eternal blue

Aguardadíssimo pelos fãs de metalcore, Spiritbox se consagra no gênero com o seu debut,  “Eternal Blue”

 

A banda canadense Spiritbox já vinha lançando faixas de altíssima qualidade desde o self-titled EP, além de singles como “Holy Roller“, “Blessed Be“, “Rule Of Nines“, “Constance“, “Circle With Me“, “Hurt You” e “Secret Garden“.

Eternal Blue” é  disco de estreia do Spiritbox, e existia um grande hype e uma expectativa muito alta em cima do álbum, devido à qualidade de todos os singles lançados até agora. Todos os olhos da cena do metalcore estavam no Spiritbox. E pode-se dizer que, com “Eternal Blue”, eles se consagram como uma das melhores bandas de metal da atualidade. Além da excelente produção, vale ressaltar a importância que o grupo dá à estética do disco, indo desde os clipes, conteúdo promocional à própria sonoridade das músicas, que se complementam e trazem ao disco uma grande fluidez. “Eternal Blue” é sensacional, com certeza um dos melhores lançamentos de 2021.

 

Spiritbox – Eternal Blue (Album Review) – Wall Of Sound
Eternal Blue” é o álbum de estreia da banda canadense Spiritbox

O Spiritbox já começa com uma porrada. Sun Killer é facilmente um dos destaques de “Eternal Blue” e é a faixa que abre o álbum. A voz de Courtney LaPlante está impecável, o riff é pesado e já te faz começar a mexer a cabeça. A construção até o breakdown é de tirar o chapéu, aumentando o hype e desencadeando em screams absurdos e um instrumental que perfeitamente transita para faixa seguinte. Hurt You sucede “Sun Killer” e é o primeiro single que aparece no álbum. Os screams (E QUE SCREAMS) e os cleans são perfeitamente balanceados, o riff é ainda mais pesado do que o da faixa anterior, o instrumental é dark e o refrão fica na cabeça. A terceira música do álbum é Yellowjacket feat. Sam Carter e MEU DEUS ESSA MÚSICA!! Perdi tudo com esse feat. Já sabemos que a Courtney sabe escolher suas parcerias. Só esse ano tivemos a cantora participando de faixas do Make Them Suffer e do We Crown The Empire, sendo as duas excelentes. Mas por esse feat o hype não poderia ser maior. Aqui temos a participação de Sam Carter, do Architects. E, nossa, essa collab era tudo o que eu esperava e mais. Amei que a participação de Sam é bem longa e não apenas um trechinho. As vozes de Carter e Courtney se complementam de uma forma absurda. Aqui Courtney mostra seus guturais como nunca antes, associados ao instrumental pesado e chunky riffs. Sam está genial neste feat, trazendo uma energia sensacional. Não vejo a hora de ver essa música no setlist do Spiritbox. Não tem como, “Yellowjacket” uma das melhores faixas do álbum e do ano.

Em The Summit, as coisas acalmam um pouco. Aqui, o grupo trabalha muito bem as camadas vocais, com backing vocals agressivos e uma lindíssima melodia. Courtney traz a leveza dos seus cleans em uma bela faixa, com um dos melhores refrões do disco inteiro.

“And run?

The venom is what keeps me alive

The venom is what keeps me alive

Up to the summit at night

Desperate to find that beating heart of mine that always makes me run”

“Secret Garden” ganha no groove do instrumental. A faixa em si, acho que por ter sido single, acaba se tornando a mais “fraca” do disco. E coloco entre aspas porque a música é boa. É mais radio friendly, mas sem deixar de lado o instrumental intrincado e groovy que é a marca da banda. Entretanto, acredito que gostaria mais que “Blessed Be” estivesse no álbum no lugar de “Secret Garden“. De volta ao pesado, o Spiritbox entrega uma das melhores (talvez arrisque dizer a melhor) músicas de “Eternal Blue“. “Silk In The Strings” é pesada, rápida, groovy e traz uma vibeBelcarra“, faixa do EP de singles. O riff dessa música é simplesmente ANIMAL e os screams de Courtney estão NOJENTOS de bons. Adorei que não foi single, porque foi uma surpresa sensacional. Holy Roller” despensa apresentações. Uma das músicas mais populares do Spiritbox, e foi a sequência perfeita para “Silk In The Strings”. Esta faixa foi um single e seu instrumental vai ficando mais grave a cada sessão da música. Simplesmente maravilhosa. A faixa título, que vem depois de “Holy Roller“, traz a calmaria depois da tempestade mesmo com um instrumental pesado. E isso tudo se dá pela voz angelical de Courtney, que está lindíssima nessa música. A atmosfera em “Eternal Blue” é arrepiante, além da composição belíssima.

“An Eternal Blue sun to illuminate old wounds

I wish my blood would slow down

And what’s left of me, a cavity

At least this space is mine

It’s where you left me to die

I wish my blood would slow down

You can make my blood rush

Slow down”

“We Live In A Strange World” traz elementos de eletrônica bem ao estilo Bring Me The Horizon. A música faz um contraste muito interessante com o resto do álbum ao apresentar novos elementos quase no fim do disco. Ela pode causar certa estranheza em uma primeira escutada, mas após algumas é possível entender que o Spiritbox quis propor uma música mais experimental, mostrando outras facetas do grupo. A faixa seguinte é “Halcyon”, que transita muito bem entre o melódico e o agressivo. Os screams finais são de arrepiar e o breakdown no final traz um ótimo contraste com a suavidade dos vocais apresentada no início da música. A penúltima faixa é “Circle With Me”, sobre a qual já falamos várias vezes aqui no Minuto Indie. “Circle With Me” é uma grande homenagem ao metalcore e com certeza é um dos destaques do álbum. A música traz um refrão chiclete, melodia contagiante e um breakdown maravilhoso. O disco se encerra com a bela Constance, que foi single também. A letra é linda e o clipe ainda mais lindo, trazendo temas como demência, perda da própria identidade e Alzheimer. A faixa fecha “Eternal Blue” com chave de ouro.

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Autor

  • Juliana Guimarães

    Mestre em Microbiologia e doutoranda em Biotecnologia Vegetal e Bioprocessos, que nas horas vagas escreve no Minuto Indie e joga videogame. Tem PhD em Emo e Metalcore, é fã de carteirinha do My Chemical Romance e ama musicais. Nunca foi vista sem delineador 🤫

Escrito por

Juliana Guimarães

Mestre em Microbiologia e doutoranda em Biotecnologia Vegetal e Bioprocessos, que nas horas vagas escreve no Minuto Indie e joga videogame. Tem PhD em Emo e Metalcore, é fã de carteirinha do My Chemical Romance e ama musicais. Nunca foi vista sem delineador 🤫