Conversamos com Hoovaranas sobre expectativas para tocar no 5 Bandas, próximos lançamentos, suas influências e feat com Fefel do Boogarins
Prestes a lançar o terceiro disco, chamado Três, no próximo dia 12 de julho, o trio Hoovaranas, de Ponta Grossa/PR, é uma das atrações do Festival 5 Bandas, que acontece no dia 31 de agosto na Casa Rockambole, em São Paulo. Em entrevista exclusiva, conversamos com os integrantes Eric Santana (bateria), Jorge Bahls (baixo) e Rehael Martins (guitarra) sobre a nova fase da banda, a sonoridade do novo trabalho, colaboração com Fefel, integrante do Boogarins, e o que o público pode esperar do show no Festival 5 Bandas.
A Hoovaranas se destaca na cena alternativa atual por sua identidade e personalidade marcante. Como um power trio, eles são profundamente comprometidos com a sonoridade única que desejam entregar. Sua música instrumental é capaz de transmitir sentimentos e criar uma conexão intensa com o público. O show promete ser inesquecível, assim como as outras atrações do festival.
Para quem aprecia música, acompanhar a Hoovaranas é obrigatório! A banda está entre as mais relevantes da cena musical atual e merece atenção. O single “Frenesi”, lançado nesta sexta-feira (21), passeia entre o math-rock, shoegaze e o rock psicodélico, e mostra que a banda está ainda mais madura e pronta para se tornar uma das referências na cena BR. Ouça aqui abaixo 🙂
Leia nosso bate-papo e também acompanhe a banda nas redes sociais em @hoovaranas e o festival em @5_bandas.
Minuto Indie: Vocês fazem um som muito único, muito orgânico, têm uma sonoridade única. Como foi que esse processo criativo aconteceu? Como é que vocês encontraram essa sonoridade tão única?
Rehael Martins: É que, assim, a gente passou por muitos gostos musicais desde que começou a banda. Daí, acho que foi misturando, sabe? Tipo, a gente nunca se prendeu a um estilo só, apesar de ser instrumental. Quando a gente está viciado em um estilo musical, começamos a fazer música nesse estilo, mas trazendo a bagagem que já tínhamos. Acho que acaba virando essa mistura, sabe? Às vezes alguém está ouvindo algum estilo, traz para o processo, aí outro traz outra coisa e vira essa misturona, sabe?
Eric Santana: Com o tempo, fomos maturando, começando a ver umas paradas mais alternativas, mais novas e tal. Mas foi essa mistura mesmo, de estilos de cada um. A gente sempre foi misturando ali, daí por isso virou essa doideira.
Minuto Indie: Então vocês se encontraram juntos, uma construção bem coletiva mesmo?
Eric: É. Cada um trouxe um pouquinho do que gostava ali no momento, e é sempre assim, cada um de nós está numa pira diferente de som e a gente acaba juntando isso. Eu trago uns ritmos diferentes, o Rehael traz umas melodias diferentes por causa das paradas que ele está ouvindo, o Jorge traz uns grooves diferentes por causa das paradas diferentes que ele está ouvindo, daí vira um negócio muito louco. É uma mistura de coisas raras.
Minuto Indie: Como é esse rolê de se encontrar musicalmente sem estar numa grande metrópole, sem estar em São Paulo, sem estar em Curitiba? Como é isso para vocês? Influencia na música de vocês?
Eric: Então, isso é bem louco, porque, mesmo Ponta Grossa não sendo uma cidade grande, aqui tem uma cena muito forte, tem muita banda autoral bem massa, várias bandas que influenciaram a gente. Tem uma banda aqui que se chama Cadillac Dinossauros, que influenciou muito a gente. Acho que fomos a banda que começou a ser um pouco fora da curva, começando com som instrumental e psicodélico, que não era uma parada que rolava muito aqui.
