Primeiro show após o lançamento do álbum acontecerá no Festival 5 Bandas
Lançado na última semana, “Não Leve a Mal”, primeiro disco da Pluma, já é sem dúvida um dos melhores discos lançados em 2024. A banda, que se destaca por suas sonoridades ricas e introspectivas, está pronta para levar as músicas deste primeiro disco ao palco do Festival 5 Bandas, que acontece no dia 31 de agosto, na Casa Rockambole, em São Paulo. Em uma conversa exclusiva com o grupo formado por Diego Vargas (teclado/synth), Guilherme Cunha (baixo), Lucas Teixeira (bateria) e Marina Reis (vocal), tivemos a oportunidade de conhecer mais sobre o processo criativo e as influências por trás do novo álbum.
Confira esse bate-papo, acompanhe a banda nas redes sociais em @uma.pluma e o festival em @5_bandas e não perca nenhuma novidade!
Minuto Indie: Primeiramente, parabéns pelo novo álbum! Como foi o processo de criação e produção durante a pandemia?
Marina Reis: Primeiramente, obrigado! Ficamos muito felizes com o feedback. Passamos muito tempo maturando esse projeto e é ótimo ver a resposta positiva de todos. Lançamos a banda durante a pandemia, com nossos dois primeiros EPs saindo nesse período. Este álbum começou a ser composto e produzido depois de tocarmos em alguns festivais no Brasil e em Barcelona. Estávamos em um momento introspectivo, devido à quarentena, mas em 2022, começamos a fazer shows e ver muitos outros, o que mudou nossa perspectiva. Os temas do álbum são introspectivos porque eu e o Di, que compomos as letras, somos introspectivos por natureza. No entanto, também queríamos músicas que soassem bem ao vivo, então há faixas mais dançantes e outras com uma pegada de rock psicodélico. Exploramos diversos lados musicais nesse álbum.
MI: Vocês mencionaram influências como Tame Impala e Rita Lee, além de uma sonoridade jazzística. Quais outras referências foram importantes para este álbum?
Diego Vargas: Além dessas, fomos bastante influenciados por BadBadNotGood e Hiatus Kaiyote, especialmente na incorporação de elementos de jazz e hip hop.
Guilherme Cunha: É o último disco do Steve Lacy, ouvimos muito enquanto viajávamos para criar o disco. Uma coisa que mudou para este álbum foi que nos esforçamos, de forma positiva, a incluir mais referências de música brasileira. Isso cria a mistura que você mencionou, de Tame Impala e Rita Lee. Individualmente, sempre ouvimos música brasileira, afinal, estamos no Brasil. Mas, desta vez, tentamos incluir mais dessas referências. Nos inspiramos nos trabalhos recentes de Ana Frango Elétrico e nas releituras incríveis de Marcos Valle, que resgatam a música brasileira.
MI: E como tem sido a recepção do público?
Diego: A recepção tem sido muito boa. Quando você experimenta coisas novas, com referências claras, fica mais fácil para o público ouvir e relacionar com algo que conhecem, entendendo tudo dentro de um contexto. Assim, não são apenas experimentações aleatórias com efeitos, melodias e harmonias. Então eu acho que, nesse sentido, a recepção tá sendo muito boa, assim. A gente tá até um pouco melhor do que a gente esperava.
Marina: É, com certeza. Assim, é isso. Eu nunca sei responder direito, porque as expectativas nesse meio tempo, tipo, de fazer um álbum inteiro, vão de zero a cem, né? Tipo, de como vai ser recebido. Mas, com certeza, a resposta tá sendo muito boa. Tanto de pessoas novas, quanto de pessoas que já escutavam a Pluma. E estamos bem felizes mesmo.
MI: Vocês se consideram parte da cena alternativa atual. Como enxergam o lugar da Pluma nesse cenário?
