Com três shows lotados no Brasil, Interpol prova ser tão bom quanto vinho refinado e comemora os 20 anos do Turn On The Bright Lights e Antics.

O que faz uma banda ser considerada um clássico? Talvez o tempo, a qualidade dos álbuns, ter hits,  ser importante para a cena musical… ou quem sabe, tudo isso. A banda veio ao Brasil no começo de junho para comemorar os 20 anos do Turn On The Bright Lights (2002) e Antics (2004). E o que poderia ser prova maior de clássico do que isso?

O Interpol é uma banda que envelheceu como vinho. Parafraseando um colega, “Interpol é o Cabernet do indie”. Foram três noites de celebração e casa cheia de fãs ansiosos para ouvir os discos ao vivo na íntegra. O grupo se apresentou no Vivo Rio, no Rio de Janeiro, em 5 de junho, e na Audio, em São Paulo, nos dias 7 e 8 de junho. Sendo a última data extra, devido aos ingressos esgotados nos dias anteriores.

Essa foi a sexta vez que a banda veio ao Brasil. Antes, tocaram em 2008, 2011 no Planeta Terra Brasil, nas edições de 2015 e 2019 do Lollapalooza, e no Primavera Sound em 2022. Mas essa turnê foi especial, afinal todos foram celebrar com o Interpol. Diferente das últimas vezes que tocaram em festivais por aqui, que tiveram conflitos com público de outros artistas. 

E acredite, isso fez total diferença!

Imagem: Divulgação

Turn On The Bright Lights e Antics tocados na íntegra

Toda classe e finesse ficou ainda mais claro quando a banda entrou no palco e tocou “Specialist” como primeira música – um B-side do “Turn On The Bright Lights”. Paul Banks e companhia sabiam para quem estavam tocando.

Essa escolha deu o tom da apresentação e marcava o bloco dedicado ao primeiro álbum da banda. Na sequência, a linha de baixo acelerada de “Say Hello to the Angels” esquentou o público para uma sequência de hits: “Obstacle 1” e “NYC”.

A experiência se tornou ainda mais completa pela atmosfera das luzes, ora vermelhas, como a capa do álbum e refletindo um som mais pesado, ora azuis, quando passava por faixas mais tranquilas e melancólicas. 

Em uma breve pausa, o vocalista Paul Banks explicou como o show iria funcionar, com dois atos, cada um dedicado a um dos álbuns. Logo em seguida, deu sequência ao show com “Roland”, “Hands Away”, “Stella was a Diver and She was Always Down”, “Leif Erikson” e fechando com “PDA”.

Diferente do primeiro ato, que teve as músicas tiradas da ordem original do álbum, o ato dedicado ao “Antics” foi como ouvir o disco inteiro com as músicas em sequência – o que pareceu animar bastante os fãs mesmo na calma “Next Exit” e seguido de pura euforia com “Evil”.

A energia lá em cima seguiu ao longo de toda a segunda parte, reforçada ainda pela iluminação e também pela performance e qualidade de toda a banda. 

Mas após tocar o “Antics” na íntegra, ainda faltava uma música para o bis e que foi deixada de fora do primeiro ato. Sendo assim, “Untitled” fechou a noite: a primeira música do primeiro disco sendo o fim de um lindo ciclo.

A apresentação do Interpol mostrou tudo o que deu sentido a essa celebração: qualidade nas músicas, relevância para a cena e construção de atmosfera pela união de performance e fãs acalorados. Até porque 20 anos não são 20 dias. Agora, que venham os próximos.

Autores

  • Bruno Santos

    Em horário comercial é escritor, criador de conteúdo, publicitário, estudante de Publicidade e Propaganda e colaborador do canal Minuto Indie. Fora dele é ex-fã da antiga banda One Direction e viciado em escutar os mais diferentes estilos musicais.

  • Vitor Arruda

    ex-médico, autista e criador de conteúdo. não nego um café superfaturado e falo dos meus hiperfocos pela internet afora: música, moda e entretenimento.

Escrito por

Bruno Santos

Em horário comercial é escritor, criador de conteúdo, publicitário, estudante de Publicidade e Propaganda e colaborador do canal Minuto Indie. Fora dele é ex-fã da antiga banda One Direction e viciado em escutar os mais diferentes estilos musicais.