Confira os 20 melhores álbuns internacionais de 2024, selecionados pela equipe do Minuto Indie.
Ah, 2024. Parece que a música volta aos poucos a respirar depois das reconfiguração da pandemia. Esse ano não faltaram bons lançamentos. Difícil foi chegar a um consenso dos 20 discos que definiram o ano.
De sons introspectivos a hinos para pistas de dança, a nossa seleção dos melhores álbuns internacionais de 2024 é um convite para explorar diferentes universos sonoros e se lembrar o que de mais interessante aconteceu na música nos últimos 12 meses.
Abaixo, confira – em ordem alfabética – os nossos 20 melhores álbuns internacionais de 2024. Já deixa uma aba aberta com o seu streaming, vai salvando enquanto lê e se prepara para descobrir os sons que marcaram a nossa equipe este ano.
Top 20: melhores álbuns internacionais de 2024
AMAMA – Crumb
Crumb é uma banda consistente, sempre com essa “temática” que te leva para outra atmosfera. Esse também é um disco que traz o seu indie-psicodélico-chill-dreamy-e-muito-mais que é super cativante, tímido, objetivo e certeiro. AMAMA vai melhorando a cada faixa e te leva para diversas facetas do Crumb dentro desse mundo em que eles mesmo criaram. E é bizarro você perceber é um disco muito singular, mas em nenhum momento um disco monótono. É um disco que credencia o Crumb como uma das principais bandas dessa geração indie-psych-pop e eles tendem a crescer cada vez mais nos próximos discos por eles só entenderem recentemente o que eles são e o que podem fazer com isso. – Alê Giglio
brat – Charli XCX
Esquece “brain rot”, todo mundo sabe que a palavra do ano foi brat. A cor do ano? Verde brat. O disco do ano? Bom, um deles, com certeza, foi o brat. Mesmo sem inventar a roda, a Charli certamente balançou o que se espera de uma main pop star em 2024. É superficial quando você quer, profundo quando você precisa. O inegável “norvana” do ano, brat agradou o povo do TikTok e fez até quem não curtia essa cultura querer meter uma dancinha de Apple. E se a gente fosse entrar na conversa sobre o time impecável que ela juntou no álbum remix, essa lista nem ia sair hoje. Fato é: até Julian Casablancas foi brat por um dia. – Maria Luísa Rodrigues
Charm – Clairo
A gente sabe que algumas coisas simplesmente têm um charme e que nem dá pra explicar direito. Em seu 3º álbum, Clairo nos convida a olhar pra esses pequenos detalhes e lembrar de como eles nos encantam: o amor por outra pessoa; a sensação de desejar (e ser desejada); o entendimento de que é melhor estar só do que mal acompanhada; ou mesmo a sensibilidade de saber que mesmo sendo bom, tem certas coisas que a gente sabe que não vão pra frente. Tudo isso poderia seguir a linha adolescente-sonhadora-triste mas vem numa sonoridade viva, com groove e sensualidade, mas que deixam a sensação de quentinho no peito. – Vitor Arruda
Chromakopia – Tyler, The Creator
Estamos falando de um dos maiores gênios da música na atualidade, certo? O verde, que por um longo período no ano ficou nas mãos de Charli XCX, no fim do ano passou para Tyler, The Creator. Afinal, havia chegado a hora de quebrar TUDO com CHROMAKOPIA. A obra que, mais uma vez, deixou claro sua genialidade.
Este disco é mais pesado, profundo e reflexivo, tanto na sonoridade como no conceito. Tudo é coeso e amarrado em volta do disco, e detalhe: ele foi escrito, produzido e arranjado por Tyler. Que atire a primeira pedra quem não está sedento para ver essa turnê e as músicas novas. – Bruno Santos
DROP 7 – Little Simz
Little Simz, um dos nomes mais potentes do hip-hop britânico, se reinventa mais uma vez em “Drop 7”, um EP que mistura funk, reggaeton, afro-pop e rap de forma surpreendente. A faixa “Fever” chama atenção ao mencionar São Paulo e capturar o espírito cosmopolita do Brasil, criando uma conexão inesperada com os ouvintes daqui (eu, inclusive). Trabalhando com o produtor Jakwob, Simz explora ritmos como o funk brasileiro, mostrando sua versatilidade e vontade de experimentar, me soa como aqueles discos que a gente imaginava que teríamos em 2024, uma cara de modernidade traduzida. “Mood Swings” também é destaque desse trabalho que vai além, provando mais uma vez por que ela é uma das artistas mais criativas e emocionantes do momento! – Duda Rocha
Hit Me Hard and Soft – Billie Eilish
