A banda capote estreia seu primeiro EP com músicas sobre reviravoltas, amores e nostalgia, e fará show em São Paulo no Festival Banda de Casinha.

capote lança primeiro EP e dá o primeiro passo para se consolidar na cena do rock nacional. Formada por cinco amigos de Santos – Pedro Cosme (vocal), João Pedro Oreggia (guitarra e vocais), Johnny Freitas (guitarra e vocais), Cassiano Guedes Carduz (baixo e vocais) e João Pedro “Truck” Gonçalves (bateria) – a banda traz um som que mistura rock alternativo dos anos 90 com letras sinceras e irreverentes.

Capa do EP – capote

O nome capote representa bem a vibe santista e o espírito do grupo. “Queríamos algo que tivesse a cara de Santos, e ‘capote’ remete a levar um tombo e dar a volta por cima“, comenta João Pedro “Truck”. Com cinco faixas, o EP explora temas como desilusões amorosas (“Joelho Ralado”), desafios de recomeço (“Eu, Pesadelo”), e até nostalgia da infância (“Essência”). Cada música reflete a intensidade do rock que inspira a banda e as vivências da juventude santista.

Produzido pelo selo Turtle’s Audio, o trabalho tem influências diretas da lendária banda Charlie Brown Jr. O guitarrista João Pedro ainda guarda memórias da primeira formação de Chorão e seus parceiros de banda. Já Johnny Freitas, luthier, tem a oportunidade de manusear a guitarra original de Marcão, o que fortalece a conexão com o legado do rock santista.

Para celebrar o lançamento do EP, a capote faz seu primeiro show em São Paulo no dia 24 de novembro, na Casa AlgoHits, como parte do Festival Banda de Casinha. “Queremos expandir nosso público e fortalecer nosso trabalho com esse EP”, afirma João Pedro Oreggia. O festival promete reunir outras bandas da cena independente, consolidando Capote como uma das revelações do rock atual.

Confira a entrevista com algumas curiosidades do lançamento e sobre a banda:

Entrevista

Como a cena do rock santista influenciou o estilo de vocês? E como essa cena se configura atualmente?

Crescemos na cena santista, transitando entre várias bandas, o que ajudou a gente a abrir portas e conhecer pessoas que fazem parte de todo o processo da Capote. Aqui é tudo bastante DIY [“Do it yourself”, ou “faça você mesmo”, um lema punk], mas isso não impede nada de sair do papel, e aprendemos muito com essa dinâmica. A cena underground da baixada sempre foi muito plural e acessível, e assim continua sendo! De estúdios como o Warzone, casas como a Central do Brasil e bandas como Atlante, Bayside Kings, Surra, Garage Fuzz e Zimbra, o rock santista respira firme com muita diversidade sonora.

O estilo de vocês remete muito ao hardcore melódico dos anos 2000, embora tenha outros elementos claros. Quais foram as maiores influências de vocês nesse primeiro EP?

A gente tem influências que transitam do hardcore melódico ao rock alternativo noventista, passando pelo indie rock e chegando até a um pouquinho de shoegaze. Algumas bandas bem importantes pra composição do primeiro EP foram Thursday, Narrow Head, Deftones, Smashing Pumpkins e Charlie Brown Jr.

Como surgiu a parceria com a Turtle’s Audio? Vocês já trabalhavam juntos antes?

O Victor chamou a gente depois que ouviu Eu, pesadelo. Acabamos ficando bem empolgados com um selo chamando a gente nos primeiros meses de banda, parecia coisa de filme. Daí começamos todo processo de gravação, produção, lançamento, viagens pra São Paulo, e o resto é história!

O primeiro EP é sempre um cartão de visitas. O que vocês acham que este cartão de visitas diz ao público que vai conhecer vocês pela primeira vez?

É o projeto-piloto que mostra o alcance sonoro e a gama de influências que nós temos, o EP transita por vários estilos e humores de maneira coesa e conectada. Queremos passar para o ouvinte a sensação de ouvir algo enérgico e nostálgico, porém fresco e com um sabor contemporâneo.

Apesar de tocarem em temas variados, acho que o som de vocês, de certa forma, fala sobre questões cotidianas da juventude urbana. Que mensagem vocês gostariam de passar para a nova geração?

Queremos passar uma sensação de identificação, que as pessoas se vejam nas letras das músicas e se conectem. Procuramos expressar o sentimento e a energia dos vocais junto com o instrumental de forma com que seja um tema, uma “cama” para as letras. As composições abordam temas variados que normalmente o jovem adulto vivencia em seu cotidiano, como uma desilusão amorosa, conexão às raízes, aceitação de quem você é ou o impasse proveniente do medo de dar uma chance para viver o novo. Esperamos que nossos ouvintes escutem nossas músicas e sintam-se acolhidos e inspirados pelo nosso som.

Eu fiquei sabendo que a banda What’s Up, da qual Chorão participou antes do Charlie Brown, começou na casa do guitarrista Pedro Oreggia. Podem nos contar essa história e como o legado da banda influencia hoje a cena underground?

O tio do JP tocou com os caras no comecinho e eles viviam na casa do JP, que servia como ponto de encontro da banda e de amigos. CBJR é uma banda que nos trouxe muita influência musical, estética, e temos a conexão com o fato de sermos de Santos também! Muita gente aqui da região começou a tocar por causa do Charlie Brown, inclusive nosso guitarrista Johnny. As músicas faziam parte demais da vida do pessoal que cresceu ali nos anos 90 e no início dos anos 2000.

Ouça aqui:

SERVIÇO
Evento: Festival Banda de Casinha
Local: Casa AlgoHits – R. Patizal, 38 – Vila Madalena, São Paulo – SP
Data: 24 de novembro de 2024 (domingo)
Horário: 15h
Atrações: capote, Jonabug, Mitocôndria, Morro Fuji, Chococorn and the Sugarcanes, Lipo + pedroacost
Ingressos

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