Música é produzida inteiramente por mulheres para “tirar o nó da garganta” diante de tanta negligência com a vida feminina.
Hoje, 25 de novembro, é o Dia Internacional do Combate à Violência Contra a Mulher. Abraçando a causa e a temática, a banda Teorias do Amor Moderno lançou a forte canção “Aurora”. Sobre a composição, a vocal e guitarrista Larissa Alves conta:
“Aurora é diferente, porque ela traz a dor que só pode ser sentida por nós, e por isso ela precisava ser “parida” por mulheres. Então aconteceu o que a música pediu – do início ao fim feita por mulheres”.
Dessa forma, a banda originária de Santo André decidiu que precisaria de participações: Maurício Rios (baterista) e William Vazquez (baixista) ficaram como espectadores deste trabalho depois de entenderem a importância de uma produção formada apenas por – nove – mulheres.
Com uma letra impactante e um vocal que traduz a mensagem da composição, em “Aurora” o Teorias do Amor Moderno faz ao mesmo tempo um diário de relatos que boa parte das mulheres pode se identificar, um grito de desabafo e também um recado confortante e motivador:
“Um som forte, com frases dolorosas sobre a realidade de tantas de nós [mulheres], mas com um refrão esperançoso, de luta. Não sei te dizer, não pensei em nada no momento de composição como referência musical, “Aurora” foi só sentida. Obviamente depois de pronta, pode-se perceber referências, mais deixo para aquela análise que todos gostam de fazer: “Parece com o que?”, completa Larissa Alves.
“Aurora” é produzida, captada, mixada e masterizada pela Alejandra Luciani, com o contrabaixo da Helena Papini, bateria feita pela Theo Charbel e composição, guitarra e voz feita Larissa Alves. Nos bastidores Stephanie Frick e Júlia Pessini, que cuidaram de captar as imagens e edição da gravação, Monique Ferreira no planejamento de lançamento e Victoria Ragazzi e Mariana Calheiros cuidando de toda a parte de assessoria de imprensa.
“Na busca dessas mulheres e na dificuldade de encontrá-las é que ficou ainda mais nítido esse patriarcado que vivemos, onde tantas profissões, tantos meios ainda são tão masculinizados. Parei pra pensar e muitos que trabalhei, sempre foram homens que foram indicações de outros homens. Não me recordo da indicação de uma mulher no meio musical e seu entorno, a não ser nos momentos em que de fato pedi especificamente a indicação de uma mulher. Não desmerecendo, de forma alguma, qualquer homem que eu já tenha trabalhado, pois tive muita sorte de serem homens incríveis, produtores, músicos, fotógrafos, videomaker, todos que fizeram os trabalhos com a Teorias até hoje, são incríveis e pessoas que eu gosto muito, mas é inegável como tem uma lacuna imensa para igualar a posição da mulher nesse, como em tantos outros meios”, finaliza.
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