Festival 5 Bandas no RJ

Cantora conta um pouco mais sobre o seu projeto e sobre suas experiências

Festival 5 Bandas no RJ: A artista sônica, baterista e cantautora Larissa Conforto, conta um pouco mais para o Minuto Indie sobre o projeto experimental ÀIYÉ, que é uma das quatro atrações do Festival 5 Bandas no Rio de Janeiro e o lançamento de seu primeiro disco solo.

MI: Conte um pouco mais sobre o álbum Gratitrevas.

Larrisa: Gratitrevas poderia ser um álbum, mas quis o destino ou o acaso que ele viesse menorzinho, compacto, enxugado.
É meu primeiro trabalho lançado como Àiyé, e é só o começo MESMO. (Já to trabalhando em um álbum cheio!).
Eu produzi ele em parceria com o Diego Poloni, na minha casa em São Paulo, e um pouquinho no Rio e Lisboa.
São 5 faixas sobre morte, cura, medo, esperança, força. É fruto de uma batalha muito grande pra mim que é me assumir compositora, então talvez por isso seja a coisa mais difícil que já fiz na vida. As faixas são densas, não tem forma e nem cara de canção, e misturam ritmos latino americanos com uma linguagem eletrônica. Acho que, por enquanto, é isso que posso dizer sobre esse filho que mal nasceu e eu já considero pakas.

Ah, sim, esperem participações ILUSTRES ♡

MI: Como surgiu a ideia do projeto experimental ÀIYÉ?

Larissa: Engraçado, parece que Àiyé nunca surgiu. Ela sempre teve aqui, dentro de mim, como um alter ego, e foi se elaborando até ter forma e nome próprio.
Eu, como baterista, sempre criei muito em coletivo, e aprendi muito com esse processo, mas por outro lado nunca tinha experimentado compor sozinha. E nessa busca do meu eu compositora eu fui encontrando minhas raizes, trazendo minhas referências de anos de pesquisa em ritmos latino americanos, a ancestralidade do tambor, bruxaria, macumba e feminismo. No fundo é muito auto biográfico, sou eu dizendo as coisas que deixei de dizer, e descobrindo a minha forma de fazer isso. É experimental porque é realmente um experimento!

MI: Você começou a morar em Portugal esse ano, qual a maior influência que o país te traz na hora de compor?

Larissa: Hoje, estando no Brasil, eu percebo a minha ida a Portugal como um auto exílio.
É forte se arrancar do lugar em que se está. A vista, de longe, é outra. Tenho aprendido bastante sobre minhas raízes por lá. Percebendo mais a fundo as marcas da colonização, lidando com xenofobia, com a solidão… E tudo isso é um campo largo pra composição! Mas é claro que há um lado muito belo em Lisboa, que está muito fértil culturalmente e me recebeu com muito carinho. Tudo isso ecoa em mim, e fatalmente no meu processo criativo! Mas pra esse primeiro EP, não. Eu compus todas as musicas quando vivia ainda no Brasil.

MI: Qual é a inspiração da música pulmão?

Larissa: Pulmão é sobre esse fluxo maluco de informações e estímulos que a gente acessa todos os dias. Sobre o excesso e a necessidade de calma… O desgaste da rotina que, como o ar, nos é vital e fatal ao mesmo tempo. Ela veio de um poema que escrevi durante o “fim” da ventre, chamado pulmão, que eu recito no fim da música – e que eu recito mais timidamente na intro (“pulmão”) do último trabalho que lançamos ( o EP “saudade”)

Festival 5 Bandas no RJ

Mais Informações:

Festival 5 Bandas no RJ

  • Tantão e os Fitas
  • ÀIYÉ
  • LETO
  • John Film
  • Romero Ferro

12 de outubro de 2019 – sábado
R$ 20 a R$ 40
Casarão Floresta – Ladeira dos Guararapes, 115 – Cosme Velho

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Autor

Escrito por

Vitoria Ataíde

Tem um quê de jornalista, outro de cinéfila, completamente louca por música.