Reprodução: Instagram/Acervo

Uma espera de cinco anos que valeram a pena. Na verdade, esse álbum é o mais diferente e experimental de toda a carreira do quinteto paulistano. Em 27, temos aqui, além do indie-rock, mas menos melancólico que estávamos acostumados a ouvir, mas sim, mais alegre, redondo, sem muita presença de pós-hardcore, pós-rock e pós-metal, mas com influencias de neo-psicodelia e folk, De fato, é um caminho para o Raça, mas de inicio, começaram bem essa nova era. Esqueça um pouco da tristeza da melancolia e abrace a reflexão, melhore os seus relacionamentos, seja com amigos e familiares, principalmente, sorria mais, especialmente, com pessoas que você confia.

A pandemia de COVID-19 foi um baque para todos, seja principalmente pelas vidas perdidas, pelo aumento da pobreza, mas enxergando o copo meio cheio, foi um período que os artistas puderam se descobrir, apreciar, aprimorar principalmente, a compor musicas, ou, tudo junto. No caso Raça, foi mais o caso mais provável é de se aprimorar. Saúde (2019) já tinha mostrado uma faceta mais alegre, mas em 27 (2024), temos de forma predominante, uma certa alegria no ar do Raça. 144, Que BesteiraAmizade mostram esse Raça mais leve, com até mesmo, um indie-pop com arranjos orquestrais. O álbum ainda tem participações nacionais e internacionais. Carlos Dias em Debochado, Gana com a maravilhosa Gab Ferreira e Marina Nemesio na hipnotizante Expectativa, que tem uma forte pegada de rock psicodélico com pop. Mas não para somente aqui, Gal Go, artista argentina de neo-psicodelia, simplesmente cria uma camada sonora que apenas você ouvindo a faixa Eu Penso, que é a melhor faixa do álbum.

Nem Sempre Fui Assim é a mais curta de todo álbum, mas traz esse apelo de pós-hardcore que foi uma característica do Raça no passado, assim como Conserta, que traz esse rock psicodélico e neo-psicodelia, apontando essa nova fase do Raça. Se Ama é calma, mas com inspirações do manguebeat, mas de todas a mais fraca de todo álbum é Tudo Bem, que por mais que seja a mais calminha, também é a mais chatinha, sem muito nexo com todo o álbum, parecendo colocaram ela apenas para tapar buraco/encher linguiça. Também mostra o principal problema do álbum, que é o rumo. 27 é um bom álbum? Sim! Tem grandes problemas? Não e sim. Esse rumo, de algumas musicas se encaixarem ou não com a proposta do álbum pode incomodar algumas pessoas, que não é o caso de quem está escrevendo essa resenha.

Resumindo, 27 marca essa nova era do Raça, se afastando dos pós-[insira algum subgênero de rock] e se encaminhando para a neo-psicodelia. Isso pode incomodar fãs mais fervorosos, mas se a banda julga como a hora de mudar, não há muito o que fazer. Se sentir feliz em trilhar novos caminhos do que fazer sempre a mesma coisa, é uma atitude corajosa. Como é bom ver esse quinteto mostrando que tem algo de novo para ser expressado, e mais, fazendo um som que seja diferente do seu habitual, ainda mais com uma excelente produção, que conseguiu captar esse Raça mais maduro, que afinal, se passaram cinco anos, com uma pandemia no meio, as pessoas mudam em cinco anos, se for pra melhor ou pior, não sabemos, mas no caso do Raça, claramente estão indo para um caminho que eles julgam como a zona de conforto deles.

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