O Minuto Indie bateu um papo super maneiro com Frank Iero, ex-guitarrista do fenômeno My Chemical Romance. Se você era antenado em música nos anos 2000, com certeza você ouviu falar de MCR. Você pode conhecer Frank pela banda, mas ele estará no Brasil amanhã por outros motivos! Desta vez Frank está acompanhado dos Future Violents, seu novo grupo, para performar em São Paulo amanhã (28) no Fabrique Club. O show é um oferecimento Powerline, não perca! Confira agora a entrevista na íntegra!

MI: Primeiramente, muito obrigada por tirar um tempo para responder às minhas perguntas. É uma honra, sou uma grande fã. Bem, parabéns pela nova banda, estamos muito felizes que vocês vão vir para o Brasil! Você e sua nova banda, Frank Iero and the Future Violents, lançaram uma nova música chamada for Young and Doomed (que é incrível, por sinal) e tem uma referência ao My Chemical Romance que nos pegou desprevenidos! Como os outros meninos que fizeram parte do MCR (Gerard, Mikey e Ray) reagiram? Eles sabiam que a referência estaria na faixa? Ou eles foram surpreendidos também?

Frank: Primeiramente, olá! Obrigado a você por tomar o seu tempo fazendo isso [entrevista]. Sim! [risos] Sabe aquele momento em que você escreve um verso e você fica “cara isso é muito perfeito”? [risos] E me fez rir, então eu fiz uma demo no meu porão. Eu e os Future Violents tivemos sessões no meu porão antes do processo de gravação. Então nós fizemos a demo no porão. Eu gravei os vocais e imediatamente mandei para o Gee [Gerard Way] e disse: “Ei, eu tive essa ideia, eu acho que seria engraçado, o que você acha?” E ele ficou tipo [risos] “isso é incrível!” Nós conversamos sobre como era engraçado, e como era que nem nos quadrinhos, quando você descobre que o seu herói existe no mesmo universo de outro [crossovers]. E ficamos indo e voltando no assunto de que a referência era sobre projetos passados, então eu mandei para os outros caras [Ray e Mikey] e todos eles assinaram embaixo e amaram. Então, nós terminamos as gravações e eu a enviei de novo. Eu acho que eles estavam animados que um de nós fez isso [a referência ao MCR] e que foi em uma música com uma mensagem tão legal, eles realmente me apoiaram. E foi muito legal fazer isso.

MI: Então, você está voltando ao Brasil depois de 11 anos. Quais são as suas expectativas para o show em São Paulo?

Frank: Ah, cara, eu estou além de animado! É louco, sabe… 11 anos atrás eu viajei para o Brasil e só pude tocar em um show. Minha avó, infelizmente, teve um grande derrame e tive que voltar para casa. Eu perdi o resto da turnê, mas eu ouvi histórias incríveis do resto da banda sobre ela. Eu fiquei ansiando por essa turnê por anos, e finalmente eu chegar no país e ter isso tirado de mim quebrou meu coração, por muitas razões. E agora, já fazem 11 anos e nós estivemos esperando ter essa oportunidade de novo, e é um milagre, cara! Algumas pessoas não têm essa oportunidade uma vez, muito menos duas. E eu não posso esperar! Ontem à noite tocamos em Lima, Peru, e minhas expectativas foram inimaginavelmente superadas, as pessoas foram maravilhosas. Eu não posso esperar para voltar para o Brasil para tocar músicas antigas e novas para vocês. Honestamente, eu me sinto muito muito abençoado. Obrigado a todos que estiveram esperando, foram pacientes e imploraram para a banda vir pra cá. Este foi o modo em que encontramos o nosso caminho de volta. Se os produtores não veem demanda pela banda, eles não vão trazê-la. Então ter fãs que são muito expressivos sobre querer me ver e ver a banda significa o mundo para mim porque foi o que trouxe a gente para a América do Sul. Então muito obrigado.

MI: Vocês pretendem voltar e incluir outras cidades na turnê, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília, por exemplo? Seus fãs de outras partes do país também sentem a sua falta!

Frank: Sim, então as coisas funcionam à mercê de um produtor, tentando marcar uma turnê. Então essa turnê é uma forma mostrar para os produtores de outras cidades e países que as pessoas querem ver a banda. Então, vindo para cá e fazendo alguns shows que vão muito bem, espero que isso dê confiança aos promotores de nos chamarem para tocar de novo em quantas cidades a gente puder.

MI: Além disso, você está em fazendo turnê pela América Latina antes do lançamento de Barriers, seu novo álbum. Você deve confiar muito nos seus fãs para vir até aqui performar! O que foi que te deu o estalo, assim “nossa, é hora de voltar”?

