Ás vezes, devemos agradecer os algoritmos e o algoritmo do Spotify recomendou este álbum em específico. O álbum debutante do quinteto de Perth, Austrália, a mesma cidade de Kevin Parker (o Tame Impala), é um frescor no rock psicodélico contemporâneo. Em uma rápida síntese, “High Visceral Pt.1” mostra um rock psicodélico pesado, agressivo e melódico, cheio que harmonias, mas mesclado com elementos de dream pop, shoegaze e stoner, mostra Psychedelic Porn Crumpets em uma estreia que mostra esse poder australiano em ter uma cena musical, especialmente de rock, em uma mina de diamantes abundante, que estão prontos para serem lapidados.

Reprodução: Acervo

O álbum já abre com “Cornflake”, que estabelece um padrão muito alto para “High Visceral Pt. 1” com riffs de baixo tão pesados que lembram os trabalhos do Pink Floyd e a energia intensa é simplesmente insana. “Cubensis Lenses” é minha faixa favorita da primeira metade do álbum, pois reúne todas as características essenciais do rock psicodélico. As melodias, o ambiente hipnotizante e o efeito de eco na voz de Jack McEwan formam uma ótima combinação.

Meu questionamento que essa é a moda na nova era da psicodelia, onde artistas como King Gizzard and the Lizard Wizard usam nomes que digamos… São bregas, longos (em alguns casos), mas é inegável essa aurea de originalidade. Agem como se fossem membros do movimento Dadaísta. Não há dúvida de que o PPC é influenciado por suas raízes psicodélicas australianas, bem como por artistas conhecidos como Tame Impala e Pond. As performances vocais projetadas de forma astral e a produção saturada de reverb mostram traços de Kevin Parker. No entanto, esse quarteto faz seu próprio caminho em “High Visceral Pt. 1”, e embora isso não seja evidente nas faixas iniciais de garage rock, o álbum logo revela suas verdadeiras cores, que são uma tempestade de cremes azuis intensos.

A música transcende para uma beleza abstrata de dream pop à medida que as guitarras leves, principalmente no shoegaze em “Found God in a Tomato”, minha faixa favorita e que também é a faixa mais longa, com quase 9 minutos de duração. E o encerramento em “Denmark /Van Gogh & Gone”, que deslizam suavemente pelas nuvens em um céu cerúleo. Isso encapsula perfeitamente o álbum e essa estreia equilibrada entre a agressividade, melodia, subjetividade lírica e muita harmonia .

O primeiro capítulo de “High Visceral” é uma viagem de álbum e, embora tenha a capacidade de representar o entusiasmo e a agitação que acompanham a elevação, é o ponto máximo intoxicante e alucinante que distorce a mente em estados de sinestesia. Creio que poderia haver um rebrandig do PPC. Psychedelic Paint Composers é um nome melhor, mas Psychedelic Porn Crumpets é um nome autoral, engraçado, icônico e marcante, assim como essa estreia soa, marcante, autoral, harmônica.

Essa capa mostra bem essa estética psicodélica que o PPC propõe a fazer.

 

Autor

Escrito por

Giovanni

Me considero um fã de prog, metal, jazz e indie.

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