Hayley Williams cover radiohead

Hayley Williams, conhecida por seu trabalho na banda Paramore, abriu o coração durante últimas entrevistas e ensaio fotográfico, confira novidades sobre sua carreira solo, quarentena, experiências pessoais e o futuro da banda 

Quem aí já ouviu o projeto solo de Hayley Williams do Paramore? A artista que ficou mundialmente conhecida por seu trabalho na banda, hoje se mostra uma mulher mais forte no projeto e álbum “Petals For Armor”. Segundo ela, trata-se de uma “experiência de empoderamento“. Confira, agora, como foi esse processo, seu novo ensaio fotográfico e o que podemos esperar do futuro da banda.

Hayley Williams em novo ensaio fotográfico para a Nylon Magazine, nas lentes de Lindsey Byrnes

Hayley Williams (Paramore) – Petals For Armor 

Apesar do período conturbado em quarentena, Hayley Williams vem aproveitando o tempo em casa para viver e respirar arte — algo que, segundo ela, não fazia desde que era muito nova. Ao sair da zona de conforto, a artista vem realizando novas experimentações:

Quando éramos crianças, nós só fazíamos isso porque não tínhamos mais nada para fazer. É legal sentir isso quando você é adulto, porque eu acho que quase nunca nos lembramos de apenas brincar.

Em entrevista à revista Nylon, a artista deu enfase em seu processo de crescimento e auto-descobrimento, que envolveu o término de um relacionamento de quase 10 anos e o desapego da fase colorida e “neon“, característica em seu trabalho na banda Paramore, Hayley Williams diz:

Tem que haver uma razão para que eu me sinta mais segura em estar em uma banda. Mesmo [quando] eu tinha 8 ou 9 anos, [eu estava] tentando recrutar amigos para uma banda comigo. Eu era a baterista naquele ponto. Eu não queria estar na frente.

Petals for Armor, primeiro trabalho solo de Hayley Williams lançado em fevereiro deste ano

Hayley ainda brinca que, quando percebeu que estava compondo canções solos, pensou em utilizar um pseudônimo – “eu não estava pronta [para colocar meu nome nisso]. Muitos dos meus amigos me chamam de H, e eu pensei, ‘Talvez eu possa lançar como H.”. As letras surgiram primeiro como desabafo e, depois, como música. Segundo ela, a raiva foi o sentimento catalisador das letras:

Eu espero que, ao escutar, as pessoas percebam o quanto nós enxergamos as nossas vidas pelas lentes limitadas da ambiguidade, e nós não nos permitimos sermos seres humanos com muitas faces, que é o que somos. Nós não estamos só perdendo ou ganhando, às vezes estamos fazendo os dois e tudo que há no meio disso, e isso precisa ser dito. É por isso que o álbum pode começar com a palavra ‘raiva’ e terminar com músicas sobre ‘amor puro’ sem que nenhuma das duas percam sua força.

Confira um dos videoclipes e singles do trabalho que apresenta essa transição, a faixa “Dead Horse“:

Eu estou pronta e incrivelmente honrada por dividir esse projeto. Fazê-lo foi assustador, uma experiência de empoderamento. Alguns dos meus momentos de maior orgulho como compositora aconteceram durante a criação de ‘Petals For Armor’. E eu pude me envolver mais na parte instrumental. Estando numa banda, com meus músicos favoritos, nunca senti realmente a necessidade de entrar nessa parte nas gravações do Paramore. Neste projeto, entretanto, precisava de ingenuidade crua da minha parte, então eu experimentei um pouco mais.

Confira o álbum completo de Hayley Williams abaixo:

Segundo NME, que avaliou o álbum com quatro estrelas:

A mensagem subjacente do impressionante álbum solo de Hayley Williams é esta: use suas falhas como uma camada de armadura reluzente e encontre força em ser aberto e vulnerável. Essa seria uma mensagem pertinente a qualquer momento, mas parece ainda mais no clima incerto de hoje.

