No lançamento do clipe de Algum Lugar, a banda Moreati bateu um papo via e-mail com a MI
A banda Moreati lançou neste sábado (25) o seu novo clipe, Algum Lugar. Gravado com recursos próprios por estudantes do curso de Cinema da UFES, o clipe se divide em quatro capítulos que viajam pelos sentimentos. Formada por Vitor Locatelli, Izac Almeida e Luiz Alves, a banda é mais uma capixaba no cenário alternativo brasileiro.
Para ficar por dentro do que rolou no processo de criação do clipe e da banda propriamente dita, a Minuto Indie bateu um papo rápido via e-mail com Vitor Locatelli, o vocalista da Moreati.
Como vocês se conheceram e como a banda começou?
Vitor: Eu sou primo do Izac. Eu e o Luiz tocávamos juntos em bandas cover. Algumas pessoas no caminho foram desistindo e acabou restando somente eu e ele com essa vontade de fazer música. Porém, fui morar por 14 meses na Inglaterra. Enquanto isso, o Izac aprendeu a tocar baixo por aqui pra se juntar ao Luiz em novos projetos de banda cover. No caminho montei as primeiras composições, em meados de 2015, principalmente melodias. Voltei para o Brasil em setembro de 2015, e fizemos o nosso primeiro ensaio em dezembro desse mesmo ano. Passamos 2016 e o início de 2017 preparando as músicas que estrearam no nosso primeiro show, em junho de 2017.
De onde vem o nome da banda?
Vitor: Estávamos a procura de um nome que fosse próprio e que soasse bem em qualquer idioma. Na época estávamos assistindo a série Sherlock. Nela é apresentado o maior rival do investigador, que se chama Moriarty. Daí modificamos, abrasileiramos e surgiu Moreati. Jogando no Google depois, descobrimos que Moreatí é o apelido dado pelos pescadores capixabas a um peixe. Esse peixe é considerado o peixe mais venenoso do mundo, ele se camufla em forma de corais no fundo do rio. Serviu como uma luva, um nome regional que atendia tudo que a gente queria.
Qual são as principais influências ou o que cada membro ouve em seu particular que influencia no som da banda?
Vitor: Em conjunto temos várias referências como Mutantes, Black Keys, Arctic Monkeys e o movimento indie em geral. Ventre, Boogarins, Terno, Maglore, André Prando… Vários nomes da atual cena brasileira servem de inspiração pra gente. Eu trago muito da brasilidade, Novos Baianos, Alceu, Los Hermanos, Jorge Ben, Gil e Caetano, entre outros.
Luiz traz muita influência de Kings of Leon, Radiohead, Carne Doce, Charles Bradley e muito de jazz e blues.
Izac é o que mais explora os horizontes musicais, mas tem um pé no The Stooges e no Iggy, Bowie, Alex Turner e seus projetos em geral, etc.
Vocês tem algum álbum ou EP ou pretendem lançar?
Vitor: Estamos com álbum pronto para ser lançado no próximo dia 03/09 e faremos o show de estreia no Viradão Cultural daqui de Vitória, nossa cidade. O álbum tem oito faixas gravado no estúdio Subtrópico, pelo Gil Mello.
Se pretendem lançar: já tem uma ideia do que apresentar no trabalho?
Vitor: O trabalho conta com oito faixas onde tentamos mostrar as facetas da banda, desde as letras melancólicas, passando por músicas dançantes e de certa forma alegres, até canções sobre contestação e questionamento dos moldes atuais da nossa sociedade e do ser como limitado. O nome do álbum será Algum Lugar, que também é a faixa que encerra o álbum e abre caminho para um pretendido segundo trabalho.
Explique a letra, o clipe e por que Algum Lugar foi escolhida como single.
