Cantora e compositora gaúcha estreia depois de mais de 15 anos trabalhando nos bastidores da produção musical
Rita Zart é bem conhecida no meio musical, trabalhando sempre nos bastidores da produção. A artista já atua nesta área há mais de 15 anos, realizando diversos trabalhos importantes, e já assinou diversas trilhas do cinema independente, incluindo o vencedor do Prêmio Teddy de Ficção no Festival de Berlim, Tinta Bruta.
Rita traz grandes influências musicais que vão desde as trilhas de cinema, a música brasileira experimental, além de misturar jazz, soul, bossa nova e a tropicália em seu ritmo.
O EP sai apenas amanhã, oficialmente. Porém, você já poderá escutar em primeira mão, aqui no Minuto Indie.
Conheça mais sobre o EP:
Faixa a faixa
O Que Range têm cinco faixas e abre com Apatia, primeiro single do álbum, que foi o pontapé inicial para esta nova aventura. A faixa que transita entre referências d’Os Mutantes e da obra Tommy, do The Who, fala sobre reagir contra a inércia, lutar contra a depressão e se colocar em movimento.
Em seguida, vem Inflamável, que foi escrita a partir de um sample frenético de baixo acústico e fala de uma relação contraditória envolta pela dificuldade de confluência e fluidez entre personalidades opostas, mas apaixonadas. Além disso, também discorre sobre padrões de opressão machistas reproduzidos pelas próprias mulheres. Já À Beira é um passeio atmosférico costurado por um riff cíclico de guitarra, piano, e samples e embalado por beats que dialogam com bateria. Fala sobre luto e estar à flor da pele e, a qualquer momento, transbordar, mas, ao mesmo tempo, ter que viver a rotina do sistema em que se está inserida, quando na verdade, a vontade é de apenas contemplar a natureza e não pensar em nada, viver de forma mais genuína.
A quarta faixa traz o nome do EP, O Que Range é um desabafo diante do cenário político cada vez mais apocalíptico e desesperador, composta a partir de sample de naipes de metais e finalizada com percussões vocais, beats e synths. E, pra fechar, vem Linguagem, uma balada com ares de trap e neo soul, que fala sobre a intransponibilidade do tesão às palavras e à música. É uma tentativa falha assumida de cantar o sexo em diferentes níveis. A artista buscou inspiração no poema Exterior, de Waly Salomão e no livro Delta de Vênus, da escritora Anais Nin.
SOBRE RITA ZART
Rita Zart é diretora musical, locutora, cantora e compositora. Dirigiu trilhas sonoras de longas e curtas metragens que estrearam nos reverenciados Festivais de Berlim, Veneza e do Rio de Janeiro. Entre as produções estão os filmes Castanha, Rifle, Beira-Mar, Castillo y El Armado, Vaca Profana, Glauco do Brasil, Sócrates, A Cidade dos Piratas, Raia4, Legalidade e o premiadíssimo Tinta Bruta. Em 2013, recebeu o Kikito de Melhor Desenho de som de curta nacional no 41º Festival de Cinema de Gramado com o trabalho que desenvolveu para o curta Tomou Café e Esperou.
Atualmente, prepara o lançamento de seu primeiro EP, O Que Range, e é uma das 15 compositoras residentes do Projeto Concha / Natura Musical, que fomenta o trabalho autoral de mulheres da música no Rio Grande do Sul. Além disso, também faz parte do Coletivo Sonoro Gogó, de Porto Alegre.
Ouça
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