quarteto catarinense é uma das atrações do festival 5 bandas

A Adorável Clichê é uma daquelas bandas que entregam emoção sem precisar forçar nada, e é exatamente isso que eles prometem trazer para o 5 bandas. Com um som que mistura indie rock, Shoegaze, Dreampop e letras que falam direto com a geração que sente tudo ao mesmo tempo, o grupo chega com força para marcar a noite na Casa Rockambole trazendo um repertório grandioso depois do sucesso do último disco “sonhos que nunca morrem”, presente nas principais listas de melhores discos de 2024 incluindo a nossa dos 20 melhores discos nacionais. A banda catarinense que conta com os integrantes Gabrielle Philippi (voz), Felipe Protski (guitarras, sintetizadores, voz), Marlon Lopes (Produtor e Guitarrista) e Gabriel Geisler (baixo) trocou uma ideia com a gente sobre trajetória, influências e o que esperam desse momento ao vivo.

Adorável Clichê: "Cadência" - Música Instantânea

Confere aí a entrevista na íntegra:

 

MI: primeiro queria dar parabéns pelo disco e pelo sucesso, queria saber como que foi trabalhar nesse disco e quais foram as influências pra fazer esse som? 

Marlon: Trabalhar no disco foi um processo longo e cansativo. Na real, a gente meio que já estava se preparando há um tempo, mesmo quando lançávamos singles,  mesmo sabendo que eles não iam entrar no álbum, era como se fossem ensaios pro que viria. Mas o trabalho mais direto mesmo começou no final de 2022, começo de 2023, quando a gente definiu melhor a estética do disco. Algumas músicas a gente já sabia desde o início que fariam parte do álbum, tanto que seguramos e nem lançamos como single. A partir daí, entendemos melhor qual seria o caminho e começamos a trabalhar pra valer. Então, dá pra dizer que foi cerca de um ano de trabalho intenso focado no disco.

Gab: Mais voltado, né?

Marlon: sim, Foi um ano em que a gente trabalhou bastante, começando ali no final de dezembro até mais ou menos março, abril. Aí rolou um B.Ozinho com a última música, distantes — a gente não conseguia resolver, travou mesmo. Acabamos deixando de lado por uns três, quatro meses, sem mexer em nada. Só voltamos a trabalhar nela mais pro final do ano. Sobre as influências, acho que tem bastante de Slowdive, My Bloody Valentine, talvez Explosions in the Sky… esse tipo de som.

Felipe: Acho que foi bem isso mesmo, foi esse processo de Marlon e Gabi fazendo base e a gente lá na casa dele, da casa do Marlon para dar pitacos e trabalhar em cima das músicas até saírem. Foi mais ou menos isso mesmo.

Gab: A banda se reunindo pra produzir tudo junto, dar opinião e é isso.

 

MI: E eu queria saber o que foi diferente na produção do primeiro disco de vocês, de o que existe dentro de mim, para o Sonhos Que Nunca Morrem.

Marlon: Mudou desde os integrantes, né? Na época o Geisler não tava conosco ainda, tava o Toledo, né?

Gab: Tava só eu, o Marlon e daí o Toledo com o Yaroldo Batista e o Diogo Leal com o Batista também.

Marlon: A produção foi mais focada nos ensaios, né? No álbum anterior, a gente ensaiava bastante e levava aquilo direto pros momentos de gravação. Já nesse disco foi o contrário: a gente começou gravando e depois levou esse material pros ensaios. Então a forma de criar as músicas mudou completamente. Outra coisa que mudou também foi o nosso nível de conhecimento — a gente sabia bem menos na época do primeiro álbum. Com a produção desse novo trabalho, a gente trouxe muitos aprendizados, tanto dos singles quanto do primeiro disco. Acho que as principais diferenças foram mesmo na forma de composição e também nos equipamentos que usamos. Dessa vez, conseguimos gravar com uma estrutura um pouco melhor, com um computador que não travava, por exemplo, o que já faz bastante diferença.

Gab: Com caixa, que o álbum o Marlon usou de referência fone de ouvido só.

Marlon: Fone de ouvido e uma JBL, né?

Felipe: JBL, não esquece da JBL!

Gab: E o som do carro da mãe dele!

Marlon: E é isso, acho que essa foi a principal mudança, porque as referências eram meio que as mesmas, assim.

 

MI: E como tem sido a recepção do público nas apresentações do novo disco?

