Segundo disco dos britânicos do Queen já mostrava as primeiras marcas do grupo tanto gráficas quanto sonoras
Como o próprio título dá uma pista, Queen II (1974) é o segundo álbum de estúdio do grupo e o sucessor de Queen (1973). O disco é composto por elementos gráficos e de composições que estariam presentes em toda história da banda. Sem a presença de grandes singles, é um disco no mínimo curioso e conseguiu colocar a banda inglesa entre as 50 Mais nos Estados Unidos.
Queen II soa como um álbum experimental da banda britânica. Nele é possível ver elementos que apareceriam principalmente pensando no disco Night at Opera (1975) e mais especificamente na faixa Bohemian Rhapsody. A faixa The Fairy Feller’s Master-Stroke, nome da pintura do artista vitoriano Richard Dadd, por exemplo, traz instrumentos que remetem às óperas e trilhas de filmes medievais e uma variação de ritmos dentro de uma mesma música.
A foto de capa tirada pelo fotógrafo Mick Rock, se tornou a imagem mais conhecida do grupo, principalmente por ter sido utilizada como referência para o clipe de Bohemian Rhapsody pouco tempo depois. Inclusive, eu achava que a foto do disco era um frame do clipe, mas este só foi lançado no ano seguinte. A foto também foi utilizada no clipe de One Vision, faixa do disco A Kind of Magic (1986). A referência para a capa, foi uma foto da atriz Marlene Dietrich em 1932.
“Para o conceito, eu estava me alimentando da música e da banda. Eles não tinham dúvida de que estavam começando a fazer sucesso, então eu senti que precisava de uma grande qualidade. Eu encontrei uma foto de Marlene Dietrich no set de O Expresso de Xangai de 1932, e ela estava sob uma luz superior, com olhos semicerrados, braços cruzados, dedos abertos. Mostrei a imagem a Freddie e ele amou. Então isso foi vendido para o resto da banda como a ideia básica.” fotógrafo Mick Rock em entrevista (tradução livre)
Além do Queen, o fotógrafo Mick Rock também registrou outros nomes do rock’n roll como David Bowie em sua fase Ziggy Stardust, Lou Reed em sua carreira após sair do Velvet Underground, Joan Jett, entre outros. Inclusive foi lançado um documentário chamado SHOT! The Psycho-Spiritual Mantra of Rock (2016) que conta sobre a carreira do fotógrafo e as experiências psicodélicas que ele passou.
A versão em vinil de Queen II é dividida entre Side White e Side Black ou, em português, lado branco e lado preto. O branco é composto por canções emotivas e reflexivas compostas em sua maioria pelo guitarrista Brian May, exceto por The Loser in The End, que foi composta por Roger Taylor, baterista da banda. O lado preto, tem canções mais obscuras e fantasiosas e todas as faixas foram compostas pelo vocalista Freddie Mercury.
A única canção do disco que chega próximo a ser um hit é Seven Seas of Rhye. Ela também está presente no disco de estreia numa versão mais simplificada. Ela era constantemente executada ao vivo durante a carreira do grupo. A faixa também foi lançada como single que chegou ao topo das paradas, movida principalmente pela execução ao vivo da mesma no programa Top of The Pops em 1974. Sobre a canção, Brian May, comenta: “Tudo acontece nos primeiros 20 segundos – dá quase para ouvir toda a música nesse tempo. Vem aquele som arrebatador e entra direto o vocal”.
Rhye citado na canção Seven Seas of Rhye, foi um mundo fantasioso criado por Freddie Mercury que é habitado por fadas e dragões. Ele é referenciado também em outras duas canções My Fairy King no disco de estreia da banda e em Lily of the Valley do disco Sheer Heart Attack (1974).
Destaque também para a faixa Some Day One Day. Os mais desatentos (inclusive aconteceu comigo) podem acreditar que é o próprio Freddie quem canta a canção, mas essa foi a primeira vez que o guitarrista Brian May cantou uma música completa nos vocais principais. Ele ainda toca violão e guitarra na canção.
Ouça agora!