Conheça os 20 melhores álbuns brasileiros de 2024, selecionados pela equipe do Minuto Indie.
Se 2024 nos ensinou algo, é que a música brasileira continua mais viva e pulsante do que nunca! Este foi um ano de lançamentos memoráveis, com artistas que ousaram experimentar, emocionar e reafirmar sua relevância na cena musical. Entre álbuns de estreia impactantes e veteranos se reinventando, nossa lista – em ordem alfabética – dos melhores álbuns nacionais de 2024 celebra a pluralidade sonora do Brasil. Prepare-se para se encantar com essa jornada musical!
Top 20: melhores álbuns nacionais de 2024
27 – Raça
Fato: a banda Raça amoleceu. Mas quem não? Depois dos 25 anos e de uma pandemia, amigos, é esse disco que vai te abraçar. Um disco de indie rock sobre a celebração das amizades, lamentos pelas perdas, sentimentos conflituosos e todas as turbulências da vida, mas com a proeza de não soar clichê. De um jeito que só a Raça poderia fazer. Pode ouvir que vai virar o seu disco-conforto, daqueles que resistem ao tempo. Vai ficar como um bom retrato do que foi possível sentir em 2024. – Maria Luísa Rodrigues
333 – Matuê
333 marca uma nova etapa na carreira do Matuê e na história do trap nacional, lançado com uma ação promocional diferente, com o trapper suspenso em uma plataforma no Vale do Anhangabaú em São Paulo antes de liberar o disco, que logo nas primeiras horas quebrou recordes nas plataformas de streamings mostrando o impacto da obra tanto em termos artísticos quanto comerciais. Liricamente, o álbum reflete uma abordagem mais introspectiva e narrativa, em contraste com trabalhos anteriores como “Máquina do Tempo”. O disco traz substâncias experimentais totalmente incomuns no trap, elementos como sintetizadores elaborados e arranjos que combinam guitarras e baixos. Destaque para as músicas “O Som” e “Like This!” que provam que Matuê é um artista além de rimas sobre temas tradicionais do gênero. – João Pedro Cabral
Abaixo do radar – FEBEM
“Acima da média, abaixo do radar”. Assim é o Febem! Sempre com muita verdade e identificação em suas letras, sobre fama e vivência, esse álbum já nasceu como um clássico do Hip-Hop. Suas sonoridades vão desde o clássico boombap até house, com sample de “Razões e emoções” do NX Zero. Seus discos anteriores soam mais agressivos sonoramente, aqui ele parece fazer um trabalho mais sossegado, sem pressão, mas mantendo suas canetadas. – Bruno Santos
Acelero, Crizin da ZO
Mais pesado que qualquer disco de punk esse ano. É a soma do funk-punk-eletrônica que mexe com toda e qualquer parte do corpo e parece que não sai mais de você. Disco que resume o caos e te ajuda a seguir calmo, apesar de tudo – como cantam na excelente faixa com participação da Saskia. Hipnotizante, pra ouvir estralando o som e ainda melhor ao vivo. Vale ouvir, ver e revisitar. – Maria Luísa Rodrigues
Amores, Vícios e Geração Nostalgia – Supervão
Uma carta aberta ao passado e um manifesto de resistência cultural, principalmente em tempos onde o caos apocalíptico tomou conta do estado. esse disco, não só celebra as raízes do indie gaúcho, como também projeta novos caminhos para uma cena ainda mais forte da música no RS. os transporta diretamente para os anos mais efervescentes da música alternativa no Rio Grande do Sul, época em que o estado era conhecido por sua rica oferta de shows, festivais e bandas que se tornaram essenciais para o cenário nacional. O álbum carrega esse espírito: é repleto de referências que ressoam com quem viveu (ou ouviu falar) das noites lotadas por uma Porto Alegre cheia de nomes que dialogam com os demais estados do Brasil. Um dos destaques é o single “Cabelo”, uma parceria com Andrio Maquenzi, ex-vocalista e guitarrista da icônica Superguidis. O disco não ignora o caos recente que marcou o estado nos últimos anos, mas traz um sentimento de reconstrução, inclusive fazendo referências às cidades da região metropolitana de Porto Alegre, que reforçam essa ideia, criando um mapa sonoro que não se limita à capital. Quem sabe não era o que a gente precisava para acender uma fagulha de esperança de que podemos viver novamente uma cena musical ainda mais forte, mais unida e, quem sabe, mais relevante também. – Duda Rocha
