O rock independente brasileiro ultimamente tem se destacado exatamente por essa fusão de “cores quentes” sonorizadas, e esse nosso top 4 é como um mini-guia pra você se ligar no que tem rolado de melhor nesse cenário

 

Chegando setembro agora, logo logo primavera, e uma ótima inspiração para renovar a playlist é através de sons que trazem uma vibe mais “solta” e “fresca”, mas ainda assim intensa. Pensando nisso, a gente separou quatro bandas do indie rock nacional que tem uma sonoridade mais “solar”. Tem de tudo um pouco, um lado mais MPB, outro mais psicodélico completando com rock alternativo, enfim. O rock independente brasileiro ultimamente tem se destacado exatamente por essa fusão de “cores quentes” sonorizadas, e esse nosso top 4 é como um mini-guia pra você se ligar no que tem rolado de melhor nesse cenário, se liga só:

 

Kanduras

O quarteto Kanduras é um som que você tem que sacar com certeza. A banda foi formada em 2016, em São Paulo, tendo três EPs lançados (Caminhar, Seus Planos e Cidade-Saudade), além do seu álbum de estreia, Dístico, lançado no ano passado. O som dos caras passeia tanto pelo lado mais pop do rock nacional, lembrando nomes como Skank e Paralamas do Sucesso, quanto nomes mais alternativos, como Maglore e Vanguart. Além dessa veia mais nacional, dá pra ver algumas influências de um indie rock mais puxado para uma estética lo-fi, de nomes como Mac DeMarco, ao mesmo tempo que também lembra a “consciência pop” de nomes mais recentes como Dayglow. As vozes e guitarras do grupo são comandadas por Raphael Thebas e Thiago Romaro, já o baixo é guiado por Marcelo Gasperin, com o baterista Junior Breed completando a formação da banda. Esse ano eles já vieram com coisa nova, tendo agora em setembro mesmo lançado o single “Jardim das Intenções”, música que dá continuidade ao som cuidadosamente melodioso da banda. Na música, os vocais de Raphael e Thiago iluminam o instrumental leve, no maior estilo Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante. A letra da música traz pensamentos e sensações sobre saudades, memórias e passagem de tempo. Esse novo single da banda faz parte do EP Horizonte na Estrada, que vai ser lançado dia 15 de outubro. Enquanto o EP ainda não sai, se liga no clipe de “Jardim das Intenções”.

 

Tagua Tagua

Agora uma dica mais psicodélica e levemente dançante. O Tagua Tagua é um projeto de um homem só, no maior estilo Tame Impala, encabeçado pelo produtor gaúcho Felipe Puperi. Esse nome veio quando ele visitou a região de São Vicente de Tagua Tagua, no Chile. Nessa viagem ele teve a ideia de começar algo solo, e por isso ele adotou o nome. Depois de estar há 10 anos como vocalista da Wannabe Jalva, nos últimos anos ele lançou alguns singles do novo projeto, como as músicas “Rastro de Pó”, “Te Vi” e “Peixe Voador.Antes ainda de um álbum cheio, ele também lançou dois EPs: Tombamento Inevitável” (2017) e Pedaço Vivo (2018).  Já no ano passado Felipe lançou o álbum de estreia Inteiro Metade. O som passeia entre um r&b mais pop de nomes como Kali Uchis e Steve Lacy, com flashes de um indie psicodélico que lembra Mild High Club e Crumb. Embalando a sonoridade levemente groovada, as letras são bem sensitivas, sobre o quão é especial e embaraçoso os encontros e desencontros da vida, tanto em relações amorosas, quanto em momentos de autodescobrimento pessoal. 

 

Yamasasi

Agora vamos para um garage rock mais animadinho. A Yamasasi é uma banda que também lançou seu álbum de estreia no ano passado, e vem despontando como uma das novidades mais legais do indie rock nacional. A banda é de Piracicaba, São Paulo, e é formada por João Matos (baixo e voz), João Vieira (guitarra), Fabiano Benetton (guitarra) e Gustavo Ferrari (bateria). Além do som, a Yamasasi tem um dos nomes de bandas mais dahora da cena. A ideia  veio de uma palavra inventada por um amigo da banda mesmo. Depois do lançamento dos singles “Hungry/Peace” e “Pancho”, o quarteto lançou no primeiro semestre do ano passado o seu álbum de estreia, Colorblind. Com breves e preciosos 27 minutinhos de duração, o som é uma junção do que tem de melhor no rock alternativo dos anos 90. Assim, tem um pouco de lo-fi, surf rock, e college rock. O jeito que as guitarras alternam entre riffs quebradinhos e repetitivos nos versos para depois explodir nos refrões através de uma parede sônica, lembra bastante nomes como Weezer, Pixies e Pavement. Com todas as músicas cantadas em inglês, as letras trazem aquela sensação de descontentamento e encanto do jovem ao lidar com a vida adulta. 

 

Os Amanticidas

Fechando a nossa lista, o quarteto paulista Os Amanticidas. Puxado mais para a MPB, o som da banda é bastante influenciado principalmente pela vanguarda paulista, inclusive o nome da banda vem da música “Amanticida”, de Itamar Assumpção. Formado em 2016, o grupo conta com Alex Huszar (baixo e voz), João Sampaio (guitarras, cavaquinho, bandolim), Joera Rodrigues (bateria), e Luca Frazão (violão de sete cordas). Eles já tem dois álbuns lançados, que inclusive contaram com participações mais que especiais, de nomes consagrados como Arrigo Barnabé, Tom Zé e Juçara Marçal. Eles se destacaram por trazer aquela sonoridade que tem muito do indie rock dos anos 2010, misturado a elementos da MPB, só que sob uma ótica cheia de caprichos linguísticos da geração atual, mais ou menos do jeito que O Terno se destacou. O último lançamento da banda foi o álbum Teto, apontado por nós aqui do MI como um dos melhores de 2020. De um modo às vezes confessional, às vezes irônico, Teto é um álbum que fala muito sobre inseguranças e aquilo que nos fortalece, como vínculos com quem amamos. É meio que uma reflexão melancólica e lúdica sobre ouvir seus pensamentos enquanto está deitado olhando para o “teto”.

 

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Autor

  • Luan Gomes

    Viciado em descobrir sons novos e antigos, mas sem abrir mão de uns hits batidos tipo "The Real Slim Shady" do Eminem. Perde um dia de vida toda vez que vê a pergunta "o rock morreu?"

Escrito por

Luan Gomes

Viciado em descobrir sons novos e antigos, mas sem abrir mão de uns hits batidos tipo "The Real Slim Shady" do Eminem. Perde um dia de vida toda vez que vê a pergunta "o rock morreu?"