Festival chega para ressignificar os rótulos da música gaúcha
O Rio Grande do Sul é conhecido há décadas pelo “rock gaúcho”, mas a música do estado – e de toda a região sul da América – vai muito além desse rótulo. É justamente essa pluralidade que o Chisme Festival quer destacar. No dia 30 de novembro, o evento estreia no Jockey Club do Rio Grande do Sul, celebrando as múltiplas sonoridades que fazem parte da identidade do sul, com um line-up que mistura tradição, inovação e uma boa dose de surpresa.
“O Chisme é mais do que um festival, é um espaço para ampliar a ideia do que o pampa representa. Tem milonga, candombe, tambores, música eletrônica – é sobre abraçar toda a mistura que nos forma,” comenta João Castiel, sócio da Gana&Voga, idealizadora do evento.
A programação reflete esse espírito. De um lado, o festival resgata raízes com artistas como Vitor Ramil e Clarissa Ferreira, que reinventam os sons do pampa com originalidade. De outro, traz nomes que quebram barreiras, como o grupo uruguaio F5, que combina tambores tradicionais com beats eletrônicos, e a DJ argentina Tayhana, vencedora do Grammy Latino, conhecida por suas fusões ousadas de ritmos latinos e sonoridades futuristas.
No total, serão 14 atrações que vão do regional ao global, incluindo Maracatu Truvão, La Brasa Lunera, e DJs como Daniel Villaverde, Gigio, GB e ELLE P, que prometem criar atmosferas sonoras incríveis.
Mais do que música, uma redescoberta cultural
O local escolhido para receber o Chisme é o Jockey Club do Rio Grande do Sul, um espaço histórico à margem do Guaíba que, pela primeira vez, será palco de um festival desse porte. O hipódromo, com sua arquitetura moderna projetada pelo uruguaio Román Fresnedo Siri, é o cenário perfeito para um evento que conecta o passado e o futuro da música.
“A ideia do Chisme surgiu de uma pesquisa que revelou o quanto as manifestações culturais do sul da América são ricas, mas muitas vezes subestimadas. Queremos que o público veja que nosso som é tão diverso quanto nossa história,” reforça Castiel.
E o nome do festival não é por acaso. “Chisme” é uma expressão típica da fronteira sul que significa “burburinho” ou “novidade” – exatamente o que o evento pretende causar ao desafiar estereótipos e apresentar o Rio Grande do Sul como uma terra de mistura e experimentação.
Um novo olhar para a música do sul
Mais do que um festival, o Chisme é um manifesto cultural. Ele reflete um Rio Grande do Sul que vai além de seus ícones conhecidos, destacando o que há de mais criativo e inovador na música da região. Do folclórico ao eletrônico, do pampa à cidade, o evento entrega um retrato fiel da pluralidade sonora que conecta o sul do Brasil, Argentina e Uruguai.
Quer saber mais? Acompanhe o site oficial www.chismefestival.com.br ou siga @chismefestival nas redes sociais. Com o Chisme, Porto Alegre se torna palco de um movimento cultural que quer ir além da nostalgia, celebrando o presente e projetando o futuro da música sul-americana.