“Olivia”, lançado nesta quarta (24), questiona religião, intolerância e violência

Ser transgênero no Brasil é uma tarefa árdua. Segundo levantamento feito pela ONG Transgender Europe, o país lidera o ranking mundial de assassinatos de mulheres travestis, mulheres transexuais e homens trans.

Falar sobre o assunto é o primeiro passo para contribuir com a visibilidade da causa na sociedade atual.

Olivia, de Thalles Cabral, é protagonizado pela atriz, cantora, dançarina, compositora e mulher trans, Danna Lisboa.

Com cenas fortes, o clipe questiona a vida espetacularizada e inferiorizada, assim como o cotidiano violento de quem sofre a transfobia na pele.

“Não falar sobre isso seria uma decisão muito fácil para mim, para evitar polêmica e outras questões.

Mas não é como eu me relaciono com a arte. Sei dos meus privilégios e quero usar esse espaço pra falar de coisas importantes”, explica Thalles.

“Não é um problema que deve ser lidado apenas pelas pessoas trans, é um problema de todos nós enquanto cidadãos.

Deveríamos nos sentir envergonhados de viver em uma sociedade onde isso acontece com tanta frequência e com números tão significativos.

É inadmissível”, completa. O cantor se apresenta em São Paulo, dia 27 de abril, no Z Largo da Batata com participação de Danna, Geo e Ana Larousse, além da abertura de Dani Vellocet.

Sobre o Clipe

Olivia traz como tema principal a liberdade, assim como todos os clipes do álbum Utopia.

“Falo da distopia como uma trajetória para chegar na utopia. E nessa realidade em que vivemos no país, a utopia virou o mínimo de dignidade.

As coisas vão tão mal que estamos nos contentando com o básico, que está longe de ser utópico”, explica Thalles.

Olivia reforça esse conceito ao trazer questões atuais e pertinentes, como a religião utilizada como instrumento para controlar e impor princípios sobre outras vidas e violências cotidianas causadas pela intolerância.

O mandamento “Ame o seu próximo como a si mesmo” é facilmente refutado quando o próximo é qualquer pessoa que não se adequa aos padrões do que se espera.

“A premissa do clipe surgiu depois de ter assistido a um vídeo em que uma travesti era agredida na rua por alguns homens. Muitas pessoas assistiam a cena sem fazer absolutamente nada para ajudar”, explica Thalles.

“Neste clipe falamos de violência, ódio e intolerância, mas também falamos sobre amor e afeto. Que eu acredito que seja a única forma de combater o ódio”, completa.

Danna, que foi parte fundamental em toda a elaboração e produção de Olivia, relata que o clipe é uma representação bem verdadeira da vida real.

“Passar pelo o que eu passei faz com que o clipe seja muito mais realidade do que ficção.

Pra mim, é muito importante trazer essa representatividade e dar voz a essa parcela da sociedade que vai se identificar com os vários tipos de violência que o clipe mostra”, conta Danna.

“Falar sobre isso é responsabilidade de todo mundo, é uma luta de todos nós. Amor e afeto ao próximo vão muito além de religião”, completa.

Sobre a letra

A letra de Olivia, composta por Thalles em 2015, foi inspirada na peça teatral BR Trans, de Silvero Pereira, que traz fragmentos de histórias reais coletadas em conversas com travestis, transexuais e transformistas.

A peça apresenta os sonhos, desejos, vivências e conquistas, além de relatos de exclusão e violência presentes no cotidiano dessas pessoas.

Intérprete de Olivia, Danna lançou o seu primeiro EP, Ideais, que surge pela necessidade de expressão de uma mulher trans periférica a partir da variedade de estilos como R&B , hip hop, rock, reggae e música eletrônica.

Sua primeira atuação foi como protagonista de seu clipe Cidade Neon, que rendeu um curta metragem com o mesmo título e trouxe o prêmio de melhor atuação pelo Festival Film Works.