Bacurí – Boogarins
O Boogarins retorna às raízes com Bacuri, seu quinto álbum de estúdio, produzido de forma independente pelos próprios integrantes após cinco anos de Sombra ou Dúvida. Apostando em uma sonoridade mais orgânica, o quarteto goiano explora arranjos minimalistas e letras marcantes, como em “Corpo Asa”, que sintetiza a essência do disco. Ainda assim, ecos da fase mais eletrônica aparecem em faixas como “Chuva dos Olhos” e “Amor de Indie”. Destaque para “Chrystian & Ralf (Só Deus Sabe)”, que reforça a influência sertaneja em um álbum que reafirma o Boogarins como um dos grandes nomes do rock nacional contemporâneo.– Giovanni
Beirada – Varanda
Uma das surpresas do ano vem lá de Juiz de Fora. Varanda traz tudo de bom no quesito indie brasileiro necessita. Um disco que começa tímido e vai esquentando até você ficar sem palavras no final e repensar por alguns momentos o que você ouviu. Beirada entrega tudo e mais um pouco, com diversas referências nítidas que são até que bem atuais da cena, mas que a banda consegue transformar em seu mundinho, muito pela vocalista Amélia que traz vocais bastante excêntricos, pirados e até meio experimentais que dão mais originalidade pro som da banda. Além de ter todos esses quesitos dentro do disco, vemos parcerias muito pontuais que fazem extrema diferença, como se tivesse sido escolhidos a dedo e em como eles contam essa história. Se eles já entregaram tudo isso em um primeiro disco, imagina pelo o que está por vir. – Alê Giglio
CAJU – Liniker
Em tempos de singles pensados para ter 15 segundos de fama, “Caju” vem como um ato de coragem do pop brasileiro. O segundo disco da carreira solo da Liniker explora o amor, a carência, a poesia e a liberdade sob a musicalidade de diversos gêneros como MPB, pagode, brega, afrobeat, disco. Para dar a profundidade que toda essa exploração merece, a artista foi contra a tendência atual do mercado da música e trouxe um álbum com mais de 1 hora, músicas com mais de 7 minutos e momentos de apreciação instrumental que brilham. Caju é bem pensado e coerente; é Liniker na sua forma mais madura, corajosa e livre, trazendo frescor e autenticidade para o pop nacional.– Vitor Arruda
Coisas Estranhas – Exclusive Os Cabides
Seguindo nessa vibe, a banda catarinense Exclusive Os Cabides lançou o álbum Coisas Estranhas em 19 de julho de 2024, marcando sua evolução na cena alternativa. Produzido por Paulo Costa Franco e financiado via crowdfunding, o disco mistura rock alternativo, psicodelia e música brasileira com uma estética lo-fi e vintage. Referências como Velvet Underground, Os Mutantes e Júpiter Maçã aparecem ao longo das faixas, destacando a criatividade e o amadurecimento do grupo. O grande sucesso do álbum é “Lagartixa Tropical”, que viralizou no TikTok, mas o projeto inteiro traz arranjos experimentais e uma narrativa coesa. O lançamento foi celebrado com um show em Florianópolis, incluindo projeções visuais e convidados especiais. Coisas Estranhas é uma ótima pedida para quem curte música alternativa com um toque nostálgico. – Anna Rosa
Não Leve a Mal – Pluma
OBRA-PRIMA! É verdadeiro, é sentimental, é aesthetic, é brisado… não leve a mal, mas temos aqui um dos melhores do ano! O mundo indie br entrou em colapso após essa obra. Cada vez que você escuta, sai mais apaixonado por ele. A cada música, ele cresce e toma mais forma. As letras trazem identificação e os refrões são grudantes, enquanto a sonoridade passeia entre o pop conforto e experimentos. É um daqueles álbuns que escutamos do começo ao fim, cantando todas as músicas. Podemos dizer que agora entendemos muito melhor os caminhos que a banda deseja traçar, esse disco é a identidade. – Bruno Santos
