O fim de ano chegou e é justamente nessa hora que pipocam listas de melhores discos/músicas do ano pela internet e mídia especializada. Claro que o Minuto Indie não ia ficar de fora e estou aqui batendo a cabeça e escutando disco atrás de disco para entregar, nesta quinta, minhas listas deste ano. Mas enquanto essa quinta que tá logo aí não chega, resolvi compartilhar com vocês uma lista que me deixou intrigado: As 101 músicas que eu ouvi esse ano no Spotify. Não é uma lista “profissional”, ao contrário, é espontânea e afetiva, mas achei muito pertinente publicá-la e conversar sobre a formação dessa lista. Acho que é também uma maneira de vocês conhecerem meu gosto e isso vai ajudá-los a entender minhas críticas e levar minhas preferências em consideração, em contraposição com as suas, na hora de levar minhas opiniões em consideração. A ideia do jornalista ou crítico imparcial é um mito que deve ser sempre combatido pois só serve a interesses desonestos e é por isso que eu acho importante compartilhar minhas preferências pessoais com vocês.
O primeiro fator a ser considerado e que me parece bastante relevante foi de que eu não tinha trabalhado com música em 2016 até agora. Entretanto eu trabalhei na Casa do Mancha do começo de 2015 até o começo de 2016, e esse ano de Casinha se faz sentir completamente na lista. Boa parte das músicas que estão lá são músicas da cena alternativa nacional lançadas em 2015. Logo após temos músicas lançadas em 2016, sejam nacionais, internacionais, alternativas ou não, e os clássicos esquizofrênicos que eu curto, que podem ir do samba de raiz ao pós-punk em minutos.
A música que eu mais ouvi em 2016, de acordo com o Spotify, foi “6000 dias (ou Mantra dos 20 anos)”, do Boogarins, lançada em 2015, seguida de perto pela maravilhosa “Espectralismo ou Barbárie”, do Supercordas (2015), música que toca meu coração profundamente (inclusive 2016 foi o ano em que recebi com muita tristeza o anúncio do fim da banda). A primeira música de 2016 a entrar na lista foi “Sexualidade e Repressão”, do Holger, em 10º. Em 12º temos o primeiro clássico da lista, “If You Tolerate This Your Children Will Be Next”, do Manic Street Preachers. 2016 volta a lista com “Mal Educado”, maravilhoso single do Garotas Suecas em 14º, e “Seus Últimos Minutos Psicodélicos”, dos meninos da Vitreaux em 19º enquanto 2015 continua dominando a lista com músicas como “Ciúme”, do Rafael Castro (16º), Paraíso, do Hotel Básico (13º),”1943”, do Bike (4º), “The Less I Know The Better”, do Tame Impala (5º) e muitas outras, com pequenas variações para 2014 (“Bote ao contrário”, O Terno, 8º) e 2013 (“Roupa Suja”, Bárbara Eugênia e Pélico, 9º). Juntando os clássicos esquizofrênicos pingados que surgem – de Rock Lobster, do B-52´s (21º) ao clássico do jazz Just A Gigolo/ I´m Got Nobody, do Louis Prima (22º), conseguimos entender mais ou menos qual é a pegada que a lista segue até o fim, com War Pigs, clássico do Black Sabbath na incrível versão do Cake.
Isso, de alguma maneira, quer dizer que eu não ouvi muitas músicas de 2016 em 2016 ou que não se produziu música boa esse ano? De maneira alguma! Acho que mais dois fatores muito importantes para serem levados em consideração são que a produção de música independente nacional está a todo vapor (o site Tramp, por exemplo, fez uma lista com os 150 melhores discos nacionais do ano de acordo com eles. É disco pra caramba!) e a velocidade de informação da internet – tornando fácil o acesso a diversos sites e blogs nacionais e estrangeiros e os aplicativos/site de streamming – traz uma infinidade de novas opções que absorvemos de forma fragmentada enquanto reformulamos continuamente nosso leque de preferências. Música, como todos bem sabemos, é um lance afetivo. Se você está feliz pode querer ouvir uma música antiga que sempre gostou para comemorar, se você está deprimido pode se apoiar naquele artista que de tanto que você já ouviu é como se fosse seu amigo, mas se você conhece aquela música nova fodástica que você se identificou pra caramba você fica ouvindo ela o dia inteiro até alguém te ameaçar de morte.
Por fim quero também deixar esse registro para comparar com a minha lista do ano que vem, já que, diferente da lista que a gente senta pra pensar quais são as melhores músicas lançadas do ano (que é uma lista mega válida como essa e as duas são super complementares), essa lista é feita de forma espontânea e a gente só lembra que ela existe quando o Spotify (que por sinal não tá me dando um centavo por isso rs. Alooo Spotify, antes que o Deezer me chame hahaha) nos avisa que tá pronta. Quero ver qual será a influência de um ano de trabalho no blog do Minuto e de relação com vocês vai trazer pra minha lista de 2017. E não se esqueça, isso é só um aperitivo, nesta quinta você fica sabendo os melhores discos e músicas de 2016 de acordo com o canal do Minuto e com a redação do blog (que por enquanto sou eu mesmo hahaha)!. Então confere a lista e dá o play aí que, na boa, se eu não ouvisse música maneira eu não tava aqui ;)! Fui!
https://open.spotify.com/user/spotify/playlist/37i9dQZF1Cz0hxFjH9u89e