Frank: [Risos] Sim, eu acho que é quando as pessoas te escrevem, as mídias sociais têm um grande papel nisso. Você vê pessoas dizendo “ei, venha para este país”, “venha para a minha cidade”, e você começa a receber muitas mensagens e a se perguntar “cara, talvez muitas pessoas queiram ver a banda!”, e claro os produtores prestam atenção nisso. E nós trabalhamos com produtores para fazer os shows. E eu acho que muitas pessoas não entendem como é. Não é assim, você tem uma banda e liga para uma casa de show em São Paulo ou no Rio de Janeiro e fala “ei, to chegando, libera essa data aí pra mim!”. Existem pormenores do bussiness que não funcionam assim. Você precisa de um promotor para falar por você e te trazer pra cá. Com isso, é importante ter pessoas chamando e falando alto na internet, pedindo para você vir. E também pedindo a agências para trazer as bandas que você ama. É assim que você vai conseguir que as bandas venham e façam shows. Eu acho que pela grande demanda, eu sempre pensei “ah, cara, queria muito poder ir lá [América do Sul]” e agora que estamos aqui é apenas incrível. Ontem no show em Lima, tinham cartazes que as crianças estavam levantando enquanto tocamos, tem sido simplesmente fantástico. Não posso esperar para tocar.

MI: Qual é a maior diferença entre Frank Iero and the Future Violents e os seus outros projetos, como Frank Iero and the Patience? E o que podemos esperar de Frank Iero and the Future Violents no futuro?

Frank: [risos] Bem, toda vez é uma banda diferente. Você tem novos membros, em Future Violents é um line up completamente diferente. Sou eu mesmo, meu parceiro Evan Nestor, que tocou no Cellabration e no Patience, ele é o único constante. Tucker Rule, que toca bateria no Thursday e no Ageist, eu o conheço provavelmente desde 1999 e queria estar em uma banda com ele desde que eu consigo me lembrar. Matt Armstrong, que tocou baixo na banda Murder by Death, eu o conheço desde 2000/2001, estivemos em turnê juntos, sempre quis estar em uma banda com ele também. E Kayleigh Goldsworthy, ela é uma multiinstrumentista, eu a conheci há 2 anos mais ou menos, tocou em diversas bandas e em carreira solo também, é um ser humano extremamente talentoso, toca piano, órgão, violino, violão e canta lindamente. Nós tivemos a oportunidade de colaborarmos em um cover de R.E.M. que eu gravei na BBC, eu soube na hora que eu deveria estar em uma banda com essa garota e ela é fantástica. Essa [Future Violents] foi a oportunidade perfeita de todos estarem em uma banda juntos. Pra mim este é o time dos sonhos. Além disso, soa completamente diferente de tudo o que já fizemos, tem canções neste disco [Barriers] que eu tenho almejado e tentado fazer por toda a minha vida. Eu acho que músicas são como amores, sabe, pessoas que você conhece no caminho e você sabe que seriam relacionamentos incríveis, mas você só não está pronto. E canções são muito assim, eu já escrevi músicas em que eu pensei “ah, isso não é certo para mim agora”. As faixas deste álbum tem estado comigo por muito, muito tempo. Eu acredito que agora é a hora certa delas serem lançadas. E o que é diferente? Resposta rápida para isso: tudo, para ser sincero. E o que podem esperar do futuro? Ah, cara, eu não sei, primeiramente você tem que ouvir o disco. O álbum sai em 31 de maio, então espero que você ouça. Nós lançaremos mais alguns vídeos, faremos mais turnês e além disso eu não sei. Eu acho que essa banda é muito, muito única e divertida de ser parte, e se conseguirmos manter os membros juntos, o céu é o limite.

Confira a faixa de estreia da banda:

E você? Vai no show do Frank Iero and the Future Violents?

SERVIÇO

Show: Frank Iero and the Future Violents

Local: Fabrique Club, São Paulo

Horário: 18h

Ingressos: A partir de R$110,00

Site: pixelticket.com.br

 

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Autor

  • Juliana Guimarães

    Mestre em Microbiologia e doutoranda em Biotecnologia Vegetal e Bioprocessos, que nas horas vagas escreve no Minuto Indie e joga videogame. Tem PhD em Emo e Metalcore, é fã de carteirinha do My Chemical Romance e ama musicais. Nunca foi vista sem delineador 🤫

Escrito por

Juliana Guimarães

Mestre em Microbiologia e doutoranda em Biotecnologia Vegetal e Bioprocessos, que nas horas vagas escreve no Minuto Indie e joga videogame. Tem PhD em Emo e Metalcore, é fã de carteirinha do My Chemical Romance e ama musicais. Nunca foi vista sem delineador 🤫