Abusando da estética e da sonoridade pop, Rosa Neon são os anos ’10 da nova música brasileira em movimento
O mundo mudou. O Brasil mudou. Nossa música também.
Há 10 anos atrás, o mercado era outro. As bandas independentes não possuíam quase nenhum espaço, muito menos visibilidade. O mainstream era totalmente homogêneo. Nossas raízes estavam adormecidas.
O século virou, houve o boom da internet, a acessibilidade dos meios de produção musical e, o mais importante, público para quem fazia e artista para quem escutava. Isso trouxe uma liberdade estratosférica para a nossa música.
Nesse contexto, as bandas, artistas, produtores perceberam que poderiam fazer a música que quisessem. A reciprocidade seria possível.
O Terno nasceu, Carne Doce nasceu, Boogarins, Far From Alaska, Selvagens À Procura De Lei e tantas outras bandas sucedidas dessa primeira metade dos anos ’10.
A segunda metade do século é marcada pela incorporação das nossas sonoridades brasileiras, das nossas raízes, nessa cena. Veio Jaloo, com seu pop-eletro-brega, Luiza Lian com o vaporwave-macumbeiro, Mc Tha e o seu funk-místico, o fenômeno Duda Beat e a genialidade subestimada de Pabllo Vittar, que levou todos esses elementos para o mainstream.
Também é marcada pela diversidade sonora de gêneros quase inéditos nessa CENA. O noise/shoegaze do gorduratrans e da Lupe de Lupe, o bedroom/dreampop sintetizado de Yma e Gab Ferreira, o rap psicodélico e futurista de Edgar…
Assim nasce o Rosa Neon, de Minas Gerais, que é pop, estético e é extremamente Brasil. Formado por Marina Sena (A Outra Banda da Lua), Mariana Cavanellas (Lamparina e a Primavera), Marcelo Tofani e Luiz Gabriel Lopes, o Rosa estreia esse conceito novo de grupo na CENA.
Com 5 singles/videoclipes lançados (um por mês) e disco previsto para Setembro, o grupo reúne milhares de visualizações nas plataformas digitais e fizeram participações no último disco do rapper Djonga, Ladrão.
O pop-tropical do Rosa Neon, surgindo nesses dois últimos anos do século, é a nova música brasileira acontecendo. É uma possibilidade moderna. E que possibilita também. É os anos ’10 e o futuro.