O novo disco do nothing,nowhere. traz um compilado de feats inusitados e interessantes, misturando post-hardcore, metalcore, rap, emo e pop punk
O cantor, rapper e compositor Joe Mulherin, conhecido pelo nome artístico nothing,nowhere., lançou no dia 31 de março seu novo álbum intitulado “VOID ETERNAL“, que conta com diversos feats de gigantes do emo, deathcore e metalcore.
O disco abre com a faixa “ANX13TY” com uma pegada post-hardcore e nu-metal. Tanto esta quanto “PSYCHO_PYCHIATRY” têm fortes influências de Linkin Park, tanto nos vocais quanto nos instrumentais. Principalmente na última, os raps são extremamente parecidos com os de Mike Shinoda, trazendo uma grande onda de nostalgia, porém a canção consegue se manter única o suficiente para não soar como uma cópia do LP.
“I start to slip away, and I watch my heart rate dissipate
(Eu começo a escorregar, e observo minha frequência cardíaca se dissipar)
Every night’s another hell, this is my final farewell
(Toda noite é outro inferno, esta é minha última despedida)
It’s not the same, I can’t explain, the years turn into memories
(Não é a mesma coisa, não sei explicar, os anos se transformam em memórias)
This anxiety (This anxiety)
(Esta ansiedade (esta ansiedade))”
“TRAG3DY” traz um feat interessantíssimo de Will Ramos, vocalista da banda de deathcore Lorna Shore, que contrasta bastante com os vocais de Joe. Tendo uma collab como essa, você esperaria que a faixa fosse muito mais pesada do que ela é, mas é aí que mora o seu maior trunfo. Pois, se você conhece Will, você sabe que uma hora a música vai pesar, mas o legal é essa brincadeira com a expectativa do ouvinte, porque quando chega a parte de Ramos, se prepara que é uma porrada.
Em “CYAN1DE“, nothing,nowhere. traz a participação da lenda do emo Pete Wentz, do Fall Out Boy, gritando como se estivesse em 2o03 (GRAÇAS A DEUS). A faixa também é bem calcada no nu-metal, com um refrão que lembra From First To Last, e fecha com um dialogo de Pete, bem remanescente da música Get Busy Living Or Get Busy Dying (Do Your Part To Save The Scene And Stop Going To Shows).
Um dos pontos altos do disco é a faixa “VEN0M” feat Underoath. Eu gosto de dizer que o nunca vi o Underoath fazer um feat ruim, e até agora tenho acertado! Ela começa bem pop, com uma pegada trap, e cresce em um refrão grandioso que com certeza vai ficar na cabeça de muita gente. O grande acerto aqui é trazer não só Spencer Chamberlain (vocalista do Underoath) para fazer os screams, mas também Aaron Gillespie (baterista, mas que também contribui bastante para os vocais do Underoath), que parte para os cleans com muita influência do emo e post-hardcore. Posso dizer que quando entra a parte do Aaron, fiquei toda arrepiada e me trouxe uma nostalgia pura dos anos 2000 e da minha era favorita do Underoath (2004-2006).
Em suma, nothing,nowhere. mostra um repertório vasto e diversificado, aliando em um só disco novos e antigos ícones da cena alternativa. Seu novo projeto é intenso e reflexivo, mas sem deixar de ser divertido e emotivo ao mesmo tempo. Com certeza será lembrado nas listas de fim de ano.
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