Aqui até tinha som instrumental, mas era mais para o lado erudito. Aqui tem uma cena bem forte de metal, por exemplo, de indie também, tem várias bandas de amigos nossos, como a Cráfica, Lizzy Lizzy, várias bandas bem massas daqui. Virou uma conexão de músicos, porque todo mundo se conhece aqui, a galera que toca se conhece, conhece as bandas e tudo mais. Isso foi bem massa até hoje para a gente, somos influenciados por essa galera, pelo lance do interior mesmo, daí a gente leva isso para fora daqui. Uma doideira.
Minuto Indie: E rolou um feat com o Boogarins. Como foi isso?
Jorge Bahls: Acho que foi aleatório, né?
Eric: Foi. A gente sempre foi muito fã do Boogarins e, na penúltima vez que tocamos em São Paulo, em 2022, no rolê da Porta Maldita. E o Fefel estava nesse rolê, aleatoriamente. Daí a gente foi tietar, rsrsrsrs.
Rehael: Eu não me aguentei mano. rs Teve uma parte que eu tava falando com o Erick, dai eu vi o Fefel e falei “mano, não vou aguentar, vou ter que dar um oi pra ele”.
Eric: Ele chegou para nós e disse que tinha gostado do show, e falou: “Deixa eu participar de uma música de vocês, nem que seja tocando uma nota!”, e daí aconteceu. Essa época coincidiu com o show deles aqui em Ponta Grossa, foi a primeira vez que eles tocaram aqui, e a gente abriu o show. Pouco tempo depois, lançamos essa música com o Fefel, que se chama “Me Jogue”.
A partir dali, acabamos virando amigos deles, até tocamos juntos num festival no Rio Grande do Sul. Enfim, vivemos vários momentos juntos e viramos amigos! No disco novo tem uma das músicas, é uma versão de uma música deles, uma música instrumental, chamada “Refazendo”. Eles liberaram a gente para gravar e tudo mais.
Minuto Indie: Qual é a previsão de lançamento do disco novo? A partir de agora, com esse novo disco, como querem ser reconhecidos na cena?
Eric: Então, no dia 12 de julho, lançamos nosso próximo disco, que é o terceiro. Ele se chama “Três” e é um disco pesado, com mais influência de math rock. Tem um pouquinho de shoegaze, mas tem bastante jazz brasileiro. Tem coisa de música brasileira, ritmos afro-cubanos. Tem muita coisa latina nos ritmos. Mas, vamos dizer, é um post-rock alternativo.
Vai rolar um pré-save na próxima semana para o disco e vamos ter vinil também, mais pra frente. É louco porque toda vez que lançamos um disco, sentimos que estamos realmente sendo Hoovaranas. Sentimos que agora é o som que sempre quisemos fazer!
Minuto Indie: O que a galera que vai no 5 Bandas pode esperar do show de vocês?
Jorge: A gente pede para a galera ir com o ouvido e o coração aberto. Com a mente aberta. Porque a gente também está no veneno para tocar. Estamos afimzão, sabe? Esperamos que a galera curta bastante o show, bata muito a cabeça, mosh bem gostoso.
Eric: É um showzinho pesado, estamos vindo com disco novo. Teremos acabado de lançar o álbum novo quando formos tocar, inclusive. Então vai ser uma mistura do “Alvorada” (2022) com esse disco novo. É um showzinho pesado, meio denso, mas esperamos que a galera curta e vai ser nossa quarta vez em São Paulo. Vai ser especial!
Minuto Indie: Participar de um festival como o 5 Bandas significa o quê para a banda nesta fase?
Eric: Bom, é uma parada muito maneira, porque acompanhamos desde a primeira edição, sempre curtimos o canal. Em 2018, acho que já curtiamos os vídeos do MI, e acompanhamos desde os primeiros 5 Bandas, quando começamos a banda. Então, era até meio distante imaginar tocar no festival, mas é muito louco. Vemos como uma baita oportunidade de mostrar nosso som e tem uma pira que sempre curtimos, que é tocar pela primeira vez para uma galera que não faz a menor ideia de qual é o nosso som! E a gente chega e toca, é sempre uma experiência muito massa!
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Escute Hoovaranas aqui