Sunset Front

Desde outubro de 2018, a banda jundiaiense aposta em “fazer barulho” na internet para conquistar o público. Através de uma única plataforma de streaming, a Sunset Front já foi ouvida em 76 países

Da terra da uva para o mundo: se você ainda não ouviu falar da Sunset Front, a hora é agora. A cada dia, a banda jundiaiense alcança mais pessoas através da Internet. A ideia, segundo eles, é “fazer barulho” e espalhar a marca até que alguém procure ouvi-los. Essa estratégia, junto à qualidade sonora que só cresce, está dando certo. O último single da Sunset, “Dancin’ All Night Long“, lançado no ano passado, tem quase 30 mil visualizações no Youtube (só no canal oficial) e MUITA gente torcendo para que a banda seja reconhecida mundialmente. Enquanto isso, no Spotify, suas faixas já foram ouvidas em 76 países.

Apesar do pouco tempo de existência, o trabalho que nasce da colaboração entre o vocalista Peter Oliveira (19 anos), o guitarrista João Garcia (18 anos), o guitarrista Vitor Perez (21 anos) e o baterista Daniel Antunes (21 anos,) não sai das playlists de muita gente. A preocupação em aproveitar os recursos tecnológicos para a divulgação do som que fazem é constante desde que decidiram formar a Sunset Front.

De amigos para parceiros de banda

João sempre foi uma criança rockeira por influência dos pais. Ele conta que, na infância, só ouvia rock, apesar de ter um gosto musical mais diverso hoje em dia.

“Acho que, desde uns 5 anos, eu já tava na sala com meu pai, assistindo DVD do Linkin Park. Foi a primeira banda que eu curti na vida, e que me fez interessar muito por música… E aí a gente vai amadurecendo. Acho que, com uns 14/15 anos pra frente, eu fui ouvindo literalmente tudo: pop, eletrônica, música alternativa e por aí vai”.

O contato com a música foi além dos ouvidos, já que ele aprendeu a tocar violão ainda criança. Com o tempo, acabou deixando de praticar.

Peter conta que sempre ouviu “de tudo“. Enquanto a mãe ouvia músicas brasileiras, do sertanejo ao samba/pagode, o pai era ligado no rock de Pink Floyd, AC/DC, Iron Maiden, Metallica e outros clássicos. João e Peter se tornaram amigos no segundo ano do ensino médio, quando eram colegas de sala de aula. Como costuma acontecer, o que aproximou os dois foram os gostos musicais em comum.

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Um dia, combinaram de começarem a tocar juntos para se divertirem. Se encontravam em qualquer lugar que fosse possível para fazer covers de bandas, como Arctic Monkeys, The Neighbourhood e Tame Impala. Com o tempo, a vontade de tornar aquilo maior levou os dois amigos a produzirem suas próprias músicas.

E é aí que o poder da parceria entra em ação novamente. Chamaram o amigo Bruno Hera (vocalista e produtor da Temple of Utopia) para fazerem uns sons juntos. O primeiro EP da banda, “Missing You“, foi produzido pelos três e é composto por 6 músicas. Em julho, menos de 2 meses após o lançamento, ele já tinha sido ouvido mais de 100 mil vezes pelo Spotify. Os músicos contam que o EP começou a ser produzido em outubro de 2018, resultando em 5 meses de produção.

Curiosidade especial: Para gravarem o material, utilizaram um microfone de um console de videogame, mais precisamente o Nintendo Wii, do próprio Bruno.

A internet não só ajuda a banda a divulgar seu trabalho, mas também foi ferramenta essencial para que eles encontrassem as peças que faltavam. Conheceram Vitor Perez em um grupo de Whatsapp do show do Arctic Monkeys, que rolou aqui no Brasil em 2019. Começaram a conversar e viram que as ideias se encaixavam. Quando surgiu a oportunidade, Vitor foi convidado para integrar à banda como guitarrista.

Com Daniel, foi mais aleatório e inesperado, mas o importante é que deu certo! No final de 2018, quando estavam procurando músicos, começaram a entrar em grupos de Facebook de Jundiaí para ver se encontravam alguém. João e Peter contam que a busca era complicada por morarem em cidade de interior, onde o contato com pessoas com o perfil que eles procuravam era bem mais difícil do que seria se morassem em grandes metrópoles.

“Todo mundo que tinha foto de perfil ou de capa com uma ‘batera’, a gente abordava.”

Finalmente encontraram o Dani, bateram um papo e deram o match que precisavam.

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‘Sunset Front’? De onde vem o nome?

É fato que a gente fica mesmo curioso sobre o que tem por trás da escolha de nome de uma banda, e com a Sunset Front não seria diferente. João e Peter contam que a ideia vem de uma brincadeira que começou na sala de aula. Os dois tinham um grupo de amigos e eles sentavam nas cadeiras da frente. Já deu pra adivinhar?

É, acredite se quiser! No início, quando não eram uma banda oficial, já se chamavam de Front. Parte dos créditos pelo nome, na verdade, deveriam ser de uma professora que eles tinham, que os chamavam de “quadrilha da frente“. “E aí, quando a gente pensou ‘caraca! Nós somos uma banda agora!’, e a gente precisou de um nome, aí pensamos em incluir ‘sunset‘”, relembra João.