A letra de Algum Lugar fala sobre uma decepção do ponto de vista pessimista de quem narra. É também sobre o vazio e a liquidez nos relacionamentos, seja de amizade ou romance, que muitas vezes nos dias de hoje nos deparamos. Fala sobre o silêncio e sobre deixar as coisas irem embora, para melhor.
Algum Lugar foi escolhida como single a partir da ideia do clipe que já era algo que acompanhava a nossa vontade, mas também por ser uma música bem sentimental e que tem um valor bem pulsante para nós três.
Vocês fazem shows? Qual foi a melhor experiência até hoje?
Desde nossa estreia, em junho de 2017, fizemos mais de 20 shows, sempre autorais (realidade que não é normal aqui na cidade muitas vezes, infelizmente) e tivemos diversas experiências. É difícil escolher a melhor, mas com certeza nosso show de estreia foi algo especial. Foi na Casa Verde, numa quinta, casa cheia e fervida. Momentos importantes também foi ao dividir palco com bandas que admirávamos, como a Cainã e a Vizinhança do espelho,My Magical Glowing Lens, o The Baggios, a Molho Negro e a Deb and The Mentals. Pra finalizar, parcerias com bandas daqui também sempre foram de grande importância para nós, numa tentativa de fortalecer a cena. Nesse contexto, dividimos eventos com as bandas Auri, Blackslug, Sol na Cabeça, Mean Mustards, Raw Power, dentre outras.
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O CLIPE
Casas simples, arquitetura modernista e pontes. Todas essas paisagens se encontram no clipe da Moreati. Filmado em Vitória (ES), o trabalho ilustra o que fala na letra da canção: fuga, angústia e calmaria. O roteiro do vídeo foi criado pela banda em parceria com Luiza Grillo, que também faz parte da direção.
O clipe foi basicamente dividido em quatro capítulos. No primeiro, Izac simboliza a angústia, o silêncio. No segundo, Luiz representa a explosão, o desespero e a vontade de correr somente por correr, o perder-se em uma cidade opressora. O terceiro traz o desespero encontrando o mar, que simboliza a beira, o limite. Nele, eu (Vitor) encontro a calmaria perturbada, uma calma momentânea, que leva ao último capítulo. Neste, existe a fusão de todos os primeiros sentimentos e simboliza a última chance, a confusão, a mistura e o recomeço. Nesse momento os três são um e a mistura confunde, mas constrói.
Assista abaixo ao clipe de Algum Lugar:
[Ficha técnica]
Roteiro: Gabriel Cardoso, Luiza Grillo Direção Luiza Grillo Ass direção: Yasmin Nolasco Produção: Yasmin Nolasco, Luiza Grillo Direção de fotografia: Shay Peled, Luiza Grillo Assistente de fotografia: Nuno Perim Câmera: Shay Peled, Luiza Grillo, Nuno Perim Montagem e Finalização: Luiza Grillo Consultoria de roteiro e montagem: Moreati Elenco: Vitor Locatelli, Izac Almeida, Luiz Alves, Melina Furlan, Matheus Kerkoff
Letra por: Vitor Locatelli Arranjo e Produção: Moreati Interpretada por: Moreati Gravação, Mixagem e Masterização: Gil Mello
A louca dos esportes, música e livros, faço dos meus hobbies uma projeção do meu futuro profissional. Formada em Técnico em Informática e cursando Jornalismo.
A louca dos esportes, música e livros, faço dos meus hobbies uma projeção do meu futuro profissional. Formada em Técnico em Informática e cursando Jornalismo.
[…] o perder-se em uma cidade opressora”, explica o vocalista e guitarrista Vitor Locatelli ao site Minuto Indie. “O terceiro traz o desespero encontrando o mar, que simboliza a beira, o limite. Nele, eu […]
[…] o perder-se em uma cidade opressora”, explica o vocalista e guitarrista Vitor Locatelli ao site Minuto Indie. “O terceiro traz o desespero encontrando o mar, que simboliza a beira, o limite. Nele, eu […]