Selecionamos nossos vinte lançamentos gringos favoritos de 2022
Receber um 20º álbum do King Gizzard & The Lizard Wizard já seria alegria o suficiente para 2022, mas tivemos mais lançamentos internacionais excelentes que marcaram o ano. Com nomes como Kendrick Lamar, Nilüfer Yanya, Steve Lacy e Big Thief, confira os nossos favoritos do ano.
PAINLESS
Nilüfer Yanya
Nilüfer Yanya carrega o indie rock em pleno 2022. Se você não chegou a saber da existência deste disco, peço urgência na audição dele! De todos os discos indie rock mais recentes, este mostra uma nova possibilidade de faze-lo. A guitarra é indie rock, porém, mais puxada as cordas médias e graves. Seu vocal é grave e rouco. Influências do início de carreira da PJ Harvey e Pixies. As letras são um ponto alto, e giram em torno sobre fins, dores, saudades e reflexões. B
Mr. Morale & The Big Stepper
Kendrick Lamar
O maior nome do rap atual escreve mais um capítulo na sua cinematográfica discografia, nesse que talvez seja seu álbum com mais carga emocional. LG
MOTOMAMI
Rosalía
Cheia de elementos sonoros, estranhezas delicadas, sensualidade e várias referências, incluindo brasileiras. Esse disco surge como uma grande surpresa, diferente de tudo que estava em alta na época. BS
Omnium Gatherum
King Gizzard & Lizard Wizard
Esse disco é simplesmente um resumo de como é a banda é prolifera musicalmente, eles conseguem colocar um pouco de tudo em 16 músicas muito boas! A
Gemimi Rights
Steve Lacy
Em seu segundo álbum de estúdio em carreira solo, o prolífico artista californiano atinge o ápice da sua junção entre o virtuosimo e o feeling genuíno de uma grande mente da música pop. LG
CRASH
Charli XCX
Fim de uma era de contrato com a gravadora, neste disco Charli parece estar despreocupada e se divertindo, como quem quer encerrar algo, mas ainda entregando um ótimo álbum pop de caráter mais mainstream, porém, ainda diferente para o mainstream. Vale a pena ouvir as músicas do deluxe. B
The Car
Arctic Monkeys
A expectativa de um novo AM sempre gerou frustrações em parte dos fãs, mas em The Car a banda entende que o tempo passou e eles não são mais aqueles garotos que cantam roquinho fofo. Esse parece ser uma versão melhorada do anterior, e mostra a maturidade da banda. BS
Un Verano Sin Ti
Bad Bunny
Benito segue um dos maiores hitmakers desse século, olhando para frente enquanto presta homenagem aos ritmos e ídolos que o precederam. Não há como não se apaixonar, pelo menos, por uma faixa desse disco. ML
Cool It Down
Yeah Yeah Yeahs
Yeah Yeah Yeahs! retornou de maneira grandiosa, e mesmo depois de anos conseguem passar nostalgia e o frescor do indie atual. Músicas para tocar na pista de dança, com luzes de led e globo espelhado, dançando e sofrendo – em algumas. E esse talvez seja um dos melhores discos da banda. BS
Being Funny In a Foreign Language
The 1975
Após as experimentações eletrônicas no último álbum, o quarteto britânico retoma sua visão caricata e iventiva de pop rock num ambiente dramático e inspirado. LG
Dawn FM
The Weekend
O conceito de ser uma “rádio” tornou tudo ainda melhor. Elementos já conhecidos de Abel, mas também experimentações novas que tornaram o álbum aclamado esse ano! LJ
Denzel Curry
Melt My Eyes See The Future
Denzel segue driblando as tendências mais genéricas , criando sua própria linha. Refrões chicletes, boa composição, excelentes feats e clipes emblemáticos marcam mais uma era do consistente rapper. ML
Harry’s House
Harry Styles
Se existia alguém ainda relutante com Harry, acabou aqui! Mais um álbum bem produzido e que se tornará atemporal. LJ