Peter esclarece também, que a expressão não veio do nada, já que era interessante pensar em palavras que combinassem com “front“, e também, que lembrassem a vibe do Vaporwave, pois desde o princípio, eles tinham essa preocupação com a estética. “Então, a gente pensava em palavras que se encaixariam com “front”, e “sunset” foi a melhor opção”, conta.

Estética, inspirações e processo criativo

É notável o zelo da banda em fazer algo bom esteticamente, e isso inclui o nome, como você viu. Os gêneros musicais inspirados nos elementos oitentistas/noventistas, claramente, são referência para o som que eles fazem. Além do Vaporwave, o Synthwave é exemplo evidente disso, não só no movimento musical da Sunset Front, mas também na maneira de divulgar seus trabalhos, inclusive pelo fato de esses gêneros terem nascido em nichos da Internet.

A identidade visual, tanto do emblema da banda quanto das capas de singles e do EP, por exemplo, fazem parte de algo que os integrantes da banda chamam de “escolha estética“. O vocalista Peter é quem faz as artes. Ele conta que a preocupação, nesse caso, é com a paleta de cores, sempre inspirada em roxo, azul e tons semelhantes que lembrem a característica aesthetic do Vaporwave.

O guitarrista João foi quem editou o clipe de “Dancin’…“, e atualmente, o Saga do Sector 95 é quem produz e edita as músicas para a banda. “Literalmente, tudo é a gente mesmo que faz. Tipo o clipe, a gente chamou um amigo nosso que gravou tudo com a gente”, conta, A colaboração do Bruno continua sendo muito importante para a construção da carreira da Sunset e o microfone do Nintendo Wii não deixou de ser usado até hoje.

É claro que, como eles mesmos destacam, o som passa por uma fase de amadurecimento com o tempo. Mas a essência continua a mesma, inclusive no processo criativo. A ideia inicial, conta João, vem sempre da guitarra. No começo era pelo violão, quando eles se juntavam e acabavam fazendo tudo coletivamente.

A letra, na verdade, é a última a ser feita e, inclusive, é o processo que eles mais sentem dificuldade. No primeiro passo, na guitarra, eles já têm um “tema geral” em mente que aquela música deve ter. E aí, a “escolha estética” entra novamente, já que a composição das músicas são todas em inglês. Além de ouvirem mais músicas internacionais, eles acreditam que, para o tipo de som que fazem, o ideal é que não seja em português. Sendo assim, eles se mantêm sem pretensões de lançar algum trabalho na língua materna.

“Ouça Sunset Front!”

Em outra era, com certeza o grupo jundiaiense cresceria diferente – e provavelmente não encontraria as peças que faltavam tão facilmente. Mas a verdade é que a Sunset Front sabe bem como usar a Internet a seu favor. Peter e os outros integrantes da banda são engajados em mostrar as músicas para a família, amigos e, principalmente, em compartilhar os materiais nas redes sociais. Afinal, em tempos da cibercultura, cada um multiplica sua informação como bem quiser. Já eles, multiplicam admiradores.

Graças ao público, a banda é cada vez mais reconhecida, mesmo que ainda esteja longe do que merecem. Os fãs sempre fazem questão de comentar por aí que o mundo precisa ouvir o som nostálgico e, ao mesmo tempo, tão moderno, que fazem em Jundiaí. Dependendo das páginas, canais e perfis que você acompanha, com certeza já deve ter lido “Ouça Sunset Front” por aí – mesmo que seja em posts sem N-E-N-H-U-M C-O-N-T-E-X-T-O!

Para eles, todo esse movimento na Internet é mais importante do que, propriamente, fazer a música. Esse sucesso já rendeu recursos financeiros para a banda que, recentemente, comprou uma interface de áudio para melhorar a qualidade do que entregam ao público. O dinheiro foi arrecadado a partir dos streams da banda no Spotify. É a primeira vez que conseguem comprar algum material com o que ganharam na música.

“Fazer música em si, é tipo 10% do trabalho. 90% do que a gente faz é fazer as pessoas ouvirem, isso é muito importante nessa era digital do streaming. Hoje em dia qualquer um pode fazer… a quantidade de bandas que tem, e de gente fazendo música, é absurda! Então, o mais importante, hoje em dia, é você chamar atenção!”

No momento, o foco de Peter, João, Vitor e Daniel – juntamente com os outros colaboradores – é gravar músicas. A banda já tocou em alguns shows, mas ainda não estão muito ativos em performances ao vivo. Peter conta que singles devem ser lançados ao longo do ano, e depois, como consequência, as oportunidades de shows, festivais e contratantes, no geral, devem surgir. “O máximo que a gente conseguir fazer, a gente vai fazer!“, diz.

Os membros da banda indicam para quem quer conhecê-los agora, que ouçam o single mais recente e “a música mais bem resolvida e bem feita em termos de composição e arranjo“: “Dancin’ All Night Long“. Mas a gente pode ir além e acompanhar todas as faixas, bem como a evolução musical – e muito empreendedora! – dos jovens músicos da terra da uva. Afinal, você já ouviu a palavra da Sunset Front hoje? Não? Então, Ouça Sunset Front!

Acompanhe a Sunset Front pelo Youtube, Facebook, Instagram, Spotify, Deezer e por toda a internet!

https://www.instagram.com/p/B74LAHnlPfV/

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