OPROPRIO – Yago Oproprio
Yago, Oproprio novamente fez hits e talvez a música do ano, “La Noche”! Seu flow é muito diferenciado e seu primeiro disco trás ritmo e melodias que se encaixam muito bem com seu estilo. Sabe quando a gente quer cantar igual o artista, como fazemos com Jorge Ben Jor? É assim que o disco bate. Canções com ironias e coisas da juventude, se combinam com a sonoridade do hip-hop, mpb e latinidades. – Bruno Santos
Os Garotin de São Gonçalo – Os Garotin
A gente estava precisando de um R&B groovado com personalidade. Vindos de São Gonçalo – como fazem questão de dizer, sem fingir que são de Niterói rs – Os Garotin subiram a régua pro pop brasileiro este ano. Caneta boa pra refrões chicletes, vozes com personalidade e um disco que funcionava nos shows antes mesmo de ser gravado. O Grammy Latino mereceu Os Garotin. Vieram pra ficar. – Maria Luísa Rodrigues
Papangu – Lampião Rei
Lampião Rei, o segundo álbum do Papangu, é um álbum conceitual, que conta a trajetória do polêmico cangaceiro Lampião. O álbum mistura doom metal, prog rock, jazz fusion, metal extremo e ritmos nordestinos em uma narrativa rica e visceral. Com letras em português e arranjos complexos, o Papangu entrega uma experiência sonora e cultural poderosa, destacando-se como uma das bandas mais originais do cenário brasileiro atual.– Giovanni
Pique – Dora Morelenbaum
Marca sua estreia como artista solo após seu trabalho com o grupo Bala Desejo. O disco combina elementos de MPB, soul, R&B, jazz e funk em um mosaico sonoro que reflete tanto a tradição quanto a modernidade. A temática central é o amor, explorado sob diversas perspectivas por meio das colaborações com artistas como Tom Veloso, Zé Ibarra e Sophia Chablau. O título do álbum, assim como a canção “Pique”, sintetiza o espírito do projeto, uma obra em constante movimento, refletindo a fluidez e transitoriedade tanto no processo criativo quanto na sua execução. Além da direção criativa compartilhada com Ana Frango Elétrico, Dora também liderou aspectos como composição e arranjo, revelando-se uma compositora e produtora multifacetada. – João Pedro Cabral
Queda Livre – Caxtrinho
Um disco que vem pra quebrar e te supreender do começo ao vim. Imagina um som que consegue ser de samba até rock psicodélico, é mais ou menos isso do que estamos falando! Um álbum que vai para tantos lugares que acaba conseguindo te surpreender a cada faixa, seja com as letras ou até simplesmente as misturas de gêneros que vão te hipnotizando a cada faixa. Ele consegue fazer uma mistura dessa música brasileira com uma visão bem diferente e trazendo uma nova roupagem pra o que a gente pode considerar MPB. Alias, é algo difícil de colocar o Caxtrinho numa caixa ou gênero. É mais um daquele artistas que fazem seu som próprio. Com certeza é aquele disco que vai marcar muito a cena independente e mostra que o Caxtrinho só tá começando e que vem forte como um nome pra estar nos próximos festivais. – Alê Giglio
Rela – Negro Leo
Um dos discos mais impressionantes do ano é o novo do Negro Leo e o quanto ele entrega de referência, experimentalismo, variedades de gêneros, memes, colagens. É algo que talvez eu não consiga expressar aqui, mas é uma experiência sonora muito doida e até similar ao que Taxidermia trás no sentido de que você não sabe onde esse disco vai parar ou chegar. Diversas camadas dentro de cada faixa, muito bem feito e produzido e com muito detalhe que você vai viajando e talvez só descobrindo certas coisas depois de ouvir 3 e 4 vezes a mesma faixa. Um disco que realmente vai tirar você da zona de conforto pois não é algo que você escute no seu dia a dia. Um dos melhores do ano! – Alê Giglio