Dragon New Warm Mountain I Believe In You
Big Thief
Depois de Adrianne Lenker e Buck Meek lançarem álbuns solo, a banda do Brooklyn volta na sua melhor forma, num conjunto de músicas que trazem a visceralidade e a introspecção do seu folk rock alternativo. LG
Jack In The Box
J-hope
Ninguém esperava que o membro mais pra cima do BTS viria com um disco regado de horrorcore e temas densos, sem distrações ou disfarces coloridos. Um dos discos de rap mais interessantes no ano, a partir da perspectiva dolorida de quem atingiu um nível global de fama. J-Hope provou, mais uma vez, o que os diferencia dos demais: a imprevisibilidade, individualidade e dedicação. ML
A Light For Attracting Attention
The Smile
Depois de mais de uma década, enfim um álbum de Thom Yorke e Jonny Greenwood num direcionamento mais rock, mas nem por isso previsível. LG
NO THANK YOU
Little Simz
Em 2021, Simba lançou um álbum grandioso. Em 2022, ela anUncia de forma rápida a data do lançamento do seu novo disco que chegou em dezembro. Após escutar ”NO THANK YOU”, continuo a afirmar que Little Simz é uma das grandes artistas a nível de Kendrick Lamar e Tyler, The Creator, mesmo a crítica não dando essa moral. A mensagem que antecede o lançamento, sinteriza o disco. B
Cave World
Viagra Boys
Palmas para o Viagra Boys por conseguir fazer um disco divertido falando sobre a complexa masculinidade de hoje e nossas terríveis obsessões com teorias da conspiração. É como acompanhar um fórum pavoroso, mas irresistível, nos confins da internet. ML
And In The Darkness, Hearts Aglow
Weyes Blood
Natalie, vulgo Weyes Blood, traz a melancolia e calmaria na ambientação criada nos arranjos de cordas e coros, assim como seu anterior Titanic Rising, sendo esse é o segundo na trilogia. É incrível como ela consegue nos fazer íntimos e sentir cada momento.” BS
Hellfire
black midi
Chegamos no 3º disco da banda inglesa e uma das questões para mim era se repetiriam a fórmula ou diminuíram no gás. Pelo contrário: a capa é a constatação de seu som que continua caótico e veloz, com imagens cinematográficas. B
Extra
RENAISSANCE
Beyoncé
São raros os discos que caem na lista de todos os membros da equipe, mas não teve como ser diferente com o RENAISSANCE da Beyoncé. Como exceção, diferentes colaboradores comentam sobre o nosso +1 da lista de 20 melhores álbuns gringos do ano.
Bruno Santos: Em ano de Beyoncé, os outros vêm atrás. A produção desse álbum é absurda, com as faixas entrelaçadas, os samples, os elementos usados, os conceitos, a energia… Em certo ponto do disco, você escuta umas 5 músicas achando que é uma só e quando a sequência acaba estamos em êxtase.
Binha: Gosto de pensar neste disco como a Beyoncé dando aula para um geração que está começando a ouvir música, mostrando a história do surgimento da música eletrônica e de como isso está atrelado aos espaços seguros para vivência entre pessoas negras, latinas e LGBTQIAP+. Beyoncé vai do house ao techno e ousa ao samplear Donna Summer.
Maria Luísa Rodrigues: Dançar, depois de um período caótico e tenso como o que vivemos, é uma questão de sobrevivência. O Renaissance introduz uma homenagem às pistas e a história da música eletrônica, reforçando o lugar da festa como um escape necessário e também político. A voz da Beyoncé nos tira daqui durante o disco, carregando pra um presente mais esperançoso entre as referências ao passado e a mão que nos puxa para frente. Só hit, atemporal.
Textos por Alê Giglio, Binha, Bruno Santos, Laís Jardim, Luan Gomes e Maria Luísa Rodrigues.
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