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A banda ucraniana de metal Jinjer lançou nesta sexta seu novo álbum, intitulado “Wallflowers”

 

A banda de metal ucraniana Jinjer lançou seu novo álbum de estudio nesta sexta (27). “Wallflowers” chega como um chute no estômago, pesado do início ao fim e com uma excelente constância. De acordo com a banda, “Wallflowers” foi feito para dar continuidade ao que o Jinjer havia iniciado em “Macro“(2019), porém com menos distrações, o que ficou bem claro no novo trabalho, que é mais direto ao ponto e frenético. O grupo traz uma grande coerência na obra, abusando de elementos do progressivo, djent e metalcore, muito bem intrincados e com um groove sensacional. Acredito que a divisão de críticas em “Macro” tenha se dado pelo excesso de influências, o que gerou um disco menos coeso e um pouco “all over the place“, trazendo influências do jazz, bossa nova e raggae (ainda é um bom disco, tá, não estou dizendo que não). Tal coisa já não acontece tanto assim no disco de 2021. As influências ainda estão lá, mas parece que o Jinjer entendeu as críticas e aprimorou o que havia proposto no último álbum, sendo mais objetivo e efeitivo em passar sua mensagem, ainda se mantendo extremamente original. Já as composições são muito baseadas nas vivências da pandemia e como afetou os integrantes, o que fica marcado pela urgência e angústia das letras.

De qualquer forma, precisamos dar destaque a Eugene Abdiukhanov, baixista, que deveria ter groove como nome do meio. O cara é um monstro do baixo, sendo um dos melhores da sua geração. Roman Ibramkhalilov, guitarrista, faz uma dupla perfeita com Eugene, trazendo riffs intricados que ficam na cabeça, como o de “Disclousure!“, por exemplo. Vale também exaltar a performance vocal de Tatiana Shmailyuk, que já sabíamos que ia ser excepcional, mas que merece meus dois dedinhos de prosa aqui. Que vocalista sensacional, desde os drives e guturais ANIMAIS aos cleans perfeitos e uma atitude digna de uma rainha do metal.

A tecnicalidade do material é o que chama mais a atenção em “Wallflowers“. O Jinjer se prova mais uma vez uma das bandas mais talentosas e promissoras do gênero (que inclusive merecia um lugar no Knotfest Brasil 2022, mas fazer o que, né). O novo disco só aumenta a vontade de ouvir estas faixas ao vivo e sentir essa energia em um mosh pit. Falando nisso, os ucranianos estão com passagem marcada pelo Brasil para Maio de 2022, passando por São Paulo, Porto Alegre e Curitiba.

A vocalista, Tatiana, já havia dito em entrevista que toma muito cuidado nas composições pelo inglês não ser seu idioma nativo, e isso fica mais do que claro em “Wallflowers“. Um dos destaques em composição é o single Mediator“, que lamenta o estado atual do mundo e anseia por uma melhora:

I wanted the poor to live in abundance

(Eu queria que os pobres vivessem em abundância)

I wanted the rich to have someone

(Eu queria que os ricos tivessem alguém)

Except for himself

(Além deles mesmos)

To love and take care of

(Para amar e tomar conta)

I wanted a loser to win

(Eu queria que um perdedor vencesse)

The thin never starving

(Que o magro nunca passasse fome)

The full not keeping it down

(Que o cheio não se esvaziasse)

And needing nothing from now on

(E não precisar nada de agora em diante)

Firеs burning all around us

(Chamas queimam tudo ao nosso redor)

And all we feel is cold

(E tudo que sentimos é frio)

I want a neighbour not a hater

(Eu quero um vizinho, não alguém que me odeie)

And a hеad to go round

(E consciência para dar a volta)

From white white snow

(Na neve branca)

But what to do now?

(Mas o que fazer agora?)

Wish I could catch God by the beard

(Queria poder pegar Deus pela barba)

And drag him to the dirty streets

(E trazê-lo até as ruas sujas)

To show him what was going on

(Para mostrá-lo o que está acontecendo)

The kind of curse we’ve waged upon

(O tipo de maldição que nos foi lançada)

 

Outros destaques são “Call Me A Symbol“, faixa que abre o disco, que chega rápida e urgente, seguida de “Colossous“. “Vortex” desacelera o ritmo e introduz os elementos de progressivo e um groove bizarro de bom, o que é exacerbado em “Sleep Of The Righteous“, que é o grande destaque de “Wallflowers“.

E você? O que achou do novo disco do Jinjer?

 

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Autor

  • Juliana Guimarães

    Mestre em Microbiologia e doutoranda em Biotecnologia Vegetal e Bioprocessos, que nas horas vagas escreve no Minuto Indie e joga videogame. Tem PhD em Emo e Metalcore, é fã de carteirinha do My Chemical Romance e ama musicais. Nunca foi vista sem delineador 🤫

Escrito por

Juliana Guimarães

Mestre em Microbiologia e doutoranda em Biotecnologia Vegetal e Bioprocessos, que nas horas vagas escreve no Minuto Indie e joga videogame. Tem PhD em Emo e Metalcore, é fã de carteirinha do My Chemical Romance e ama musicais. Nunca foi vista sem delineador 🤫