Conversamos com a banda sobre o novo disco Satellites, o clipe do single Both Ways e a paixão pelo Brasil

 

A banda irlandesa de rock alternativo The Script anunciou seu sétimo disco de estúdio Satellites depois de um tempo sem lançar novos trabalhos. O grupo, formada pelo baterista Glen Power, pelo baixista Ben Sargeant e pelo vocalista Danny O’Donoghue, tenta se reinventar após o falecimento do guitarrista Mark Sheehan. Danny diz que o álbum é uma forma de homenagear o amigo e um dos fundadores da banda, além de ser uma forma de demonstrar sentimentos depois de muitos momentos difíceis.

 

 há muitas dores para lidar e conseguimos lidar bem com isso até agora, mas seremos capazes de fazê-lo desta vez? E essa é a preparação de uma vida inteira. Toda a preparação para lidar com todos os outros assuntos veio nesse ponto e nos mostrou que é quase como ouso, como artista, não falar sobre isso. Então eu meio que acho desrespeitoso se você é um artista e esconde algo. Você tem que fazer isso, esse é o seu trabalho. Seu trabalho é mostrar de dentro para fora as pessoas, arte é isso. Então acho que uma vez que nos preparamos para fazer isso, foi quando tudo meio que veio, foi bem fácil. É difícil escrever sobre coisas emocionais, mas é fácil, se isso faz algum sentido.

Os números da banda são algo que assusta, são 10 bilhões de streams, 12 milhões de vendas de álbuns, seis álbuns números 1 no Reino Unido, dois singles certificados com platina nos EUA e atualmente estão em turnê com a cantora P!nk pelos Estados Unidos, além de já terem anunciado uma turnê mundial com algumas datas já esgotadas em diversos países. “Both Ways” é uma música enérgica e bem animada, uma canção que talvez a gente não esperasse visto o histórico que a banda passou. Satellites tem previsão de lançamento para dia 16 de agosto, conseguimos notar a empolgação da banda em relação ao álbum com essa entrevista. Leia agora na íntegra a nossa conversa com Danny O’Donoghue:

Minuto Indie: Vocês estiveram por aqui pelo Rock in rio em 2015, como foi a experiência de vocês? podemos nos empolgar com uma nova visita em nosso país? 

Danny: Sim, estávamos conversando sobre isso porque já faz muito tempo. Temos muitos seguidores no Brasil e amei meu tempo lá, fizemos um show memorável no Rock in Rio, más também passei vários meses de férias no Brasil, indo e voltando. Passei um tempo em Copacabana e estive lá no Réveillon. Pude experimentar como é um milhão de pessoas na praia, todo mundo vestido de branco, fazendo orações e entrando na água. Então foi um momento realmente espiritual. Também passei um tempinho de férias em Niterói, tem alguns lugares bem legais lá que tive bastante tempo para conhecer. É ótimo estar perto dessa energia! Me apaixonei pela comida, pela mandioca, pelo guaraná, essas coisas todas. Fiquei viciado em guaraná quando estive lá. Estamos realmente ansiosos para voltar para aí novamente porque temos muitos fãs, muitos amigos dos quais sentimos falta e novos lugares para conhecer.

Minuto Indie: Vocês estão se preparando para uma nova turnê mundial, que ja está até com ingressos esgotados em diversos paises da europa. Como tem sido a preparação para esse momento?

Danny: A preparação é divertida! O ponto que você pensa quando coloca os ingressos à venda é: as pessoas vão comprá-los? E é como fazer uma festa de aniversário onde você convida todo mundo para ir, você não sabe se eles vão, mas quando você espia lá fora e vê todo mundo chegando e fica tipo, “meu deus, todos eles vieram mesmo!”. A venda de ingressos é muito parecida com esse sentimento. Então a preparação para nós será escolher as músicas certas, garantindo que não decepcionaremos ninguém. Há uma certa quantia de dinheiro que podemos gastar na produção, você vê o palco e as luzes e o que você tem no palco. Então esse é o ponto em que estamos agora. São pontos muito divertidos de se estar porque a preparação é, é tudo sobre como fazer essas músicas ganharem vida para o público e então garantir que o público se divirta.

Minuto Indie: O single Both Ways foi o comeback definitivo da banda, como foi a ideia e o trabalho para gazer o clipe dessa música? 

