Conversamos com a banda sobre a estrada até aqui e sobre os planos futuros
Trocamos uma ideia com a banda de stoner Casquetaria, que nos falou um pouco do que tem acontecido na estrada, em sua carreira e os planos para o futuro, que incluem novas gravações.
Diretamente de Macaubal/SP, interior distante da capital de São Paulo, Casquetaria é uma banda que se apresenta da forma mais crúa possível na cena underground DIY. A banda é formada por três irmãos em 2016 e tendo seu primeiro lançamento de álbum Seven em 2018, oque mais se nota em shows ao vivo é a presença de palco marcante e jus a produção em estúdio.
A banda italiana de stoner/doom Sangue desembarca para a primeira tour no Brasil entre o fim de janeiro e início de fevereiro. Com os anfitriões Casquetaria e Slowner, tocam em sete oportunidades (entre shows em São Paulo e no interior), cada data com mais um monte de banda maneira da cena stoner nacional.
O nome da tour, ‘Slow Bloody Caravan’, assim como a arte do cartaz, remetem a características de cada banda: slow pelo som arrastado da Slowner; bloody, ou seja, ensanguentada, da italiana Sangue; e Caravan, em referência ao último single da Casquetaria, ‘Van’s Ride’.
A ideia da tour surgiu no começo de 2019, quando as três bandas firmavam parceria com o selo californiano Fuzzy Cracklins. O selo iniciou diversos projetos com bandas brasileiras para divulgação e promoção de merch nos Estados Unidos e em outros países.
As sonoridades, aliás, são complementares. As influências de Black Sabbath, Alice in Chains, Melvins, Kyuss e demais precursores do gênero Stoner Rock são inegáveis para quem já ouviu as músicas dessas bandas.
A turnê tem apoio da Abraxas, Fuzzrious, Fuzz Cracklins, Doom Nation e Raro Zine.
Confira a entrevista:
MI – A Slow Bloody Caravan praticamente abre a agenda 2020 pro stoner em São Paulo. O que a banda prepara para estes shows?
Casquetaria – Primeiramente diríamos que estamos muito ansiosos pra conhecer os integrantes das 2 bandas (Slowner e Sangue) pessoalmente, pois até o momento nos falamos apenas pela maravilhosa internet, por estarmos bem longe… especialmente Sangue que está vindo da Itália. Nos sentimos muito honrados em ter a oportunidade de tocar com todas as bandas que farão parte desse role e o que mais esperamos para os shows é que possamos passar a energia do rock’n roll pra cada alma que estiver presente e poder divulgar nosso trabalho o máximo possível pra quem ainda nos conhece. Acreditamos que todas as bandas envolvidas diriam o mesmo.
MI – Cometem, por favor, sobre os últimos lançamentos da banda. A repercussão positiva entre mídia e público foi um incentivo para este giro entre fim de janeiro e começo de fevereiro deste ano?
Casquetaria – Sim, tivemos uma repercussão muito positiva com o lançamento dos nossos últimos singles “Van’s Ride” e “Mente Poluída” através do selo Abraxas que assinamos parceria em 2019. Conhecido pelos traços do Stoner Punk, esse single de Mente Poluída nós gravamos com nossos amigos da Ovu Cuzido de Monte Aprazível e tivemos uma visibilidade do lançamento que nos deixou impressionado. Será muito gratificante para que nossos fans possam ouvir essas músicas ao vivo, porque sempre contamos com o som pulsante ao vivo!
MI – O terceiro show da turnê será na avenida Paulista, uma nova opção e já bastante concorrida para bandas de todos os estilos mostrar seu trabalho. É a oportunidade para democratizar o som da banda e levá-la a novos ouvintes?
Casquetaria – Com certeza, voltar a tocar na Paulista é sempre uma honra muito grande porque ali existe o tipo mais diversos de público e trazer nossos amigos Sangue da Itália e Slowner de Recife pra galera sacar será incrível. O fato de ser um ponto acessível e gratuito facilita para que as pessoas passem por ali e se gostarem do seu som elas possam apreciar e chamar os amigos.
MI – Gostaria que falasse um pouco das duas outras bandas com quem realizarão todas as datas deste giro. O que mais gostam da sonoridade de cada uma delas?
Casquetaria – Pegar o carro e cair na estrada na hora no pôr do sol. De repente anoitece é possível ver entidades vingadoras que estão em busca das almas das pessoas falsas, corruptas e malditas, isso fica bem explicito nas letras e os riffs longos e as pausas que criam o cenário perfeito para a narrativa que cai como uma luva no conceito da Slowner.
Sangue sugere a realidade com agressividade crua e sanguenta, uma vez que aponta peso na simplicidade e a natureza selvagem do ser humano!
MI – Falando sobre o stoner, o estilo ganhou força no Brasil e no mundo, com o aumento de números de bandas. Também ganhou representatividade, por exemplo, com o trabalho de produtoras aqui – Abraxas, Doom Nation, Fuzzrious. Na percepção da banda, o que é preciso para fortalecer neste nicho (bandas, selos, produtoras, mídia) em 2020?
Casquetaria – Na nossa opinião o stoner se tornou nos últimos anos um gênero que abriu portas para bandas independentes principalmente fora dos EUA, parte por existir veículos como as redes sociais e parte porque o público começou a se interessar não apenas por bandas que são super famosas, principalmente porque houve uma quebra no preconceito. Para o fortalecimento do gênero neste ano, primeiramente temos que ter uma cooperatividade maior entre selos, bandas, produtores, artistas, realizadores, enfim, quanto mais gente que abrace a causa melhor será a força do nicho. As pessoas certas trabalhando juntas são capazes de realizar excelente projetos!
MI – Quais os planos da banda ao término desta turnê?
Casquetaria – Vamos entrar em um período das pré produções de nosso 2º álbum, no qual ficaremos um pouco mais afastados dos palcos para ficar mais focados em tudo que podemos trabalhar para ter um material diferente mas ao mesmo tempo familiar ao Seven (nosso primeiro álbum). Pretendemos realizar o lançamento no segundo semestre de 2020 e planejar uma tour de shows para divulgação.
Casquetaria
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