Antes de tudo, é importante saber que a música é, dentre muitas coisas, o reflexo da cultura de um grupo social. Assim, muitos gêneros nasceram diretamente dessa dinâmica, como o hip hop, o punk e o reggae. Então, a política é parte fundamental na origem da música.

Muita gente acha que os Beatles tinham uma postura de 'bonzinho chapa branca', mas não é verdade. O próprio John Lennon chegou a ser grampeado pelo FBI por causa de seu envolvimento com movimentos de esquerda no início dos anos 70.

Marvin Gaye desafiou sua gravadora ao propor um disco com discurso político. 'What's Going On' (1971) trazia críticas à guerra do Vietnã, à desigualdade, e à violência policial. Foi considerado pela Rolling Stone o álbum mais importante de todos os tempos.

Um dos maiores clássicos da MPB, a música 'Cale-se' (1973), de Chico Buarque e Gilberto Gil, traz uma descrição metafórica da repressão que o país passava durante a ditadura militar, com versos como "tanta mentira, tanta força bruta" e "Como é difícil acordar calado".

Em 2020, durante os protestos anti-racistas decorrente do assassinato de George Floyd, vários artistas chegaram a se posicionar, tanto fortalecendo movimentos sociais, quanto manifestando indignação através de músicas sobre o tema. Entre eles Beyoncé, H.E.R., The Weekend, e The Killers.

Roger Waters é conhecido tanto por sua música quanto por suas manifestações políticas. Recentemente, ele tem sido ativo na conscientização em relação à violência do estado israelense ao povo palestino.