E isso não é um problema, é falta de apoio mesmo

Não é novidade pra ninguém que novas bandas e artistas pipocam de uma forma tão rápida que é humanamente impossível você conseguir ouvir tudo na mesma velocidade que essas informações aparecem, e menos novidade ainda é o fato de que cada vez mais as pessoas tem feito música em casa, produzindo, gravando, mixando, masterizando e lançando seu próprio trabalho sem a ajuda de ninguém, devido a facilidade que a tecnologia nos proporciona. E nós, como um site de música, percebemos uma coisa e não é de hoje: as novas bandas e artistas estão perdidos.

E não estão perdidos na forma de fazer seu próprio produto, e sim na hora de enumeras e ranquear as suas prioridades na hora de realizar um trabalho muito bem executado.

Entendendo as prioridades

Você faz música porque gosta? Esse é um ponto inicial muito importante e que sim, é notório que existem pessoas (e sempre vão existir), que não fazem música como uma forma de expressão e sim pelo fato de que acreditam que vão conseguir visibilidade com isso.

Você gosta de estar no palco mesmo que poucas pessoas estejam no público? Muitas vezes, principalmente no início da carreira, quando você não conhece ninguém e está galgando os primeiros espaços, você terá sim pouco público, mas este é o público mais importante que você terá em toda a sua vida, pois eles estão realmente dispostos a ouvir a sua música, a prestar atenção no seu trabalho e a reconhecer cada nuance que você despejou no seu projeto.

Aparecer em grandes sites e ter publicações patrocinadas é ótimo, mas nem sempre o público que está abrindo seu material está disposto a te ouvir, principalmente no momento que você aparece para um público aleatório. A internet permite que seu trabalho apareça em diversos lugares para milhares de pessoas instantaneamente, mas você já parou pra pensar quem é esse público? Entender que o público que está disposto a te ouvir é muito mais importante do que aparecer pra muita gente, é um grande passo pra conquistar um público fiel.

O ALERTA

Dinheiro é bom e te ajuda a ter um bom assessor de imprensa, ajuda a ter um bom produtor e também ajuda a patrocinar mídia, como nos casos das redes sociais. Mas é necessário entender que as coisas não acontecem do dia para a noite, e se acontecem, é porque algo de errado vai acontecer.

É ótimo ter ambição, sonhos, desejos, mas entenda que você não irá estampar a capa de grandes sites amanhã. E isso não é pra te desmotivar e sim o contrário, é incentivar sua reflexão para olhar para o seu projeto e colocar em um papel:

• O que ele tem a oferecer para o público?
• O que você está depositando nesse projeto?
• Você realmente acredita no tipo de música que faz ou está fazendo porque acredita que o que você faz irá ganhar destaque?
• Como você se vê daqui 1 semana, 1 mês, 1 ano e daqui a 10 anos?

O texto não é uma aula de coach, mas sim um puxão de orelha para que todos os artistas e bandas entendam que ter reconhecimento é ótimo, mas melhor do que isso é fazer um trabalho que você se orgulhe constantemente e que você acredita demais naquilo, antes mesmo que as pessoas sintam o mesmo.

A expressão musical é uma das mais belas formas de arte, pois você pode fazer com que ondas sonoras transmitam os seus sentimentos para quem ouve, o que dificilmente outras formas de expressão podem demorar um pouco mais a atingir esse objetivo.

Muitas vezes os músicos estão se esquecendo da parte principal do trabalho: fazer música!

A fama, o sucesso, os likes são coisa que enchem nosso ego e trazem um retorno gigantesco para o nosso trabalho que consiste em entreter, divertir e em alguns casos, fazer as pessoas pensarem, mas não é de hoje que alguns artistas colocam o carro na frente dos bois e isso tem atrapalhado cada vez mais o trabalho de quem escuta, de digerir o que está acontecendo e formar seu próprio gosto musical.

E a fórmula do reconhecimento permanece a mesma: fazer um bom trabalho!

Fama é algo relativo

É inegável que a forma de se consumir música mudou, é realmente raro que um artista ou banda tenha um destaque duradouro como acontecia há 10 ou 20 anos atrás, pois artistas mudam constantemente e entram e saem do foco de forma muito rápida.

E isso não é necessariamente algo ruim, já que cada vez mais pessoas estão tendo oportunidades de mostrar seu trabalho, mais mídias nascem a cada dia reportando ao público novos sons e projetos, além do fato da questão da liberdade musical estar cada vez mais presente nas produções que não necessitam mais de estúdios ou grandes gravadoras para serem lançados.

Faça por você

Minha consideração final é que, antes de entreter, de divulgar e de pensar em ter fãs, mídia e afins, pergunte-se: “A minha música me faz bem e eu acredito verdadeiramente no que eu estou fazendo?”, se a resposta for sim, a maior parte do caminho você já realizou, o que vier é consequência do seu bom trabalho e a fama e os números não são parâmetros para definir se o seu projeto é ou não bom.

Ficar culpando ou apontando o dedo para as pessoas que escutam sempre as mesmas coisas ou não se renovam, pode ser um caminho triste a trilhar, pois você nunca estará olhando de fato para as suas conquistas e sim esperando que as conquistas dos outros aconteçam com você, mas já parou pra pensar se você faria o que essas outras pessoas fizeram?

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