Danna encontrou na arte o seu lugar de pertencimento e transmite, em Olivia, toda a sua força por meio da dança como lilbertação.

“Quando vejo Olivia dançando, eu lembro de mim mesma. Ela dança como quem diz: ‘vocês não têm noção da força que eu tenho’. É a linguagem da alma, a conexão e o resgate de quem você realmente é”, conta Danna.

SOBRE THALLES CABRAL

Com uma forte bagagem das artes cênicas, Thalles já mostra em sua música as influências do cinema, sempre trazendo doses de lirismo, dramas, paixões e personagens às canções.

Seu primeiro álbum, Utopia, traz 11 faixas autorais divididas em dois atos: um mais solar e outro mais frio.

Seu rock alternativo ecoa com sons metalizados e elementos eletrônicos, com a presença de instrumentos como charango, viola violino, quarteto de cordas.

Cada uma das músicas do disco formam uma história de um único universo narrativo, com clipes dirigidos pelo próprio Thalles. O clipe da sétima canção do álbum, Olivia, será lançado em abril desse ano.

O primeiro trabalho de Thalles no cinema foi com o filme Yonlu, com direção de Hique Montanari, que resultou no prêmio de Melhor Ator pelo New Renaissance Film Festival de Amsterdam, além de Prêmio Humanidade pela mensagem social que o filme possui.

Além disso, Yonlu também recebeu o prêmio Abraccine de “Melhor filme brasileiro de diretor estreante” na Mostra de São Paulo em 2017 e, recentemente, também recebeu indicação no Festival Internacional de Cinema de Madrid nas categorias de Melhor Filme e Melhor Ator.

Thalles Cabral faz parte do elenco do filme O homem cordial, dirigido por Iberê Carvalho e estrelado por Paulo Miklos, que tem previsão de estreia para esse ano.

Atualmente, o cantor está gravando seu papel como protagonista no filme brasileiro Ecos do Silêncio, produzido pela Asacine, que se passa em três países: Brasil, Argentina e Índia, com locações nas cidades de Brasília, Buenos Aires e Varanasi.

Facebook: facebook.com/ThallesCabral

Instagram: @thalles

YouTube: youtube.com/user/thalles38

THALLES NO Z

Data: 27/04

Horário: 20h

Local: Z – Largo da Batata (Av. Brigadeiro Faria Lima, 724, Pinheiros, São Paulo/SP)

Horários:

20h – Portas

22h – Abertura: Dani Vellocet

23h – Show: Thalles (part. Geo e Ana Larousse)

01h – DJ set: Geo & Dani Vellocet

INGRESSOS:

1º Lote – R$40 inteira / R$20 meia

2º Lote – R$50 inteira / R$25 meia

VENDAS:

Online – https://www.ingresse.com/thalles-ingressos-z

Bilheteria do Cine Joia – Praça Carlos Gomes, 82 (seg a sex | 10h às 14h e 15h às 18h). CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: 16 anos

Telefone: (11) 2936-0934

Formas de pagamento: Cartões de crédito e débito: Elo, Visa, Mastercard, Diners e American Express (não aceitamos cheques) Chapelaria: R$4,00

Capacidade: 250 pessoas

Possui área de fumantes e acesso a pessoas com deficiência.

Olivia

 

Confira o último vídeo do canal Minuto Indie:

 

https://www.youtube.com/watch?v=z5bcTGO4Bxs

Autor

  • Eduardo da Costa

    Redator do site Minuto Indie. Graduado em jornalismo e pós-graduado em marketing digital e comunicação para redes sociais, amante de música, esportes, cinema e fotógrafo por hobby. Siga-me nas redes sociais: Facebook: duffnfedanfe; Instagram: nfedanfe; Twitter: _duffe; Last.Fm: duffhc3m; Pinterest: duffe_;

Escrito por

Eduardo da Costa

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