Foto: Tata Leon (Revista Balaclava)
Quem consegue encontrar tanta inspiração para compor em uma das principais e mais queridas bandas alternativas do país e também em um trabalho solo? É o que Ale Sater faz com maestria. Mostrando seu lado mais íntimo e pessoal desde 2016, com seu EP Japão, o vocalista do Terno Rei não nega o frio na barriga ao enfrentar um palco sozinho.
Ale Sater se apresentará no nosso Festival 5 Bandas que acontece no dia 31 de agosto, na Casa Rockambole, em São Paulo. Quer ver um trecho em vídeo? Dá uma conferida no nosso instagram @minutoindie e as informações do festival no @5_bandas
MI: O EP Fantasmas foi lançado em 2021 em um momento mais introspectivo pra todo mundo (por conta da pandemia). Pra você, como é apresentar aquelas composições no palco em 2024?
Ale: Muito legal, pois são músicas que eu sempre gostei muito e nunca tive a oportunidade de gravar. Então aproveitei aquele momento pra colocá-las pra fora. Pra mim, as músicas são meio atemporais, elas soam assim pela história que eu tenho com elas. Algumas são muito antigas e outras recentes, naquele momento, e continuo gostando delas igual. Ver as pessoas conhecendo as músicas é bem da hora!
MI: O que é mais fácil, fazer um show intimista e pessoal ou show da banda em um festival maior?
Ale: Na banda! Porque ali você está em uma “gangue”, olha pra o lado, se sente mais confortável, como uma família. No solo é uma coisa nova pra mim, algo desconhecido, já que só agora que eu estou começando a pegar firme mesmo e fazer mais shows.
MI: É impossível alguém te conhecer e não associar sempre ao Terno Rei. Afinal, vocês fizeram um trabalho incrível, tanto no Violeta como no Gêmeos. Como você lida com esse lado solo? Acha que os fãs conseguem compreender o Ale além da banda?
Ale: Acho que sim, de forma crescente, acho que é um processo que rola aos poucos e imagino que lançar um álbum vai ser importante pra isso. Mesmo tendo gravado poucas coisas, tem pessoas que vão nos shows [do Terno Rei] que até gostam mais. Muita gente também pede, pelas cidades que nos apresentamos, como Fortaleza, Recife “pô, a gente tá precisando de um show seu aqui!” Então, é uma coisa que está acontecendo de uma forma orgânica e aos poucos, mas é claro que tem uma associação grande com a banda.
MI: Como você sabe (ou melhor, sente) que determinada inspiração pra composição é para Ale ou para Terno Rei? Tem algum processo pra isso?
Ale: Não. Eu deixo elas virem como elas são e acho que a característica/vibe geral da música me leva pra um lugar ou pra outro. Mas nada me impede de fazer uma música com muita cara de projeto solo na banda e fazer uma roupagem nova pra ela e ver o que acontece. Acho que querendo ou não, nas músicas que eu fiz solo, tem essa característica ainda mais intimista, tem um pouco mais de som de madeira, mais orgânico, sabe? Eu uso sim synth, os beats, mas tem uma carinha mais amadeirada do que a banda, que já é uma cara mais metálica, guitarras, efeitos, bateria mais presente… mas nada impede uma coisa de ser a outra, é legal fazer esses testes. Tem uma regra, mas não tem.
MI: Quase oito anos do lançamento de ‘Japão’ o que o Ale de 2024 sente de mais diferente daquela época?
Ale: Ficando mais velho a gente tem mais experiência pra saber melhor sobre coisas de gravação mesmo, a gente corta caminhos pra não errar coisas que naquela época era muito experimental ainda, com a vontade artística falando. Hoje, eu consigo concretizar melhor as coisas, simplesmente por já ter feito outras vezes. Mas o Ale de hoje também precisa aprender ainda! Hoje mesmo gravei algo e pensei “cara, podia ser melhor”. rsrs
MI: Terno Rei está em estúdio pra um novo trabalho e você comentou sobre o álbum solo. Já está pronto?
Ale: Já está pronto. Ontem mesmo subi o primeiro single na distribuidora, daqui algumas semanas eu lanço a música e o álbum terá onze faixas, produzidas entre dezembro de 2023 e junho desse ano. E estou muito feliz com ele! É muito melhor do que eu imaginava e estou na expectativa, vamos ver se as pessoas vão gostar também. Espero poder fazer shows Brasil à fora e não ficar tanto só em São Paulo.
MI: Então já teremos músicas novas no final de agosto para o 5Bandas!
Ale: Sim! Pelo menos duas!
MI: Como você enxerga a importância de pequenos festivais como o 5 Bandas hoje em dia?
Ale: Ah! Importância total! Acho que é um grande encontro entre pessoas que gostam das mesmas coisas e que elas podem viver uma experiência f*da, sabe? Amigos que estão montando uma banda, ou amigos simplesmente, ou um casal de namorados que estão ali pra ouvir coisas diferentes em um show acessível. É diferente de você ir em um show, sei lá, do Kings Of Leon, é outra coisa! É muito legal ver um grande show, mas ver um festival, ainda mais com essa característica de ser independente é uma coisa muito significativa. E é sempre uma grande surpresa! Falo por esse lado dos artistas mesmo, alguns com pouca experiência de shows, ou que estão começando (como eu, lançando o disco), etc. Tem um Q especial. E sempre deu bom, né? Já rolava o 5 Bandas antes e acho que agora será melhor ainda!
MI: É a nossa intenção mesmo! O que você quer que o público sinta na noite do dia 31 de agosto?
Ale: Ah! Eu quero que sintam a música que estará rolando ali, que viva com a gente (os artistas) as surpresas que virão. Fazer a galera bater o coração e, como eu digo, levantar os pelinhos do braço! É isso que eu espero!
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