Marlon: Tá sendo boa né, Gabi?

Gab: Sim, tá sendo bem legal na verdade! Muita gente vem falar com a gente depois do show, vem trocar ideia Enfim, falar como as músicas se envolvem na vida dessas pessoas E eu acho que essa chega a ser uma parte que eu até prefiro do que o show, tá? Porque é muito gostoso, é muito legal.

Marlon: É, conhecer as pessoas.

Gab: E conhecer as pessoas também, que ouvem a gente.

Marlon: E tipo assim, que nem no show que a gente fez no Sesc, teve bastante pessoal, assim, diferente do que, vamos dizer, do que a gente estava acostumado a receber de público até então. Que geralmente é a galera mais jovem, assim. Mas a gente viu uma galera até com um pouco mais de idade. 

Gab: Foi a família inteira ver o show. Foi muito legal isso.

Marlon: Cara, foi a primeira vez que eu lembro pelo menos que isso aconteceu assim. E sempre é uma troca muito legal, né? Tipo, a gente ir nos shows e depois falar com o pessoal. Eu achei isso tá sendo bem legal E na recepção, assim, a gente até por um lado mais frio, olhando números Eu acho que as músicas estão ali, subiram no Spotify, né? Elas estão ali como mais ouvidas das nossas ali, pelo menos Quer dizer, eu não tô vendo mais azulzinho ali em cima Então quer dizer que alguma coisa de certa a gente fez ali Assim, porque senão todo mundo poderia estar ouvindo e dizendo, não, outra é melhor, vamos.

Gab: Voltar pro outro É, garoto, vocês querem falar também sobre isso?

Felipe: A recepção, esse negócio da participação do público tá sendo bem legal mesmo. Tem muitas músicas que o pessoal gosta de cantar junto, sabe? Daí a Gabi passa o microfone pro pessoal e o pessoal canta. Isso acaba sendo bem legal. É legal ver essa interação do público com a banda, sabe? E como falaram ali, no final do show que todo mundo… Sei lá, mesmo que for uma pessoa, mas sempre tem alguém que vem falar com a gente pra dizer que gosta muito do álbum Ou que acompanha a banda desde certo álbum ou certo período da vida, isso marcou muito, esse tipo de coisa é sempre muito legal de ouvir Ah, da hora!

 

MI: E qual a expectativa para tocar no 5 bandas? dividir o palco da Casa Rockambole com outras bandas 

Marlon: É, a gente tá bastante empolgado, na real, e assim, a Rock and Ball, eu e o Geissler, a gente foi ver This Will Destroy You quando teve com a balaclava ali, né? A gente tava pra fazer o show do SESC, daí a gente conseguiu ir nesse show também, né? E, pô, a casa é bem legal, assim, né? Foi a primeira vez que a gente foi lá O som tava bem legal, então a gente tá bem empolgado e ainda mais sabendo que vamos dividir o palco, por exemplo, com o Boogarins, né?

Gabi: Meu, quantos shows a gente já não foi juntos, né, Marlon? Ver o Boogarins

Marlon: Boogarins a gente também, na verdade, conheci eles em 2013, no fundo, né, André? Mas assim, foi um troço bem inusitado, porque eles abriram pra quem? Pra nada mais, nada menos que Jota Quest! Sim, é a line que faz sentido.

Gab: Sim, nós eramos adolescentes, assim, tocando primeiro umas, sei lá, cinco músicas, na real Duas músicas, aí depois Boogarins, depois Jota Quest. É assim, nada a ver com nada, mas é histórias da vida.

 

MI: teremos alguma surpresa na apresentação?

Marlon: Ó, alguma coisa que a gente tá vendo, trabalhando faz um tempo já, o Geisler tá comandando isso, é alguns visuais assim, pra botar em telão, coisa assim, pra acompanhar o show e dar mais uma ambientação legal.

Felipe: Além dos visuais, a gente também tá vendo alguma coisa de single para colocar também, que não é uma coisa que a gente toca sempre, né? E aí é uma coisa que a gente tá pensando também em adicionar. Mas daí fica pra quem for no dia, vai saber qual é a surpresa que a gente tá pensando. Não dá pra revelar o setlist. Top Secret.

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Autor

Escrito por

João Pedro Cabral

Fotógrafo e estudante de Produção Cultural que só queria ser um dos strokes e coleciona uns discos que encontra por ai.