Billie Eilish entregou um dos álbuns mais emocionantes de 2024 com Hit Me Hard and Soft. O disco, que combina dream-pop e folk com letras introspectivas, foi amplamente celebrado por sua autenticidade. “Birds of a Feather” se tornou um dos maiores sucessos do ano, garantindo a Billie prêmios e uma legião de novos fãs. A obra também dominou o TikTok, com milhares de vídeos criados ao som de suas faixas mais marcantes. – Anna Rosa
I LAY DOWN MY LIFE FOR YOU – JPEGMAFIA
O quinto álbum de estúdio de JPEGMAFIA é um trabalho experimental e provocativo, o disco se destaca por seu dinamismo e pela habilidade do artista em desafiar as convenções musicais, misturando gêneros como rap, rock, glitch-hop e industrial, apresentando uma produção única que mistura samples ousados com instrumentais abrasivos. O trabalho possui algumas colaborações em diversas faixas como o Vince Staples em “New Black History”, “JPEGULTRA!” que conta com a participação de Denzel Curry e um sample de jazz japonês e o brasileiro DJ RaMeMes na faixa “it’s dark and hell is hot” que produziu junto com o artista uma música totalmente funk carioca. “I Lay Down My Life For You” solidifica a posição de JPEGMAFIA como um dos artistas mais inovadores da cena do rap atual. – João Pedro Cabral
Imaginal Disk – Magdalena Bay
Imaginal Disk talvez seja uma das grandes surpresas do ano, é um projeto fascinante e ousado que encapsula a essência da experimentação pop contemporânea, trazendo elementos nostálgicos com um aspecto hiper-moderno. O disco é uma jornada imersiva, cheia de sintetizadores brilhantes, linhas melódicas pegajosas e letras que flutuam entre o existencial e o divertido. Magdalena Bay não traz apenas sons mas também um aspecto visual que traz aos ouvintes um estranho sentimento nostálgico, vídeos cheios de estética glitch e vaporwave que reforça a imersão e transforma o álbum em uma experiência multimídia. A banda sabe que, na era digital, a música não é só para ouvir, mas também para viver, ver e sentir. – João Pedro Cabral
My Method Actor – Nilüfer Yanya
Nilüfer Yanya definitivamente é uma das artistas mais marcantes da música alternativa e o disco “My Method Actor”, promete e entrega tudo. Melancólico na medida certa, ele tem melodias bem ousadas, criando uma dança de guitarras e baterias simplesmente irresistíveis. Trabalhando ao lado do produtor Wilma Archer, Yanya entrega faixas como “Keep On Dancing” e “Like I Say (I Runaway)”, que equilibram emoção e profundidade sem perder acessibilidade. É um trabalho que mostra uma artista em plena evolução, super confiante em sua identidade e pronta para explorar novos caminhos na música. Ainda bem! – Duda Rocha
No Name – Jack White
Jack White voltou com um disco completamente fora da casinha, inclusive na divulgação – o disco foi “vazado” pra clientes da loja Third Man Records como um brinde e assim chegou aos nossos ouvidos. O disco é um retorno a tudo que o Jack White faz de melhor, com rock pesado, solos absurdos e uma pedrada atrás da outra. Jack White sempre foi fora da casinha e esse disco ele vem mais ainda! – Alê Giglio
Only God Was Above Was – Vampire Weekend
O Vampire Weekend volta de um hiato de cinco anos com ânimo pra refutar o caos solar que trouxeram no Father of The Bride. OGWAU é mais sóbrio, grandioso, frustrante, bonito, torto, doloroso, por vezes esperançoso, e soa mais real do que qualquer outro trabalho da banda. A trilha perfeita pra enfrentar o fim do mundo em curso. Pra emocionar. – Maria Luísa Rodrigues
Prelude to Ecstasy – The Last Dinner Party
Em algum momento deste ano, você deve ter visto ou passado por alguma música deste álbum. É o primeiro do The Last Dinner Party, que passa a sensação de imersão numa obra teatral, com cada peça no seu lugar, e severamente ensaiada. Os detalhes e nuances na obra são cuidadosos, e a própria capa encaixa perfeitamente com o feeling do disco. Se você colocar ele para tocar num fone e fechar os olhos, é capaz de desenvolver uma ópera na cabeça. Essa atmosfera se cria devido ao vocal e a sonoridade, que passeia pelo pós-punk, glam-rock e new wave. – Bruno Santos
Right Place, Wrong Person – RM
Ta aí um disco perfeito pra exemplificar o que é beber bem de suas fontes, de Tyler, The Creator a Portishead. Kim Namjoon saiu do posto de líder do BTS por um momento e se uniu às mentes criativas mais interessantes da cena independente da Coreia do Sul para criar um dos álbuns mais intrigantes do ano. RPWP é o testemunho das frustrações e dores de um artista que evitou a exposição por 10 anos. Narrações ora dolorosas, ora imaturas. Bem humano e viciante. – Maria Luísa Rodrigues
Romance – Fontaines D.C.
