. A letra é maravilhosa, os instrumentais e a batida também, e a voz do Femi Kuti faz com que um discurso tão poderoso seja passado de maneira delicada ao ouvinte. A faixa faz com que a gente tenha esperança de um futuro melhor.
“I am not a Woman, I’m a God” de Halsey, por Bianca Tenório
Halsey trouxe junto de seu quarto álbum, uma música poderosa em todos os aspectos. Ela emana a força da mulher e ao mesmo tempo a sua fragilidade, isso porque nitidamente é uma reflexão da cantora sobre seus altos e baixos na vida, como qualquer ser humano e suas próprias histórias ou dores que guiam até o momento presente. A potência que os sintetizadores junto a voz gritante de Halsey no refrão marcante é o ponto alto. Foi definitivamente a minha música favorita, já que foi a que mais ouvi em looping.
“Crash” de Juçara Marçal, por Binha
Esse foi o single para divulgar a data de lançamento do álbum ”Delta Estácio Blues”, e eu pensei: ”Se o single já tá foda de mais, imagina o álbum?!” Dito e feito: ela entregou tudo. A produção de Kiko Dinucci, composição de Rodrigo Ogi e a performance e vida que Juçara Marçal entrega nessa música, me fez querer produzir música. ”Delta Estácio Blues” é o disco que eu queria ouvir vindo do Brasil. A tríplice coroa de 2021 é tua: pode vir buscar Juçara Marçal!
“Sem Samba Não Dá” de Caetano Veloso, por Bruno Santos
A sonoridade dessa música me serve como um abraço quente de avô, num dia ensolarado. Caetano cita estilos musicais e vários artistas, como Yoún, Majur, Djonga, Mc Cabelinho e Maravilha (Marília) Mendonça, mas mesmo com tantos talentos, precisa haver samba.
“Maré” de Rodrigo Amarante, por Cleiton Lopes
Dois anos de pandemia sem poder ir em shows, um presidente maluco governando o país e vendo pessoas próximas morrendo, levou eu e muita gente ao extremo do cansaço. No meio desse vendaval sufocante, Rodrigo Amarante surgiu com um álbum ótimo, alegre e que foi um dos que mais ouvi esse ano. Gostei tanto que garanti até uma versão em vinil. A primeira música de trabalho do disco Maré, traz uma alegria tão contagiante que dá um bom momento de alívio. Como uma jornalista disse ao entrevistar Rodrigo sobre o lançamento, Maré é a canção mais solar do disco. Me lembrou a energia que senti quando fui na primeira turnê de volta dos Los Hermanos em 2012 e vi Amarante cantar super animado enquanto escalava as grades da casa de shows daqui de Belo Horizonte. Saudades dos tempos pré-pandemia.
“Yellowjacket” de Spiritbox feat. Sam Carter, por Juliana Guimarães
O Spiritbox foi a banda de metalcore do ano. O seu disco “Eternal Blue” deu no que falar e chacoalhou a cena em 2021. Entretanto, uma música em específico abalou minhas estruturas e foi a minha favorita do ano. “Yellowjacket” traz um feat com a lenda Sam Carter, vocalista do Architects, em uma faixa upbeat, pesada e digna de festivais grandiosos. Desde que o disco saiu ela não sai do meu repeat, simplesmente o feat do ano.
“Happier Than Ever” de Billie Eilish, por Laís Jardim
Desde a primeira vez que ouvi gostei, principalmente com aquela virada na música. E mesmo depois eu sabendo, obviamente, que isso acontece, toda vez que escuto sinto a mesma emoção. Assim como as apresentações que a Billie fez e o show especial de Los Angeles. Enfim, Billie me deu tudo sem prometer nada. Um dia ouvirei pessoalmente em um show?
“Switch to Me” de Rain e JYP, por Maria Luísa Rodrigues
2021 foi imprevisível e cansativo, mas o poder dessa música de colocar um sorriso no meu rosto e me fazer cantar cada letra foi um fator constante desde o primeiro dia do ano. Dois veteranos de diferentes gerações do K-Pop se unem para mostrar que diversão não é só coisa de quem tem menos de trinta. É quase impossível resistir ao combo que esse som proporciona: um pop dançante e chiclete que acompanha uma coreografia igualmente viciante e um clipe cinematográfico – que tem até aparição do Psy para somar ao pacote de lendas do K-Pop.
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