The Drums voltou ao Brasil pela quarta vez, tocando na íntegra seu álbum mais popular. Show faz parte da programação especial da Balaclava em comemoração (também) aos seus 10 anos.
Numa quinta-feira (31/03) não muito badalada em São Paulo, o The Drums subiu ao palco da Audio, na Barra Funda, para se apresentar para um público não muito numeroso, mas altamente apaixonado. A banda liderada por Jonny Pierce fez uma apresentação onde o mais previsível foi exatamente o mais empolgante: o fato de o álbum “Portamento” ser tocado na íntegra.
Antes do show da banda nova-iorquina, a abertura ficou com Gab Ferreira, artista do selo Balaclava Records, que anunciou uma nova mixtape para maio deste ano. Em seu set, destaque para “faking it”, single lançado esse ano, e a já hit há um bom tempo “Not Yours”, tocada numa versão diferente, mais distorcida e eletrônica.
Com pontualidade, o The Drums iniciou seu show às 21 horas, com uma abertura um tanto quanto morna com a reprodução de uma entrevista de Jonny Pierce falando sobre como foi fazer o álbum que celebra 10 anos de lançamento. “Portamento” foi lançado em 2011, ilustre por trazer uma ‘simplificada pop’ ao indie rock dos anos 2000, e de certa forma antecipar os caminhos que o indie pop iria tomar nos anos 2010 com o revival dream pop e o bedroom pop. Se o público ficou meio confuso nos minutos iniciais ouvindo um ‘podcast’ de seu ídolo, o clima logo ferveu em nostalgia nos primeiros versos de “Book Of Revelation”, que logo mostrou um Jonny Pierce ‘afim de jogo’, mesmo com um machucado no pé que o incomodou durante os últimos dias, segundo o mesmo compartilhou em suas redes sociais.
De forma devocional, o público poupava Jonny da missão de reproduzir fidedignamente o disco, cantando todas as músicas no lugar do vocalista, que se enchia e se entregava ao empenho dos fãs. Ele foi o único a ‘tomar a frente’ do show, tendo os outros músicos ficado mais atrás basificando o desfile do frontmen. Com suas luvas de cor ‘electric blue’, ele de forma intrigante alternava entre: momentos em que se portava como o tradicional ídolo indie, blasé e intocável; e momentos de conexão com quem ocupava a grade, através de mímicas, danças e olhares.
Como não poderia ser diferente, o setlist foi matador, com os hits “Days” e “Money” elevando a emoção do público que via em sua frente um dos álbuns mais icônicos de sua geração sendo tocado de cabo à rabo. Completando a proposta nostálgica do show, músicas do primeiro álbum do grupo (autointitulado) fizeram um estrago (no bom sentido) na pista da Audio. Depois de não aguentar mais, no bis Jonny, o Morrisey do bem, se rendeu a tirar o terno para um último contato com os fãs, que durante a uma hora e meia de show, externaram seu carinho de mais de 10 anos pela banda da forma mais emocionada possível.
O setlist do show ficou assim:
[PORTAMENTO]
Book of Revelation
Days
What You Were
Money
Hard to Love
I Don’t Know How to Love
Searching for Heaven
Please Don’t Leave
If He Likes It Let Him Do It
I Need a Doctor
In the Cold
How It Ended
[BIS]
Down by the Water (Acústico)
Blood Under My Belt
Heart Basel
Let’s Go Surfing
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