PARAMORE

Em entrevista à revista NME, a artista deixou claro que não pretende abandonar Paramore: o Paramore é minha banda favorita”. A expectativa é que exista uma mudança na sonoridade da banda, um contraste ao que foi o último álbum, “After Laughter“. Segundo Hayley, ela interpreta a mudança como as estações do ano:

É uma coisa de verão/inverno. Quando é inverno, você mal pode esperar para suar e, no verão, pensa: ‘foda-se – eu odeio isso!’. Depois de fazer o After Laughter, é como ‘ok, nós tentamos isso e ele realmente se encaixa e é ótimo. Agora vamos ver o que mais podemos fazer para estragar tudo’. […] Taylor [guitarrista da banda] mencionou coisas como: ‘oh, Deus – sinto falta de guitarras‘. Nós nos encontramos ouvindo muitas músicas antigas das quais crescemos inspiradas.

“Essa emoção e curiosidade que nos mantém uma banda”, completa Hayley Williams.

Hayley Williams para Nylon Magazine, aos olhos de Lindsey Byrnes

QUARENTENA

Segundo a artista, em entrevista para a revista Teen Vogue, a quarentena despertou em si uma necessidade de sobrevivência que a despertou para a criação das músicas e de seu projeto solo:

Para mim, escrever sobre fúria e desconforto sobre as injustiças que já presenciei foi minha maneira de me manter viva; aprender com a própria dor em vez de ignorá-la. Eu acho – ou pelo menos espero – que as pessoas percebam isso, porque elas sabem que têm a capacidade de fazer o mesmo. Nós podemos passar por todo esse caos e podemos crescer com isso.

Fora os momentos de criação, Hayley Williams diz estar vivendo como qualquer outra pessoa “normal” – passa tempo no celular, assiste vídeos, memes e interage com os fãs. Sem maquiagens ou cabelo colorido, a artista assumiu uma postura mais natural quanto à sua aparência, que agora exibe fios loiros. Ela também admitiu que nem todo dia é um dia bom: “tem dias que eu nem consigo sair da cama, que estou num lugar sombrio da minha mente, e outros que eu tenho 12 horas seguidas de pura inspiração’’.

Ela aproveitou, também, para passar um recado para as mulheres, principalmente as que trabalham no mundo da música e do rock:

A maior diferença na cultura entre antigamente e agora é que as mulheres estão metendo o ‘foda-se’ mais do que nunca, de todas as maneiras certas. Não é vergonhoso falarmos sobre nosso jeito de pensar e nossas experiências individuais. Claro, ainda temos trabalho pela frente, mais maneiras de evoluir, mas acho que agora na indústria musical, ‘ser homem’ não significa mais simplesmente ‘ter poder’.

Hayley Williams para a Nylon Magazine

E aí, o que será que podemos esperar? Recomendamos a página “Hayley Williams Brasil” e “Paramore Brasil” para atualizações diárias sobre a artista e banda, e, claro, se mantenha ligado no Minuto Indie e em nosso Facebook!

Autor

  • Tainara Fantin

    Formada em Ciências Sociais e pós-graduada em Jornalismo Digital fascinada pelas seguintes áreas de estudo: etnomusicologia, sociologia urbana e análise de discurso. Fotógrafa independente. Atualmente, faço graduação em Tecnologia de Eventos e Letras e, nas horas vagas, continuo apaixonada por música, cinema e literatura. instagram.com/tfntn • instagram.com/adaylnthelife fb.me/tainarafantin • fb.me/casualsabotage twitter.com/d4rksidem00n

Escrito por

Tainara Fantin

Formada em Ciências Sociais e pós-graduada em Jornalismo Digital fascinada pelas seguintes áreas de estudo: etnomusicologia, sociologia urbana e análise de discurso. Fotógrafa independente. Atualmente, faço graduação em Tecnologia de Eventos e Letras e, nas horas vagas, continuo apaixonada por música, cinema e literatura.

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