Banda se apresentou no festival MADA na última semana
Bule é um projeto de música brasileira, dançante e tropical que explora timbres, sonoridades e substâncias dos anos 1980. Estão fervidos o orgânico e o eletrônico, o beat e a conga, o synth e a guitarra.
Na entrevista, contaram sobre a experiência da banda, gravações e a estrada. Na entrevista, conhecemos um pouco mais da banda.
Confira abaixo o bate-papo:
MI – O que mudou na vida da banda após o lançamento do primeiro disco?
Bule – Apesar de a gente já vir fazendo shows com um certa frequência e o feedback dos primeiros singles ter sido muito bom, mudou bastante porque a gente conseguiu atingir alguns festivais importantes e tocar em outras cidades. Com certeza, uma banda com um disco lançado consegue alcançar mais pessoas por ser um material mais completo, que dá um boa ideia da identidade e estética pretendida pelo trabalho.
MI – Como foi trabalhar com o Benke Ferraz, do Boogarins?
Bule – Foi massa trabalhar com Benke porque a gente já tinha muitas coisas em comum. Ele tinha vindo aqui no Recife com o Coquetel Molotov pra um workshop, e a gente gostou da maneira que ele trabalha. Nosso primeiro contato com Benke foi pela internet. A gente soube que ele estava sempre por Recife e conhecíamos o trabalho dele com Boogarins, inclusive os primeiros discos, que tinham uma pegada de gravação caseira. Era nossa pretenção fazer acontecer com o que tínhamos, e Benke foi perfeito pra isso. Quando a gente mostrou nosso trabalho e umas pré-produções, ele curtiu e se interessou em trabalhar com a gente, produzir o disco junto com a banda e ainda mixar todas as faixas.
Depois de três meses de reuniões, a gente passou 7 dias de gravação no nosso estúdio durante janeiro de 2018 e daí fizemos toda a estrutura do disco e das canções. Depois disso, durante o ano, fomos nos reunindo pra fechar as mixagens música por música. E, além dessas reuniões, a gente trabalhou muito mantendo o contato a distância.
MI – Qual foi expectativa da banda pro festival?
Bule – A gente sempre se identificou bastante com o Mada, desde antes de formar a banda, tendo uma vontade imensa de participar desse festival que é conhecido no Brasil inteiro. Lá já tocaram nomes como Criolo, Jorge Ben, Nação Zumbi, Pitty, e há uma cultura de promover novos artistas, novas bandas. Além disso, desde o começo da banda a gente mirou no Mada como um festival que vai significar um passo à frente na carreira da bule.
MI – Quais as principais diferenças pra vocês entre as apresentações de festival e as de shows próprios? (Publico, logística, som)
Bule – O que a gente sente logo é a diferença de público. Sempre vem um pessoal falar com a gente nas redes sociais, dizendo que não conhecia a banda e que curtiu o show. A gente está tendo uma experiência muito boa com o público novo. Foi assim em todos os festivais que tocamos até agora e torcemos pra que seja assim também agora no Mada.
Mesmo em pouco tempo, a gente já conseguiu formar uma certa equipe que nos acompanha, e isso fez as diferenças em termos de logística e som diminuírem comparando festivais e shows próprios, mas claro que ainda sentimos muito mais impacto nos shows de grandes eventos, principalmente porque, durante toda a produção do conceito e da estética, a gente sempre pensou em fazer uma apresentação pra esse tipo de ambiente. A gente se sente muito feliz e confortável fazendo show pra festival.
MI – De onde vem as influências da banda?
Bule – As nossas influências vêm dos anos oitenta, com “Realce”, de Gilberto Gil, e “Madonna”, de Madonna, até a década atual, com “Tropix”, de Céu, e “Uhuuu!, de Cidadão Instigado, passando por Guilherme Arantes, New Order, Daft Punk. A proposta da banda desde sempre foi ter um som brasileiro e dançante. A gente tem muitas influências estrangeiras, porém sempre tentando deixar nosso som com a cara do nosso país. E também fazer o público dançar.
MI – Vocês já começam a sentir, após esse tempo na estrada, diferenças entre o começo da carreira e agora?
Bule – Sentimos bastante após a turnê, porque conseguimos levar nosso som a muito mais gente e percebemos a diferença na interação do público com a banda nas redes sociais. Além de tudo, foi muito gratificante e emocionante ir pra cidades como Brasília-DF e São Paulo-SP e ver o público cantando as canções junto com a gente e dançando.
MI – Quais locais a banda ainda não tocou mas deseja se apresentar em breve?
Bule – A gente pensa a curto prazo e deseja muito tocar em mais cidades do Nordeste, como João Pessoa, Maceió, Aracaju, Caruaru, que estão pertinho da gente, além de, sempre que possível, ir pra outras regiões e tocar em cidades novas. Nessa turnê passada, a gente enxergou de perto a importância de fazer show pelo país. A quantidade de pessoas que acabam conhecendo seu som, outra parcela que já conhecia e queria muito sacar o show, enfim, é uma experiência bem massa que a gente espera continuar fazendo, conhecendo lugares e pessoas novas.
Iniciada no Recife, em 2017, a banda é formada por:
Pedro Leão (voz, guitarra, sintetizadores)
Carlos Filizola (guitarra, sintetizadores, programações)
Daniel Ribeiro (percussão, programações)
Bernardo Coimbra (contrabaixo, sintetizador)
Kildare Nascimento (bateria).
Facebook da banda.
Bule
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