Danny: Foi ótimo. Acho que não… me preparei um pouco para o quanto minhas pernas ficariam doloridas por estar na traseira de um caminhão (risos). Então, quem estiver lendo isso, pode conferir o clipe no YouTube. Sou eu na traseira de um veículo, como se parecesse com Transformers ou Optimus Prime. E eu estou nas costas do robô, estamos indo para a batalha, vamos lutar contra os Decepticons! Eu tenho o violão lá, estou tocando, havia essas cordas da minha cintura até o chão, em ambos os lados (sim foi um trocadilho com o nome da música). Foi muito divertido fazer as primeiras quatro vezes, Na 16ª vez não é tão divertido. Mas foi muito legal porque eles tinham câmeras. Gostamos de um plano geral, um plano curto, como um plano aproximado. Mas eles também tinham um drone profissional, esse cara deveria ter sido contratado pela Red Bull porque era tipo, como se você entrasse no caminhão e no caminhão e você conseguisse alguns daquelas imagens incríveis, eles parecem CGI ou parecem IA. Já fazia algum tempo que não gravávamos um vídeo, então foi divertido ir e filmar no meio do nada. E isso mostra que às vezes você não precisa de nada. Tudo que você precisa é de um fundo legal, como se ninguém estivesse ali, pegar os instrumentos e começar a tocar, sabe?

Minuto Indie: Satellites é o primeiro álbum da banda em 5 anos e com certeza os fãs esperavam demais por esse retorno, como está sendo a preparação para esse lançamento? como foi a composição das músicas durante esse período?

Danny: Já faz um tempo que tínhamos planejado gravar um álbum, decidimos então, justamente quando a Covid estava acontecendo, que lançar um novo álbum e novas músicas seria mais difícil do que dizer às pessoas, o que vocês querem fazer agora? Porque você se lembra de quando estava trancado em casa e pensa: “nunca mais vamos sair daqui”. Eu simplesmente sonhava em ir a um campo com minhas pessoas favoritas e ouvir músicas que amo e apenas dançar e ficar feliz por estar de volta. Então, até certo ponto, o maior sucesso para nós foi reaprender nossos amigos e nossas famílias e tudo isso como voltar para a família Script ao redor do resto do mundo. Estávamos indo para o estúdio para talvez começar a gravar, tragicamente, Mark faleceu. E então passou o ano em que não estávamos fazendo nada. Tivemos alguns shows que deveríamos fazer, que eram mais apenas pontos focais para nossos fãs lamentarem do que qualquer outra coisa. Eram mais apenas maneiras de permitir que as pessoas viessem e mostrassem seus respeitos. Então fizemos isso, e talvez tenha acontecido durante todo o ano passado, houve pedaços sendo feitos, mas nada maluco. Mas foi por volta de novembro, dezembro, na verdade, época de Natal, onde meio que colocamos uma data no ponto e dissemos, “certo, aqui está a data”. E então você realmente precisa se concentrar. Então a preparação, a preparação foi apenas mais mental.

Minuto Indie: Para finalizar, eu gostaria de pedir para você deixar uma mensagem para seus fãs brasileiros e também convidar o nosso público que não conhecem a banda para conhecer o novo projeto de vocês!

Danny: Se você quiser se juntar a nós em uma jornada de ser um pária, de ser como se fôssemos pop demais para o rock, fôssemos rock demais para o pop, fôssemos vendidos demais para r&b, fôssemos muito r&b e todas essas coisas, sempre fomos excluídos e sempre fomos os oprimidos. Mas o que acontece é que, uma pedra rolante junta muito musgo e nós viramos uma bola de neve nessa coisa gigante agora, que é do tamanho do Monte Everest. E são todas as pessoas ao redor do mundo que sentem o mesmo. Se você se sentiu assim, junte-se a nós em nossa jornada! Somos a família The Script, um bando de gente maluca, mas adoramos! Então quando amamos música, música é religião! Espero que você goste do álbum. Se não, ouça uma das músicas antigas ou o que quiser. Apenas passe por aqui, podem baixá-lo, baixá-lo ilegalmente. Eu não dou a mínima, contanto que você ame a música (risos)

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Autor

Escrito por

João Pedro Cabral

Fotógrafo e estudante de Produção Cultural que só queria ser um dos strokes e coleciona uns discos que encontra por ai.