O Fontaines D.C. deixou um pouco a Irlanda de lado e finalmente entregou o disco que une gerações de indies em uma celebração apaixonada: Romance. Com ecos melódicos de The La’s, imersos em uma nostalgia noventista cuidadosamente recriada, o álbum explora o íntimo e o universal com uma sensibilidade que poucos alcançam. Faixas como “Bug”, “Favorite” e “Starbuster” não apenas são destaques; elas são hinos instantâneos que tomaram os wraps do Spotify e pintaram 2024 de verde e melancolia (o tik tok também). Este é o disco que transformou curiosos em fãs fervorosos, e a promessa de vê-los ao vivo no Lollapalooza 2025 já parece um evento histórico. Na primeira fila, lá estaremos nós para esse show que promete ser inesquecível! – Duda Rocha
Songs Of A Lost World – The Cure
Songs Of A Lost World marca o retorno impactante do The Cure após anos sem lançar material novo. E foi o disco que me converteu ao The Cure – coisa que nem o show do Primavera Sound SP fez. Acho que certos artistas e bandas são processos e nem sempre certos discos vão bater assim de primeira. São 8 faixas lindas que mexem com o seu estado de espírito, faixas introspectivas que fazem você ter aquele flashback. Bateu bem até demais esse disco. – Alê Giglio
TANGK – Idles
O IDLES retornou em 2024 com TANGK, seu quinto álbum de estúdio, que reflete uma evolução sonora impulsionada pela produção de Nigel Godrich (Radiohead) e pelas experiências pessoais intensas de Joe Talbot, vocalista da banda. Descrito por Talbot como “canções de amor” e um “símbolo de viver no amor”, o disco expande as fronteiras da banda ao incorporar elementos de hip-hop, música eletrônica, gospel e grooves dançantes, com destaque para colaborações com James Murphy e Nancy Whang, do LCD Soundsystem. Entre faixas introspectivas como “Grace” e explosivas como “Dancer”, TANGK demonstra a capacidade do IDLES de se reinventar sem perder sua essência, entregando um trabalho diverso, dinâmico e que marca essa nova fase do IDLES, mistura post-punk, punk convencional e experimentalismo. – Giovanni
The New Sound – Geordie Greep
Em The New Sound, Geordie Greep, líder do Black Midi, explora novas possibilidades musicais em meio ao hiato da banda, entregando um álbum que transita entre jazz-fusion, samba-jazz, rock progressivo e até forró-jazz. Produzido ao lado de Seth Evans, o disco foi parcialmente gravado no Brasil e contou com músicos locais, resultando em faixas como “Holy Holy”, com influências de Tim Maia, e “Motorbike”, que remete ao Red do King Crimson. Enquanto critica figuras masculinas tóxicas com ironia e acidez, Greep também aborda temas de amor e insegurança, ainda que alguns experimentos, como “The Magician”, não alcancem o impacto esperado. Encerrando com uma delicada versão de Frank Sinatra, o álbum reflete a ousadia de Greep, oscilando entre momentos brilhantes e excessivamente ambiciosos. – Giovanni
This Could Be Texas – English Teacher
uma mistura de Black Country, New Road com Black Midi, que em alguns momentos também lembra King Krule. É o primeiro álbum da banda e um ótimo cartão de visita, com várias camadas de guitarra, sintetizadores, piano, bateria e ótimas linhas de baixo. É um som denso e imersivo, acelerado em alguns momentos, puxado pro grave, e com vocal delicado. Com o disco, os novatos do rock alternativo, se tornaram os queridinhos do momento, ganhando premiações, tocando em diversos festivais, e em breve estarão na próxima edição do C6 Fest. – Bruno Santos
Two Star and The Dream Police – Mk.gee
O alternativo sentimental voltou e não tá nada básico. Enquanto tá todo mundo tentando ser ele, o que o Mk.gee faz com a voz e sua guitarra é irreproduzível. Se alguém duvidava, Two Star and The Dream Police, seu terceiro álbum de estúdio, deixou claro. É o ápice do que a gente sonhava pro bedroom pop: chiclete, sensível, pessoal, único e com potencial de sair do confinamento das paredes. – Maria Luísa Rodrigues
Wall of Eyes – The Smile
Tudo que Thom Yorke toca vira ouro, né? Aqui não poderia ser diferente. É como um novo espaço para suas experimentações e doideras com elementos sonoros. Sempre com muita finesse e fritação! O disco cria uma atmosfera que ao mesmo tempo te faz brisar e fazer cara de nojo, te faz querer chorar igual criança, por ser mais introspectivo e calmo que os outros dois lançados anteriormente. Para muitos, o começo do ano foi marcado por essa obra e já havia quem dizia ser o melhor do ano, e por aqui foi. – Bruno Santos
Na próxima, Kendrick, tenta soltar o disco um pouco antes, por favor.
Participaram da seleção dos melhores álbuns internacionais de 2024: Alexandre Giglio, Anna Rosa, Bruno Santos, Duda Rocha, Giovanni, João Pedro Cabral, Maria Luísa Rodrigues e Vitor Arruda
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