Atalhos

O duo de indie rock do interior vem a São Paulo para show na quinta-feira

Erick Tedesco, jornalista e um grande amigo, realizou uma entrevista com o duo de indie rock Atalhos, do interior de São Paulo. Veja abaixo como foi esse bate-papo que foi disponibilizado ao Minuto Indie em primeira mão.

Entrevista

Entre experimentalismos, elementos eletrônicos e psicodélicos, numa atmosfera que remete ao pop dos anos 60 e 70, o The Holydrug Couple, concebido em Santiago (Chile), é uma das mais ousadas formações da música indie da América do Sul. Quase uma década na ativa, com turnês pelos Estados Unidos, Europa e Reino Unido e discos lançados pela cultuada gravadora norte-americana Sacred Bones, o duo chileno enfim traz a turnê do excelente Hyper Super Mega ao Brasil, com passagem pela capital paulista dia 15 de agosto, no Centro Cultural São Paulo (CCSP), espaço que tem curadoria do experiente jornalista Alexandre Matias.

Sobre a banda

O duo brasileiro de indie rock Atalhos, de Birigui (interior de São Paulo), faz a abertura e é com um dos músicos, o criativo Gabriel Soares, é que batemos um papo. Conversamos sobre o novo disco que sucederá o excelente ‘Onde a gente Morre’, sobre este show no CCSP, além de referências musicais e o intercâmbio sul-americano da banda com outros nomes da cena indie do continente.

1. A Atalhos tem show nesta quinta-feira (15) junto ao duo chileno The Holydrug Couple no Centro Cultural São Paulo. Os shows neste espaço oferecem uma experiência visual um tanto diferente de um palco convencional e, de certa forma, isso tem muito o jeito de vocês fazer música. Mas, o que de fato vão apresentar, tocar e experimentar nesta noite?

Gabriel Soares: Estamos muito felizes de tocar pela primeira vez num palco tao importante de Sao Paulo, como o CCSP. Queremos aproveitar essa oportunidade especial para apresentar uma nova roupagem de som que estivemos trabalhando nos últimos tempos. Vamos apresentar novas versões dos nossos singles, além de tocar duas inéditas que estarão presentes no novo álbum.

Produção

2. O produtor da Brain Productions, que produz este evento, adiantou que vocês estão em estúdio compondo o novo disco – em Buenos Aires. O que pode adiantar em termos de sonoridade e influências? Ouvi dizer que War On Drugs é uma referência.

Gabriel Soares: Sentimos que era preciso nos reinventarmos como banda, e esse processo de renovação se deu desde o momento das composições. Pela primeira vez compus todas as músicas na guitarra, e não no violão.

Quando estávamos gravando em São Paulo conheci o Ives Sepulveda, do The Holydrug Couple. Enviei as demos do disco com a intenção de convidá-lo para participar da mixagem, porque eu sentia que precisava modernizar o som da banda. O feedback dele foi muito importante, e eu aceitei o convite para ir a Santiago. Fiquei um mês no Chile trabalhando com ele e pensando em cada mínimo detalhe da produção das músicas.

Nosso plano era trazer toda a produção para São Paulo e mixar por aqui, mas surgiu uma oportunidade de fazer a mixagem no Estúdio Panda, em Buenos Aires. Estivemos lá juntos na semana passada e posso dizer que foi uma experiência grandiosa poder trabalhar no mesmo estúdio onde gravaram Charly Garcia, Gustavo Ceratti, Fito Paez, e tantos outros artistas que sempre me influenciaram.

The War On Drugs é referência direta nesse novo trabalho, especialmente pela estrutura das baterias muito inspiradas também em Fleetwood Mac. Nosso plano para a parte final do álbum é entregar a masterização nas mãos de Greg Calbi, do estúdio Sterling Sound. Ele masterizou os últimos álbuns do War on Drugs, do Kurt Vile, enfim, de artistas que de certa forma influenciaram esse novo trabalho.

No final das contas teremos um disco totalmente americano, no sentido de continente. Gravado em São Paulo, produzido em Santiago, mixado em Buenos Aires e masterizado em Nova Jersey. Isso tem muito a ver com a temática das novas músicas que tratam de viagens, estradas, e distâncias continentais.

Sobre o Disco

3. ‘Onde a Gente Morre’ é um disco excepcional, com letras impactantes, profundas, e um instrumental volátil, ora leve, ora denso. A impressão é que foi um registro pensado minuciosamente. Um trabalho de anos e muitas horas em estúdio para gravar e produzir. Hoje, depois de lançado, rodado e prestes a receber um substituto, como você explicaria o que é esse álbum aos fãs da banda?

Gabriel Soares: Esse álbum foi uma tentativa de experimentação radical. Lembro que estávamos muito influenciados, na época, pelo modo de produção do Wilco em Yankee Hotel Foxtrot. Assistimos várias vezes o documentário de gravação desse álbum para compreender o sentido de “desconstrução” das canções. Nesse novo disco que estamos trabalho, o caminho meio que volta ao sentido inverso.

Depois de desconstruir e destruir as canções que pareciam singelamente pop, a ideia agora é entregar composições maduras e fortes em uma roupagem pop e contemporânea, que soe bem tanto em fones de ouvido de iPhone, em falantes de carros em estradas, ou em monitores de estúdio profissional.

4. Dá pra sentir na sonoridade da Atalhos referências de folk, pop, algo de música brasileira, mas em certos momentos existe uma força descomunal que remete a algo mais pesado, mais denso. Quem são, hoje, artistas e bandas que você se sente impactado ao ponto de trazer isso à música que você faz?

Gabriel Soares: Esse novo disco deve muito a estruturas clássicas de Bruce SpringsteenFleetwood Mac, mas também tem o olhar apontado para o futuro, pois esse é o sentido de continuar gravando novos álbuns em 2019, depois de tanta coisa que já foi gravada e experimentada. Tenho escutado muito Haim, DIIV, Helado Negro, Tennis, artistas sul-americanos como o chileno Alex Anwandter, a banda argentina Mi Amigo Invencible, entre outros.

Confira abaixo mais informações sobre o show.

SERVIÇO

The Holydrug Couple + Atalhos no CCSP (São Paulo)

Evento: https://www.facebook.com/events/2088137041489228

Data: 15 de agosto de 2019

Horário: 21 às 23 horas

Local: Sala Adoniran Barbosa, no Centro Cultural São Paulo (CCSP)

Endereço: rua Vergueiro, 1000, bairro Paraíso – São Paulo/SP

Ingressos: http://bit.ly/2YHWNYp (R$ 20 a R$ 40; não tem taxa de conveniência)

Funcionamento da bilheteria: de terça a sábado, das 13 às 21h30; domingos, das 13 às 20h30.

Classificação etária: livre

Produção: Brain Productions e 1977 Producciones

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Autor

  • Eduardo da Costa

    Redator do site Minuto Indie. Graduado em jornalismo e pós-graduado em marketing digital e comunicação para redes sociais, amante de música, esportes, cinema e fotógrafo por hobby. Siga-me nas redes sociais: Facebook: duffnfedanfe; Instagram: nfedanfe; Twitter: _duffe; Last.Fm: duffhc3m; Pinterest: duffe_;

Escrito por

Eduardo da Costa

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