John Lennon

Se John Lennon ainda estivesse vivo, estaria completando 79 anos hoje, dia 09 de outubro.

Em meio à Segunda Guerra Mundial e ao outono britânico de 1940, nascia John Lennon. A cidade de Liverpool sofria com os bombardeios nazistas. Envolvido com o ativismo político desde o início, seu nome do meio era Winston, remetendo a Winston Churchill, o primeiro-ministro da época.

Seu pai, Alfred Lennon, um marinheiro conhecido pelo seu bom gosto musical, abandonou sua família quando John tinha 4 anos. Logo sua mãe, Julia Stanley, deixou o garoto com a irmã e foi viver com outro homem. Apesar de todas as confusões, ele sonhava em ser marinheiro, como o pai. Mas isso mudou quando conheceu a musicalidade de Elvis Presley, o rei do rock. Na escola, sempre tirava notas baixas e não se importava em ser um bom aluno, já que gostava muito mais de música do que dos estudos em sala de aula.

Aos 12 anos de idade, John Lennon reencontrou sua mãe, e de quebra, recebeu uma guitarra de presente. O contato entre mãe e filho foi recomeçando, mas durou pouco. 6 anos depois, Julia foi atropelada e faleceu. Durante esse tempo, aconteceu o primeiro momento que daria início à uma grande parceria de sucesso. Lennon conheceu James Paul McCartney, e se simpatizou devido às vidas conturbadas e, claro, a admiração pela música. Paul também era de família classe média e tinha perdido a mãe para o câncer, quando ele tinha 14 anos.

Lennon na música

Em 1956, os dois criaram a banda Quarrymen. O nome foi inspirado na escola que eles frequentavam, a Quarry Bank High School. Lennon e McCartney uniram seus talentos de composição, apesar de serem tão diferentes na hora de compor. As letras de John eram sempre mais energéticas, enquanto as de Paul eram bem mais românticas.

Tempo depois, chegou um novo integrante ao grupo: George Harrison. A ideia veio de Paul, quando contou a John sobre um amigo que sabia tocar Raunchy – de Bill Justis – na guitarra. Logo estavam os 3 juntos se apresentando em bares e fazendo pequena turnês pela Europa.

Os 4 besouros de Liverpool

A verdade, então, é que os Beatles não nasceram do nada. Antes eles já eram os Quarrymen. Em 1960, os rapazes mudaram o nome do grupo para “The Beatles”, que significa Os Besouros. Essa ideia também veio de uma homenagem, dessa vez, para a banda The Crickets (Os Grilos).

Logo no ano seguinte, foram notados enquanto tocavam no Cavern Club, um bar temático de Liverpool. O empresário Brian Epstein já começou a preparar toda a papelada para levar os garotos daquela pequena cidade ao sucesso mundial.

Antes de começarem a gravar, o baixista Stuart Sutcliffe decidiu abandonar a banda para se dedicar à pintura. Ao mesmo tempo, o baterista, foi substituído por Richard Starkey Jr., o Ringo Starr. E então estava formado o maior grupo musical da história: John Lennon e George Harrison nas guitarras, Paul McCartney no baixo e Ringo na bateria.

Depois e em meio a muito sucesso, em 1967, Epstein faleceu. Foi quando Paul resolveu tomar o partido e executar a função do empresário. Mas isso acabou não dando muito certo, as confusões entre eles chegaram a um ponto complicado. Em 1970, os Beatles decidiram se separar. Os frutos foram os 13 discos que influenciaram a grande massa da época.

Muitos dizem que o relacionamento de Lennon com Yoko Ono foi responsável pela separação da banda. Os dois se conheceram em 66, quando o músico era casado com Cynthia Powell, mãe de seu filho Julian Lennon. Em 69, Yoko e ele engataram um romance que provocou seu divórcio com Powell. Quando os dois se casaram, os outros Beatles não se agradaram. Segundo eles, Yoko sempre acompanhava as gravações e ensaios da banda, o que atrapalhava a concentração.

O beatle polêmico

Lennon nunca foi de esconder o que pensava, principalmente quando se tratava de política. Um dos momentos mais marcantes da banda foi em 1965, quando eles receberam da família real inglesa, o título MBE, Membro do Império Britânico. Não demorou muito para que John devolvesse, depois de descobrir que a Inglaterra estaria auxiliando os EUA na Guerra do Vietnã.

No outro ano, o ego passou dos limites e o músico acabou falando demais. Em uma entrevista a Maureen Cleave, Lennon disse que os Beatles eram mais famosos do que Jesus Cristo. Os fãs ficaram decepcionados e muitos decidiram queimar seus discos em praça pública. Logo ele precisou se explicar.

O beatle paz e amor

É certo que o amor de Yoko enalteceu ainda mais o espírito revolucionário de John Lennon. Após a separação dos garotos de Liverpool, ele investiu na carreira solo e em vários iniciativas no âmbito do ativismo político.

Uma das campanhas contra as guerras mais marcantes do casal foi o “bed ins“. Eram conversas intimistas deles com a imprensa, que aconteciam em camas de hotéis.

Devido a suas movimentações dentro da militância, Lennon e Yoko eram sempre vigiados pelo FBI e chegaram a serem presos com drogas e ameaçados à expulsão dos EUA.

Em sua vida como cantor e compositor solo, suas músicas mais famosas foram sobre esperança, paz, amor, união de povos, liberdade e combate a violência. É impossível falar dessa fase sem lembrar de Imagine, canção cheia de poesia que atribuiu a Lennon, uma imagem crítica e transformadora.

O nascimento de Sean Lennon, em 1975, transformou o artista em um grande pai. Ele abandonou a profissão de músico e se dedicou totalmente à família. Depois disso, só voltou a trabalhar uma vez, gravando seu último disco antes de falecer.

O último momento

No dia 8 de dezembro de 1980, Yoko e John chegavam em casa. Na entrada do edifício onde moravam, um homem gritou “Sr Lennon!”. Em questão de segundos, o músico caía no chão com o corpo sangrando após ser atingido. Foram 4 disparos de revólver calibre 38, suficientes para matá-lo.

O autor do crime era fã de John Lennon, e ninguém nunca vai saber exatamente o que se passou naquele momento. No mesmo dia, Mark Chapman, de 25 anos, teria conseguido um autógrafo do artista na capa do disco “Double Fantasy”, o último de sua carreira. Quando Chapman acertou os disparos, carregava nas mãos um livro de J.D. Salinger, chamado “O Apanhador no Campo de Centeio”.

Como J.D., Lennon foi símbolo de uma era de rebeldia, ativismo e luta pela paz. E no fim de tudo, o legado é o que fica.

“O tempo que você passa gastando, não é um tempo perdido”

John Lennon

Autor