Diego: Aprendemos muito sobre gravação ao longo do caminho, refinando nosso processo. Este foi nosso primeiro álbum, mas temos contato próximo com várias bandas que estão sempre gravando. Assim, aprendemos bastante e, quando chegou a hora de fazer o nosso, já sabíamos o que ajustar. Trabalhamos na pré-produção com o Hugo, o que organizou bastante nosso processo de gravação, que antes era bem bagunçado.
Lucas: Trabalhar com o Hugo na pré-produção e gravação organizou muito nosso processo, que antes era bem bagunçado e circular. Com o produtor, conseguimos focar mais na execução dos instrumentos e menos nas questões técnicas, como microfonação e timbres. Isso nos permitiu dedicar mais tempo ao que realmente importa para uma banda: tocar e se divertir.
Diego: Bom, e o próximo, a ideia é aprender mais umas coisinhas.
Gui: No álbum, tivemos mais tempo e calma para desenvolver nossas ideias. No EP, tentávamos colocar tudo que sabíamos em apenas quatro minutos. No álbum, tivemos espaço para músicas como “Preguiça”, um interlúdio com Diego no synth e piano, e “Não Leve a Mal”, que flui com mais calma e traz várias referências nossas. Isso nos permitiu criar de forma mais tranquila.
Marina: Concordo com o Gui. Gostamos de testar diferentes sonoridades e isso é uma característica nossa. No álbum, conseguimos espalhar essas experimentações, dando a cada música uma identidade própria, em vez de misturar várias sonoridades em uma única faixa. Embora ainda façamos isso em algumas músicas, conseguimos separar melhor as ideias. Cada música tem uma identidade muito própria, eu vejo assim.
MI: Vocês são fora da curva em muitos aspectos, assim, né? Tanto na sonoridade, que a gente, né, hoje em dia não tem bandas tão semelhantes, não é genérico, sabe? Ela é uma coisa profunda. E aí, como é que vocês se enxergam, assim, na cena alternativa hoje?
Marina: Tenho certa dificuldade de enxergar na terceira pessoa o lugar que ocupamos na cena de São Paulo. Mas com este disco, foi muito legal ver a resposta e o feedback de pessoas que admiro, de pessoas que já conheço e que estão aí há um tempo. Comecei a ter a sensação de que realmente fazemos parte disso agora, sabe? Estamos lado a lado com pessoas que admiro. Isso foi muito doido.
Lucas: Eu venho um pouco dessa cena, porque O Grilo surgiu por volta de 2018, 2019. Vejo a Pluma como uma evolução dessa galera, sabe? É uma banda que não se prende a um gênero musical. Vejo outras bandas nessa mesma linha, como Sofia Chablau, Tangolo Mangos e Walfredo, que é um pouco mais antigo. Talvez seja uma questão geracional. A Ma e o Gui são os mais novos, com 23 e 24 anos. Acho que é uma evolução natural. Somos muito gratos a toda essa galera. Somos grandes fãs dos Boogarins, fizemos um feat com eles e conhecê-los foi incrível. O Terno Rei, com quem já tocamos em festivais, sempre trocamos ideias. Sentimos que somos parte de uma nova geração. Talvez uma passagem de bastão, para continuarmos nesse cenário e fazer ele crescer.
MI: Como vai ser colocar na rua agora esse disco e dar início às apresentações ao vivo? O que a galera pode esperar do show no Festival 5 Bandas?
Mari: Queremos que nossos shows sejam tão visuais quanto sonoros. Estamos trabalhando para manter a intensidade do álbum ao vivo e proporcionar uma experiência imersiva para o público. No festival Cinco Bandas, será nosso primeiro show após o lançamento do álbum, então estamos muito animados! A gente vai tocar nosso primeiro álbum, nosso primeiro show pós lançamento. Estamos trabalhando muito pra que esse show fique muito massa. Que vocês possam escutar em primeira mão. Venham, vai ser muito foda. Vai ter muita gente boa tocando. Tô muito animada!
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Escute Pluma aqui.