Sonhos que nunca morrem – Adorável Clichê
O shoegaze ainda respira! Mas não só loucura e filtrações, Adorável Clichê mescla com dream pop, e deixa mais soft. A banda surgiu há mais de 10 anos (2013), mas esse é o álbum que parece consolidar e formar a identidade da banda. Aqui eles apresentam, de forma segura e madura, os caminhos que percorreram nos trabalhos anteriores, o rock sujo que adoramos ouvir. Esse disco é foda, e na primeira música já dá para sentir isso. Uma vai puxando a outra e quando se dá conta já se passaram um bocado. Amamos! – Bruno Santos
Taurus, Vol. 2 – Duquesa
Este projeto dá continuidade ao bem-sucedido “Taurus” da rapper baiana Duquesa, ampliando ainda mais as possibilidades sonoras, explorando gêneros como trap, drill, R&B, vogue e até influências de house e breakbeat. A diversidade de ritmos e colaborações de peso, como Tasha e Tracie, Urias, e Baco Exu do Blues enriquecem ainda mais a produção do disco. O álbum combina momentos de celebração e afirmação com críticas incisivas à cena do rap e às questões de gênero e raça. Faixas como “Voo 1360” e “Pose” destaca sua capacidade de misturar batidas dançantes e letras fortes, enquanto músicas como “Disk P#t@#” revelam o domínio técnico de rimas e flow. “Taurus, Vol. 2” é o manifesto sonoro de Duquesa, onde ritmos e gêneros se fundem em uma celebração ousada de identidade, poder e reinvenção artística. – João Pedro Cabral
Três – Hoovaranas
Um dos melhores shows do 5 Bandas, se não o melhor. Hoovaranas é uma banda lá de Ponta Grossa, Paraná que vem se destacando aí na nessa não só pelo disco novo Três que é uma pedrada atrás da outra, mas também pelo show explosivo – ideal pra quem gosta daquele show que te leva para diversos lugares, lembrando bandas como Black MIDI e Boogarins, por exemplo. A banda eleva o que é a música instrumental fazendo com que ela seja mais acessível sonoramente e deixando ela menos “cabeçuda” e até menos experimental. Um dos pontos mais legais desse disco e da própria banda é que eles conseguem fazer esse mix de rock, math rock, psicodelia, prog sem necessariamente precisar de um vocalista e é realmente impressionante o que eles conseguem fazer com esse disco. Três vai te levando para diversos lugares e atmosferas, com solos, uma hora calmo, uma hora frenética acelerado. Um disco que traz várias emoções e que não é nada óbvio. – Alê Giglio
Vera Cruz Island – Taxidermia
Taxidermia voltou depois de quase 4 anos, com um belo disco que realmente mostra o quanto talentosos são Jadsa e João. Não consigo te falar e definir o que é o som deles, mas um resumo seria o que a cabeça desses dois músicos talentosos juntos conseguem fazer. A gente pode associar e falar que tem uma pegada eletrônica e mais experimental, mas é claro que é muito mais do que isso. É um disco que acaba te levando para várias nuances e gêneros dentro dele, e isso deixa a sua audição completamente imprevisível e você não sabe o que esperar das faixas e o como ele pode te surpreender. Além disso tudo, é um disco que consegue ter uma criatividade gigantesca, com letras super cativantes, marca registrada de Jadsa que consegue te fazer pensar muito a cada frase dita. Eles se denominam como uma espécie de pesquisa e experimentação sonora, e eles conseguem muito fazer isso, mostrando que são capazes de elevar a música de outras formas e nos mostrarem outras camadas talvez nunca antes vista ou ouvidas por alguns. – Alê Giglio
Participaram da seleção dos melhores álbuns brasileiros de 2024: Alexandre Giglio, Anna Rosa, Bruno Santos, Duda Rocha, Giovanni, João Pedro Cabral, Maria Luísa Rodrigues e Vitor Arruda
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