Algumas coisas são imprevisíveis, assim como o clima. E foi o clima que atrapalhou o show que os fãs de The Wombats esperaram pra conferir no Lollapalooza agora em março. Era o primeiro dia, sexta-feira, uma vibe agradável no meio da tarde para tantas pessoas carentes de shows. Três músicas após o início da apresentação da banda britânica, tudo foi paralisado. Avisos nos telões sobre riscos de raios e chuva. Chuva, mais chuva e ventania.

Porém, dias antes o Minuto Indie conversou pessoalmente com o baterista Dan The Man (Daniel Haggis) que estava bem animado por voltar ao Brasil, agora com um álbum lançado esse ano, o “Fix Yourself, Not The World”. 

MI: Olá, Dan! Prazer em te conhecer! Bem vindo ao Brasil novamente após alguns anos. Na verdade, nove anos depois! É um longo tempo!

Dan: Siiim!

MI: Pessoalmente, minha música preferida do novo álbum é “People Don’t Change People, Time Does”. Então, vamos falar sobre mudanças hoje.Desde a última vez aqui, em 2013, vocês lançaram mais três álbuns. Você sente que a conexão com os fãs mudou? A interação na internet ou a vibe nos shows? 

Dan: Quando você vive dia após dia as mudanças são imperceptíveis. Vamos para os palcos, interagimos com os fãs e esperamos que haja uma conexão dessa forma com as pessoas. Para nós, muitas coisas se tornaram grandes, tocamos em novos lugares ao redor do mundo e nós, como pessoas, também mudamos bastante obviamente. Como Matthew e Tord têm filhos agora, nós também moramos em diferentes países, então nossa vida mudou um pouco. Mas quando se trata de música nós continuamos com essa energia alta e sentindo o que sentíamos com 25 anos, por aí. E é muito bom voltar aos palcos após esse período da pandemia e tocar para as pessoas. Parece que o tempo não mudou, é como dez anos atrás, a mesma adrenalina e emoção. 

MI: Vocês já falaram antes que “Method to the Madness” pode definir a banda agora, porque é relaxante e caótica ao mesmo tempo. O que vocês querem que os fãs sintam após ouvirem essa música?

Dan: Eu lembro que ela era bem diferente, mais lenta antes. Daí tivemos algumas sessions e pensamos “para onde vamos daqui?” E quando estávamos todos juntos, essa energia começou e pensamos “ah e se colocarmos essa grande explosão na música?” No primeiro álbum éramos mais “chill and down” e com o tempo muitas referências que gostamos foram aparecendo, como lo-fi hip-hop, eletrônica, grunge, rock alternativo, folk, metal… E nós gostamos de tantos tipos diferentes de música, então essa foi uma boa maneira de mostrarmos nossas referências em uma única música. 

MI: Quando você pensa sobre The Wombats de 2006 com “Girls, Boys and Marsupials”, que coisas são diferentes e quais continuam as mesmas?

Dan: Nós aprendemos muito ao longo dos anos. No começo nós produziamos tudo, gravavamos com amigos e fazíamos tudo em um estúdio no porão. Com o passar do tempo, nós aprendemos muito como funciona todo o processo de produção, através de ótimos produtores. A gente se interessava bastante sobre isso. Sempre que víamos algo novo durante alguma produção, anotávamos na memória, tipo “okay essa informação vai pra caixa da memória”. Essas coisas extras que fomos aprendendo, é como ir pra uma batalha:  quando começamos tínhamos uma faca e agora temos tanques, mísseis e muito mais coisas em nosso arsenal musical. Nós aprendemos muito! E se torna divertido ir além dos nossos limites pra fazer uma música tão boa quanto for possível. 

MI: Eu sei que é provavelmente impossível mudar o mundo ao nosso redor, e que é melhor tentar mudar nós mesmos primeiro. Mas se você pudesse consertar algo sobre o mundo, o que seria?

Dan: Seriam as mudanças climáticas. Como exatamente eu faria isso? Não sei. Mas eu li alguns livros e fiquei bem assustado. Todo mundo está notando as diferenças e como isso está ficando pior e apocalíptico. E isso afeta todo mundo no planeta. Então, eu mudaria isso.

E rolou um clickbait básico também com o Dan. Se quiser conferir em formato de vídeo, corre no nosso insta @minutoindie que está lá!

MI: Agora algumas perguntas aleatórias! Se você tivesse 30 segundos pra apresentar a banda pra uma pessoa que não sabe nada sobre “The Wombats”, o que você diria? 

Dan: Nossa, essa é bem difícil! [pensando] Meus 30 segundos já se foram! Tantas coisas, mas acho que três amigos fazendo música com alta energia e profunda inspiração através do mundo. E com muita diversão!  

MI: Okay, Imagine que existe uma proposta pra você começar em outra banda. Não sei, alguma antiga como Joy Division, A-Ha, ou outra mais nova que você goste. Qual banda você escolheria?

Dan: Uau! Eu provavelmente escolheria Bon Iver. Eu amo a música que fazem! Eu amo as harmonias, os vocais são maravilhosos. Parece ser um projeto bem divertido e criativo. Então provavelmente eu escolheria tocar com eles. 

MI: Wombat (vombate) é um animal fofo australiano, né? Mas esqueça isso por um minuto. Eu vou te mostrar quatro animais que são comuns aqui no Brasil e você terá que escolher um pra nomear sua nova banda em português. 

Dan: Acho que seria esse cara [tucano]. É tão colorido e parece muito inteligente, calmo e ao mesmo tempo parece que pode causar um caos. É como “Method to the Madness”. Ele tem tipo uma maquiagem amarela, né? Parece ótimo! E esse cachorro é seu?

MI: Não! É um cachorro especial aqui do Brasil! [NOSSO CACHORRO CARAMELO]

MI: Diga uma coisa que você gostou de fazer no Brasil em 2013 e quer fazer de novo essa vez. 

Dan: Eu lembro da última vez que tomei caipirinhas. E nós fizemos isso nessas últimas noites. Sentar do lado de fora, no Sol, com shorts e camiseta é maravilhoso! Não podemos fazer isso em casa porque é sempre cinza e frio. Então, seria isso. 

MI: Bom, obrigada pelo seu tempo e espero que o show amanhã seja maravilhoso! 

Dan: Ah! Você vai? 

MI: Vou sim!

Infelizmente o show não aconteceu completo como aguardávamos. Agora é esperar por essa volta. Quem sabe na edição do ano que vem? Enquanto isso, o trio está em turnê e bastante ativos nas redes sociais. É só seguir @wombatsofficial no Instagram pra sentir um gostinho das apresentações. E continuar ouvindo o álbum viciante!

 

Autor

  • Laís Jardim

    Pernambucana, no canal do Minuto Indie desde 2015 como roteirista, mas sendo fã de música desde sempre. Divide seu tempo como nutricionista, mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental e criando coisas pela internet, como o quadro Lailist e o podcast Clube do Bolo.

Escrito por

Laís Jardim

Pernambucana, no canal do Minuto Indie desde 2015 como roteirista, mas sendo fã de música desde sempre. Divide seu tempo como nutricionista, mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental e criando coisas pela internet, como o quadro Lailist e o podcast Clube do Bolo.