Ao longo de perguntas rápidas, batemos um papo com Lila e Bri sobre como é o som da Crumb; ser uma banda independente em 2022 e técnicas de gravação meio curiosas

Com pouco mais de 5 anos de atividade, a Crumb, banda de Nova Iorque, é atualmente um dos nomes mais interessantes do indie psicodélico, juntando rock alternativo, lo-fi, jazz e indie pop num som carregado de groove. Apesar do grande destaque, a banda se mantém independente, tendo lançado seus EPs e seus dois álbuns por conta própria. O último deles, Ice Melt, lançado em abril do ano passado, com produção de Jonathan Rado do Foxygen. Em Ice Melt, o quarteto vai numa direção mais sofisticada, com arranjos mais ambientes, um pouco diferente da veia mais efervescente e lisérgica do primeiro álbum, Jinx, de 2019.

Ao longo da divulgação do novo álbum, a banda foi destaque na escalação de festivais como os californianos Desert Daze e Coachella. As últimas apresentações da Crumb no ano acontecem na América do Sul agora em dezembro, começando com Santiago (Chile) no dia 07, Buenos Aires no dia 10 e se encerram no dia 11 em São Paulo, no Balaclava Fest, que em edição comemorativa de 10 anos do selo, traz uma escalação com nomes internacionais que vêm ao Brasil pela primeira vez. Além da Crumb, estarão presentes também o Fleet Foxes e a Alvvays. Completando o line up, as atrações nacionais são Ombu, Jennifer Souza, Bruno Berle e Pluma

Ao longo de perguntas rápidas, batemos um papo com Lila e Bri, respectivamente vocalista e guitarrista, e tecladista, sobre como é o som da Crumb; ser uma banda independente em 2022 e técnicas de gravação meio curiosas. Se liga só:

Algo muito legal na música de vocês é que ela mistura sonoridades parecidas mas com uma extensão de experimentalismo entre elas. E de uma forma geral, soa como algo sofisticado, mas muito relacionável, como algo perfeito para um fã de música dos anos 2010 ouvir em seus fones de ouvido. Então, como você descreve o som da banda?

  • Bri: hmm a gente ressoar nossas experimentações com algo pessoal, em como nos sentimos quando estamos tocando e tentando chegar em algum lugar, mas eu gosto disso de ser algo relacionável, música pop é basicamente isso
  • Lila: é tipo, com certeza é mais fácil ver elementos do que um termo mesmo sabe. Então tem sim elementos de pop, rock alternativo, jazz psicodélico… mas difícil resumir com apenas um deses. 

Na banda, além de vocês duas, tem o Jesse (baixo) e o Jonathan (bateria) né? Como foi o processo de fazer o Ice Melt? É assim, Lila começou com alguns versos e acordes, ou Jesse com alguma linha de baixo, ou não teve um jeito certo?

  • Lila: É então a gente começou a gravar durante a pandemia, eu tinha algumas ideias e fomos trabalhando em cima delas sem um alvo, mas acabamos chegando em algumas formas interessantes

É a primeira vez de vocês aqui no Brasil, e talvez já tenham ouvido falar do nosso público, que é muito caloroso e canta alto. Então eu gostaria de saber, como vocês preferem o público do seu show? Algo mais contemplativo, mais tranquilo; ou algo mais agitado e barulhento?

  • Lila: Sim, a gente imagina que o Brasil seja assim mesmo e, gostamos quando vemos as pessoas se  envolvendo com o show.
  • Bri: Ser contemplativo às vezes é legal também, depende do dia, mas gosto de ver as pessoas dançando, e sobre tudo, sorrindo. Isso é bem legal de ver.
  • Lila: É, acho que ou quieto ou agitado dá pra ver quando as pessoas estão curtindo, então tá tudo bem

Até agora, vocês lançaram seus álbuns e EPs por conta própria, e ainda tiveram uma boa recepção e reconhecimento. Então para vocês, como é ser uma banda independente em 2022?

  • Lila: É bom pela flexibilidade de ser criativo no seu tempo, e ter o seu jeito em tudo, na hora de lidar com as coisas.
  • Bri: Sim, ainda assim não é totalmente fácil às vezes

Agora uma pergunta meio engraçada sobre algo curioso. Ouvi falar sobre uma técnica que vocês usaram, onde vocês colocaram um microfone dentro de uma camisinha e afundaram um balde d’água… como foi isso?

  • Bri: Ah! todo mundo lembra dessa história! (risos) Mas antes de tudo, o microfone quebrou depois disso, então não é uma boa ideia. Mas é, nós queríamos esse efeito sonoro submerso, e achamos que a camisinha vedaria legal. Ás vezes fazemos essas coisinhas
  • Lila: simm, por exemplo, gostamos de gravar cedo do dia, ao ar livre, quando rola uns ventos e coisas assim, ou então dentro do carro. Coisas que surgem na hora

Retomando um pouco sobre aquilo de vocês conseguirem combinar diferentes sonoridades, acho que são poucas as possibilidades ainda não exploradas. Tipo, acho que vocês não experimentaram muito com folk ou hip hop. É algo que vocês pensam, se desafiar nesse sentido?:

  • Lila: é, acho que folk ainda não experimentamos muito (risos). Mas tudo depende de como funciona quando tocamos juntos, às vezes pode ir pra um lugar mais experimental, ou então as coisas só encaixam mesmo no nosso groove

Por terem essa veia mais experimental, como é pra vocês trazer o que é feito nos estúdio para os palcos?

  • Bri: Para nós, tudo começa em como soamos tocando juntos, então geralmente sempre funciona bem. Tocar ao vivo é realmente um processo na hora de criar nossa música.

Algo muito legal sobre vocês é que tanto nos EPs quanto nos álbuns, as capas são muito inventivas, bem psicodélicas. De onde veio a ideia para essa do Ice Melt?

  • Lila: Então, foi tomando rumo quando fomos falando com nosso “diretor de arte” sobre o título, e algumas letras. Daí naturalmente a foto do gelo. Mas sempre nos preocupamos com isso, nos álbuns e EPs, sempre colocamos a mão, seja na ideia, ou mesmo produzindo a capa.

Por fim, uma pergunta sobre o gosto musical de vocês. Bem, como artistas, imagino que vocês estejam sempre procurando sons e técnicas diferentes para fazer vossa música. Mas, para vocês, existe algum álbum que não importa o momento é sempre uma inspiração?

  • Bri: muito difícil dizer um só, nossa…
  • Lila: talvez seja mais fácil pensar em coisas que estamos ouvindo atualmente… mas também sempre muda. Mas ah! A gente gosta muito de música brasileira. Foi uma descoberta legal, porque quando na época da escola ouvíamos mais rock alternativo e coisa assim.
  • Bri: Sim, a música brasileira tem tanta coisa, sabe, em termos de psicodelia e groove, acho que é mais isso.

A primeira apresentação do Crumb no país acontece no Balaclava Fest, no dia 11 de dezembro, em São Paulo, no Tokio Marine Hall. Ainda há ingressos disponíveis aqui.

 

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Autor

  • Luan Gomes

    Viciado em descobrir sons novos e antigos, mas sem abrir mão de uns hits batidos tipo "The Real Slim Shady" do Eminem. Perde um dia de vida toda vez que vê a pergunta "o rock morreu?"

Escrito por

Luan Gomes

Viciado em descobrir sons novos e antigos, mas sem abrir mão de uns hits batidos tipo "The Real Slim Shady" do Eminem. Perde um dia de vida toda vez que vê a pergunta "o rock morreu?"